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Sabia que pode doar cabelo ao IPO?

por beatriz j a, em 31.07.14

 

 

 

Sabiam que podem doar cabelo ao IPO?

 
Este é um tema muito pouco falado mas que tenho visto a ganhar algum terreno nas redes sociais (soube mais sobre este tema neste vídeo muito informativo duma Youtuber). É possível doar cabelo ao IPO/Liga Portuguesa Contra o Cancro. Por isso, se estão a pensar em fazer um novo corte ou, simplesmente, ajudar quem precisa, este gesto pode fazer a diferença e servir para fazer perucas de cabelo verdadeiro para quem, devido a tratamentos oncológicos, ficou sem ele.
É uma realidade que tem sido muito pouco transmitida pelos devidos meios de comunicação social, e se calhar o próprio IPO e a Liga Portuguesa Contra o Cancro não têm sabido divulgar essa informação mas sim, é possível doarmos o nosso próprio cabelo, desde que o dito preencha alguns requisitos, como por exemplo: 
1 - O cabelo tem de vir num rabo-de-cavalo ou em trança
2 - O pedaço de cabelo tem de ter um mínimo de 25cm ou 30cm (já li as duas medidas mas penso que a mais recente seja de 30cm)
3 - Não pode ter tintas ou restos de coloração
4 - Não pode estar (muito) estragado/seco/espigado 
O cabelo pode ser entregue em mão no IPO de Lisboa, que também dispõe de cabeleireiro que pode fazer o corte no local, ou ser enviado por correio (protegido dentro de um saco de plástico) para a morada da Liga Portuguesa Contra o Cancro: Rua de Lima Bastos 1099 023 Lisboa.
.
(o que acontece quando se doa cabelo?)

publicado às 17:32


chorar em público

por beatriz j a, em 29.11.11

 

 

 

CHORAR EM PÚBLICO


Miguel Esteves Cardoso – 28-11-2011

 

Quando sair este jornal, a Maria João e eu estaremos a caminho do IPO de Lisboa, à porta do qual compraremos o PÚBLICO de hoje. Hoje ela será internada e hoje à noite, desde o mês de Setembro do ano passado, será a primeira vez que dormiremos sem ser jun...tos. ... O meu plano é que, quando me expulsarem do IPO, ela se lembre de ir ler o PÚBLICO... e leia esta crónica a dizer que já estou cheio de saudades dela. É a melhor maneira que tenho de estar perto dela, quando não me deixam estar. Mesmo ficando num hotel a 30 passos dela, dói-me de muito mais longe. ... O IPO consegue ser uma segunda casa. Nenhum outro hospital consegue ser isso. Podem ser hospitais muito bons. Mas não são como uma casa. O IPO é. Há uma alegria, um humor, uma dedicação e uma solidariedade, bem-educada e generosa, que não poderiam ser mais diferentes da nossa atitude e maneira de ser - resignada, fatalista e piegas - que são o default institucional da nacionalidade portuguesa. É graxa? Para que tratem bem a Maria João? Talvez seja. Mas é merecida. Até porque toda a gente que os três IPO de Portugal tratam é tratada como se tivesse direito a todas as regalias. Há muitos elogios que, não obstante serem feitos para nos beneficiarem, não deixam de ser absolutamente justos e justificados. Este é um deles. Eu estou aqui ao pé de ti. Como tu estás ao pé de mim. Chorar em público é como pedir que nada de mau nos aconteça. É uma sorte. É o contrário do luto. Volta para mim.

 

 

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publicado às 06:37

 

 

 

Bastonário acha "normal" que Revista da Ordem publique texto contra homossexuais, em nome da liberdade de opinião

Em declarações à agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, recusou-se a dar uma opinião pessoal sobre o artigo, no qual os homossexuais são classificados como "doentes", "defeituosos", "anormais", "portadores de taras", com "condutas repugnantes", "higiene degradante" e que requerem "correcção".

O artigo assinado pelo director do Instituto Português de Oncologia insinua que a homossexualidade acarreta doenças e desvios e que, portanto, estas pessoas não têm sequer direito à dignidade nos seus afectos. No texto pode ainda ler-se que existem alguns comportamentos estereotipados – “gestos, fala, indumentária, gostos e manifestações subtis” – pelos quais, segundo o autor, é possível identificar os homossexuais.

Estamos num país onde as pessoas que estão à frente dos cargos são, em geral, de má qualidade. Os 'chefes' do meu país são uma desilusão diária.

Quem escreve estas coisas é o director do Instituto de Oncologia, quem acha que é pertinente publicar um tal artigo é o bastonário dos Médicos!

Quer dizer, como é que um doente com cancro ou outra doença qualquer, que por acaso seja gay pode dirigir-se com confiança a estes serviços sabendo que vai ser tratado como anormal ou repugnante? Então o juramento de Hipócrates não os obriga a ajudar todos os doentes? Ou são só os doentes com comportamentos e indumentárias do agrado dos médicos? É que a revista da Ordem não é uma revista qualquer porque representa os médicos como um todo.

Mas o que não percebo é o seguinte: como é que um indivíduo com estas responsabilidades publica um artigo contrário aos seus deveres de médico e de director de um Instituto que trata doentes (independentemente da raça, credo e orientação sexual) e não é imediatamente demitido? Então o Estado, e nós todos que pagamos o IPO sustentamos e apoiamos um indivíduo cuja conduta profissional é tão pouco ética? É que, se a revista é privada e publica o que quer, já o Estado não o é.


 

 

publicado às 13:57


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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