Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Torre de marfim" designa um mundo onde académicos se envolvem em investigações esotéricas, superespecializadas, e desdenhosas de preocupações de relevância.
(...) A Universidade Nova está extraordinariamente atenta a estes novos desafios e tem como grande prioridade estratégica fomentar entre os seus professores e investigadores uma cultura de preocupação com o impacto e a relevância económica e social da sua investigação. No fundo, e em palavras simples, criar ambientes de trabalho onde sejam naturais e frequentes as perguntas "para quê" e "para quem".
Preocupa-me que um vice-reitor de uma universidade importante tenha uma visão darwinista da investigação científica: ou a investigação tem uma função prática imediata ou é um exercício sem relevância. Preocupa-me que uma pessoa que tem poder de decisão numa universidade não tenha conhecimento da história da ciência e não saiba que muitos dos grandes avanços da ciência foram feitos a partir de investigações esotéricas e especializadas de outros investigadores que desenvolveram trabalhos super-especializados em áreas que na altura não tinham nenhuma aplicação prática e pareciam não servir para nada a não ser para o deleite de quem as criou mas que vieram a servir de fundamento, às vezes séculos mais tarde, para descobertas e trabalhos de outros cientistas que viram nelas aplicações. Isso vê-se muito na matemática, por exemplo, mas não só.
Esta ideia de que a universidade se deve reduzir à lógica do mercado, do que funciona e serve no momento a alguém, vai contra o espírito livre da investigação cientifica. Não digo que não é bom ter investigação aplicada a questões e necessidades práticas, claro que é. Queremos que os cientistas resolvam os problemas práticos que há para resolver como descobrir a cura para doenças ou maneiras baratas de dessalinizar a água do mar, etc., mas reduzir a investigação à prática imediata funcionalista com o argumento de que tudo o que se afasta dela é desdenhoso parece-me um reducionismo próprio da ditadura do darwinismo dogmático.
O problema da investigação/publicação científicas, hoje em dia, é muito mais grave do que parece à primeira vista. Está a transformar negativamente o trabalho das universidades e a descredibilizar a própria ciência.
A ciência como a conhecemos hoje nasceu duma luta tenaz contra os feudos totalitários da hierarquia eclesiástica de Roma. A ironia é que essa mesma ciência está a tornar-se naquilo contra o qual lutou: um feudo com os seus princípes, vassalos e escravos que controlam o que se publica, quem e onde.
PERIODICAL journals have been the principal means of disseminating science since the 17th century. Over the intervening three-and-a-half centuries journals have established conventions for publication—such as insisting on independent (and usually anonymous) peer review of submissions—that are intended to preserve the integrity of the scientific process. But they have come under increasing attack in recent years. What is wrong with scientific publishing in journals, and how can it be fixed?
The problems stem from the fact that journal publication now plays a role that was not part of the original job description: as indicators of a researcher’s prowess, and thus determinants of academic careers. The incentive to withhold results for months or years until research is published is therefore powerful. But such delays can do real harm: during the Zika crisis, sponsors of research had to persuade publishers to declare that scientists would not be penalised for releasing their findings early. Nor are elite journals (such as Nature and Science) the guardians of quality that they often claim to be. The number of papers so flawed that they need to be retracted has risen sharply in the past two decades, with glitzier journals pulling more papers than lower-profile counterparts. Worse, studies in elite journals are no more statistically robust than those in lesser ones.
Outro artigo:
During the past decade, there has been a gradual erosion of ethical principles that guide scientific research as well as writing and publication. These changes have taken place during an era where professionalism has also declined and physicians are losing control of their practices to government and corporate sectors. Thus, a growing commercialization of research with its effects on the ethical conduct of researchers and the advancement of scientific knowledge are of concern today and need serious thought. The misconduct in research and publication not only affects other authors, but reviewers and editors also. However the worst sufferer is the patient. Misconducts, whether done intentionally or through ignorance, have the same consequence. There is no difference in the seriousness of misconduct if it is done through ignorance.
E outro:
Academic journals today, even ones that only exist online, are still based on the centuries-old model of printed and bound matter that gets shipped to subscribers.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.