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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
...“estamos dispostos a sentar-nos à mesa do orçamento para o alterar na especialidade tendo em conta a nova situação no interior do país, e estamos dispostos a fazê-lo mesmo que isso signifique que algumas das boas notícias do orçamento não possam agora ser tão generosas como antes se pensava”. É impensável que este orçamento possa ser aprovado sem um plano substancial e decisivo para a recuperação do interior e das zonas de catástrofe, que nos permita depois pedir também a ajuda da UE para um novo pacote do Fundo de Desenvolvimento Regional dedicado à reconversão da floresta portuguesa. Ou há solidariedade entre portugueses ou não teremos moral para exigir solidariedade aos outros.
Mas a fatia do orçamento não pode ser dada sem que saibamos todos quem vai fazer o quê, como e quando com o dinheiro senão é mais dinheiro para o ralo dos políticos e amigos. É que é preciso mais que dar uns dinheiros a bombeiros. É preciso contrariar a desertificação do país. É preciso termos consciência que se queremos ter um país com recursos, pessoas e bens e não apenas uma faixa de praia temos que assumir que isso tem custos.
Enquanto o Marinho e Pinto esbracejava na TVi pus-me a ver um documentário na 'SIC notícias' com o Gorvachov. A princípio nem o reconheci. Sentado numa sala quase nua com umas calças cinzentas e uma camisa aos quadrados parecia um reformado da província. Mas claro, assim que começa a falar é uma revelação. Um indivíduo duma inteligência, não só no sentido da sagacidade política mas também do ponto de vista da sabedoria. Alguém que reflecte e expande o saber e o olhar com a experiência de vida. Um indivíduo muito nobre também. Há poucas pessoas assim.
Confesso que me fascina o interior das pessoas muito mais que o exterior. Algumas pessoas que à primeira vista até não damos muito por elas quando começam a falar mostram uma riqueza, um universo duma profundidade, que o que mais dá prazer e agrada depois é ir explorando esse interior. Entrar nos recantos todos, investigar toda a construção interior. O que pensam, como pensam, como construiram os conhecimentos, como raciocinam... é fascinante e entusiasmante. Impossível uma pessoa não se encantar com alguém assim.
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