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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Iain Duncan Smith não gostou dos cortes anunciados pelo ministro das Finanças, George Osborne, na Segurança Social para deficientes. ... este referiu que os cortes no sector das pessoas dependentes seriam defensáveis num contexto de redução do défice, mas não tendo em conta que o orçamento "beneficia os contribuintes com rendimentos mais elevados".
O ministro inglês fez aquilo que os ministros portugueses não fazem nunca. Vão para os governos a defender uma política e depois, quando querem obrigá-los a trair tudo o que defendiam e prometeram, em vez de se demitirem e recusarem a fazer o oposto do que prometeram, fazem-se de desentendidos e continuam no posto, impávidos e serenos, tipo, non pasa nada. Quando se lhes pergunta porque estão a fazer o oposto do que prometeram fazer dizem que as informações são diferentes quando se chega aos cargos, como disse o Crato que falava contra as políticas da fulana Rodrigues e acabou por ser o seu maior seguidor. Ser honesto e ir embora? Ah, isso não! Também esta equipa da educação entrou com um discurso que rapidamente esqueceu.
Numa mensagem electrónica que o Ministério da Educação fez chegar às escolas, o IAVE questiona a responsabilidade e a solidariedade dos docentes que, alegadamente, não estão a participar na correcção do teste diagnóstico. Associações de professores de Inglês contrapõem que aqueles se confrontam com problemas técnicos e falta de tempo.
Em causa está o processo de classificação, por professores voluntários, dos testes de cerca de 120 mil alunos. Num comunicado divulgado esta segunda-feira, o IAVE anunciou o adiamento para data não definida dos resultados que deviam ser conhecidos dois dias depois. Nessa ocasião atribuiu o atraso ao facto de “apenas pouco mais de 800” professores da disciplina terem estado “efectivamente envolvidos no processo de classificação”, apesar de, sublinhou, cerca de 1200 se terem disponibilizado, numa fase inicial, “para realizar as tarefas”.
(...)o IAVE diz estimar que “num quadro de participação equitativa” a classificação ficará concluída dia 15 “se diariamente cada professor dedicar apenas cerca de 20 minutos” à tarefa.
Falta de solidariedade?? Mas a que propósito é que os professores devem trabalhar de borla por solidariedade com... o instituo Cambridge, o IAVE ou outra estrutura qualquer? Querem trabalho paguem... mas quem é o ministro, deputado, administrador de empresa, médico, electricista, canalizador, advogado, etc., que trabalha de borla por solidariedade? Pois, ninguém. Acho um descaramento pedirem aos professores que trabalhem de borla para outros terem lucro...
E depois dizem que basta trabalharem 20 minutos por dia! Vê-se assim o desprezo que têm pelo trabalho dos professores, pois 20 minutos do nosso trabalho parece-lhes uma merdice sem importância. Uma consulta médica que leva mais ou menos 15 minutos custa uma média de 60 euros... mas as estruturas da tutela estão sempre à espera que os professores amochem em tudo e, quando não o fazem, aparecem logo a chamar-lhes nomes... que deve ser a sua ideia de incentivo para os professores trabalharem por... solidariedade...
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