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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
... e ainda obrigava a justiça a pagar-lhe indemnização e pedir-lhe perdão.
Paul Manafort, ex-consultor político da campanha presidencial de Donald Trump, foi condenado a três anos e 11 meses de prisão por fraude fiscal. É a maior punição feita na sequência da investigação de Robert Mueller, mas fica abaixo das expectativas.
Uma investigação que começou e acabou em menos de três anos. Ainda tem outras acusações pendentes que vão ser julgadas nos próximos meses. Três anos e o assunto ficou arrumado: foi condenado. Pode criticar-se a pena, mas foi julgado e responsabilizado pelos crimes.
Se fosse cá, como vemos com o Salgado e muitos outros, ficava à solta até o crime prescrever ou desaparecerem os documentos do processo, etc. e, entretanto, até dava entrevistas a culpar os outros dos seus crimes.
Esta falta de responsabilização dos criminosos com o apoio tácito dos políticos, também eles coniventes e raramente responsabilizados, corrói o sistema por dentro. É o que nos está a acontecer.
Santana Lopes. Sucessão de factos dos últimos dias colocam em causa "solidez da estrutura do Estado"
Pessoas corruptas sempre houve, sempre haverá. O que faz com que um país não seja dominado e destruído pelos corruptos é a vigilância e actuação das instituições competentes. O que põe em causa a solidez do Estado é sabermos todos de dezenas de casos de corrupção, abuso de poder e enriquecimentos ao fim de uns anos na política e termos que viver sabendo da impunidade dos que nos destroem sem escrúpulos. Assistirmos ao descaramento com que vão à TV dizer mal dos trabalhadores e culpá-los pela sua própria incompetência e promiscuídade com dinheiros sujos. Isso é que mina um Estado.
O funcionamento da justiça, pelo contrário, fortalece-o. Nestes últimos dias, tem havido sinais de esperança, sinais de que o país não está em estertor mas ainda vivo, sinais de que a justiça funciona e que, portanto, os fundamentos do Estado ainda estão sólidos.
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