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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
... para ajudar os outros e para ensinar a partilha. Família belga monta "armário da fartura" para dividir livros e comida com vizinhos.
Uma coisa é respeitar a diferença. Outra é esbater as diferenças até ao ponto da mais estéril igualdade.
Eu tenho quatro filhos, duas meninas e dois meninos, e um só quarto de brincar. Nesse quarto está tudo misturado e cada um deles brinca com o que lhe apetece. Lamento muito, Fernanda e Catarina: as miúdas preferem mesmo os “brinquedos de menina” e os miúdos os “brinquedos de menino”. Se o Gui agarra numa boneca eu juro que não grito “tira daí a mão, ó maricas!”, e se a Rita pega num carro eu não a informo que automóveis é coisa de macho.
O articulista não precisa gritar com os filhos porque eles não são uma ilha separada da sociedade e a todo o lado que vão e são -McDonald's, infantários, lojas de roupa, parques infantis, conversas que ouvem de adultos, filmes infantis, programas infantis nas TVs, modos de os adultos se classificarem por género, etc.- estão envolvidos pela atmosfera, símbolos e práticas de diferenciação artificial sexista. E absorvem e imitam essas comportamentos, que é o que fazem as crianças.
Uma coisa é respeitar as diferenças, outra é inventar diferenças artificiais e inculcá-las nas crianças e se o articulista não está consciente do papel de modelos que ele e a sociedade exercem no desenvolvimento psicológico dos filhos, coitados dos filhos.
Scientism in the Arts and Humanities
by Roger Scruton
As the ideology of scientism spreads to the study of art and literature, Roger Scruton argues that we risk believing that brains are but matter, paintings are but pixels, and all culture is nothing but “memes.”
Durante muito tempo ouvimos falar deste debate, agora está 'online'. Em 1971, a época da guerra no Vietname e dos movimentos radicais que ameaçavam a ordem social e política, o filósofo holandês Fons Elders convidou dois intelectuais de proa -o linguista e activista americano Noam Chomsky e o teórico francês Michel Foucault — para debaterem a questão filosófica: será que existe uma 'natureza humana' e, se existe, quais são as implicações para as ideias de, poder, justiça, revolução e para o ideal de sociedade humana?
O facto da Europa estar em crise e dominada pela mentalidade franco-germânica não nos deve fazer desistir dos objectivos que guiaram e motivaram as pessoas à formação da União. A submissão aos critérios económicos é uma ilusão que bem se vê pelo nosso caso: de PEC em PEC cada vez as agências baixam mais o nosso rating e aumentam os juros nas mãos dos agiotas. Sim, porque o país está a pôr a corda no pescoço para que alguns agiotas fiquem trilionários com a nossa dívida.
Desde o fim da segunda guerra mundial que a Europa tenta pôr de pé a ideia do Kant da Paz Perpétua. Uma ideia de cooperação, de justiça social, de diminuição das desiguldades de direitos, de liberdade e universalidade de ensino, de deslocação, de expressão e partilha. Esses eram, e não deixaram de ser, bons ideais. O facto de terem surgido problemas no caminho não é razão para que se deite tudo fora como uma experiência ou aventura que correu mal.
Sejamos racionais: vamos viver para quê: para melhorar a sociedade em geral de modo a melhorar a vida particular também, ou doravante vamos ter como ideal social, 'cada um que se desenrasque a seu modo'? Vamos ter como ideal de sociedade uma espécie organização tribal, onde cada um tem as suas posses e os senhores de guerra para as guardar?
É que parece evidente que uma sociedade não é apenas um aglomerado de pessoas. Na realidade, se houvesse vontade de pôr travão, como o Obama está a tentar fazer, nos mecanismos que permitem aos bancos e multinacionais fazerem lucros desmesurados e mecanismos de prevenção à corrupção, o dinheiro estaria mais bem distribuido e muitos dos problemas sociais que temos, não os teríamos, ou estariam muito mais apaziguados.
Uma sociedade não desiste de lutar pelo que é correcto só porque os líderes do momento são fracos e pobres de espírito. É evidente que a pobreza de espírito dos outros não nos obriga, nem à desinteligência nem à abdicação dos nossos princípios e ideais.
Os princípios da construção duma sociedade mais justa, mais livre, de rosto mais humano continuam plenamente válidos, sem uma beliscadura. Que as pessoas atraiçoem os seus princípios e ideais, isso não desvirtua o ideal em si, nem a sua busca, ou construção, melhor dizendo. Porque uma tal sociedade depende de nós e da nossa vontade.
Este é um fenómeno real demonstrado em experimentações. Einstein chamava-lhe, spooky action at a distance. Ainda não existe enquadramento teórico para o explicar. Uma explicação sugere que em tempos todas as particulas da Terra estiveram compactamente ligadas e que, por isso, ainda mantêm essa ligação e interagem (comunicam) a distâncias incríveis a uma velocidade não limitada à velocidade da luz e através de meios de comunicação desconhecidos; ou, é a mesma particula, embora pareçam ser várias em vários pontos distantes entre si.
Fascinante!
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