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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Joaquim Homem de Gouveia, um de jovem de 15 anos (...) O que ele não percebe mesmo é porque é que as escolas colocam tanta pressão sobre os alunos. “Não entendo porque fazem isso. Estão sempre a falar do que vem e do que pode vir no exame”, exclama.
Não percebe? As escolas pressionam os alunos porque o MEC as pressiona, porque o ministro não fala em outra coisa e porque podem ser penalizadas por causa das notas de exames.
Hélder de Sousa não hesita em considerar ser esse “o maior erro que se comete em matéria de prática de sala de aula”...
Mas que frase tão reveladora! O MAIOR ERRO? Lá está como o MEC e suas instituições põe os exames à frente de tudo que até pensa que o maior erro nas aprendizagens tem que ver com a preocupação com exames. Nesta frases vê-se que não fazem ideia do que é uma sala de aula numa escola de ensino básico e secundário...
Mas aponta outra via, mais trabalhosa e, aparentemente, mais consequente, cujo objectivo seria as escolas darem prioridade à identificação das competências-padrão necessárias para os alunos serem capazes de processar a informação em qualquer contexto.
Mais trabalhosa, é uma maneira subreptícia de insinuar que os professores preferem o que dá menos trabalho... "Competências que permitem processar a informação em qualquer contexto": isto é uma maneira tortuosa de dizer, ensinar a não stressar no contexto de exame. Pois, os professores devem deixar de dar matéria obrigatória para fazer Yoga e outros exercícios de relaxamento com os alunos... talvez se o MEC não passasse a vida a falar dos exames e só desse importância aos exames [os alunos estão atentos às notícias sobre os exames, sabe?] não houvesse esta pressão.
A proposta comporta uma autêntica ruptura na mudança de mentalidades [aqui insinua-se que o problema é a mentalidade dos professores... para variar...] em toda a comunidade escolar, que teria de ser capaz de sacudir a pressão e não ter medo de enfrentar conclusões adversas [portanto, aqui reduz-se o problema dos exames a professores que têm medo de enfrentar consequências adversas...].
A avaliação minuciosa dos conhecimentos dos alunos nos vários domínios, analisar a evolução dos seus resultados ao longo do ano [os professores avaliam os alunos mas a avaliação não é sempre em forma de teste de exame porque isso é anti-pedagógico e redutor. No entanto, dada a importância que o exame assume na nota final dos alunos e entrada para a universidade, tem que lhe ser dada proridade. Por isso, muitos, mas muitos testes, têm que ser feitos exactamente com a estrutura do exame pois de outro modo, os alunos chegam ao exame e perdem imenso tempo a perceber como devem mobilizar os conhecimentos e técnicas para responder áquela estrutura de teste. Ao contrário do que este senhor diz, não há respostas absolutas independentes dos contextos, nem técnicas universais que sirvam para quaisquer contextos. As respostas, as técnicas e as soluções têm que adequar-se aos contextos em causa. Daí que os professores se preocupem com o treino do contexto de exame para que os alunos não sejam surpreendidos. Tanto isto é assim que o IAVE -antes GAVE- divulga com antecedência a matriz e a estrutura de exame, coisa que este senhor muito bem sabe...] e, sobretudo, ensiná-los no que está mal aprendido requer tempo.
E é por isso que não se entende a proposta agora feita pelo Conselho das Escolas ao Ministério da Educação de fazer uma pausa no meio do primeiro período de aulas. Quando toda a gente se queixa, inclusivamente os professores, de falta de tempo para dar as matérias e quando já existem tantas férias escolares, esta é uma ideia ao arrepio de todas as exigências. E que não abona nada a favor da imagem das escolas.
Requer tempo, sim, mas a falta de tempo não está em os professores ou os alunos terem férias a mais. A segunda fase de exames acaba em vinte e tal de Julho, portanto, para imensos alunos, o ano lectivo já acaba quase no fim de Julho. O problema da falta de tempo está na dimensão das turmas, dos programas e na sua incoerência, na quantidade de papelada burocrática inútil que produzimos, no número infindável de reuniões inúteis que se fazem no básico e que deixam as pessoas exaustas.
Por exemplo, a carga horária dos programas de Biologia, Física e Psicologia (e não sei se mais outros) do 12º ano foi reduzida em um terço das aulas e os programas que já eram enormes, não foram mexidos, de modo que esperam que os professores dêem os mesmos programas, e com qualidade, com menos 33% de aulas...?
Não há coerência nem políticas na educação: há a obsessão com os exames, obsessão em poupar dinheiro na educação, obsessão com a instrumentalização da educação e obsessão em acusar os professores para se livrar de responsabilidades.
Eu e muitos milhares de professores estamos à espera de um ministro e outros responsáveis da educação que tenham uma política para a educação e, também, um pouco de responsabilidade. Experimentam tudo à balda. Nós fazemos tudo, todas as ideias que as mentezinhas do MEC inventam:
- Agora é preciso fazer mais 3 reuniões por semana: nós fazemos;
- Agora é preciso produzir mais 20 relatórios por período: nós fazemos;
- Agora é preciso passar a usar materiais interactivos: nós fazemos;
- Agora é preciso passar a ter mais seis alunos em cada turma: nós fazemos;
- Agora é preciso fazer formações inúteis: nós fazemos;
- Agora é preciso... etc, etc., etc.... nós fazemos tudo, alteramos tudo, adaptamo-nos a tudo e depois as coisas não funcionam. Ao MEC não lhe passa pela cabeça que talvez esteja a fazer qualquer coisa muito mal. Não! Pois se eles são excelentes a pensar 'coisas'. O mal tem que ser sempre dos professores. Só que as pessoas começam a não acreditar nisso porque toda a gente vê que os professores têm sido pau para toda a obra e fazem tudo. E na realidade o abandono escolar baixou, os alunos portugueses melhoraram os resultados nos PISA.
Mas da parte do MEC, cada vez têm mais poder e retiram autonomia aos professores para fazerem tudo à maneira pessoal do senhor ministro x ou y e de seus ajudantes e é o que se vê... fazem as coisas mal e atiram a responsabilidade para cima dos professores.
Quem não se lembra dos testes intermédios que faziam parar duas semanas de aulas a meio do 2º período para nada? E o PET este ano que roubou aulas a disciplinas? Com ameaças aos professores que foram obrigados a faltar às suas aulas e tudo, para organizarem um exame inútil de inglês ao serviço de uma instituição estrangeira.
As aulas servem para tudo, retiram-se aulas aos programas, os professores podem ser colocados em Novembro como aconteceu o ano passado, as escolas estão com ambientes péssimos por causa das implementações do MEC mas depois o problema são os professores terem muito descanso?
Aliás, porque é que continuamos sem saber quem são as pessoas que fazem os exames nacionais? Têm medo das consequências adversas?
Nessa conferência, o presidente do Conselho Científico do Iave afirmou que o Ministério da Educação (MEC) tem feito “a encomenda dos exames nacionais” com a indicação de que se deve “manter a estabilidade nos resultados” dos alunos “em relação aos anos anteriores, porque socialmente é difícil de explicar que as notas tenham grandes variações”. Isto, que já de si causaria perplexidade, foi acrescido de alguns pormenores sobre como alterar os resultados finais com recurso a pequenos “truques” técnicos. Disse ele: “Hoje temos um historial de cinco mil itens a Português, por exemplo. Se quero que haja notas altas é muito fácil. Pego numa ou em duas perguntas, substituo-as por outras, aparentemente semelhantes, e a minha expectativa em relação aos resultados dá um salto de cinco valores”. Mais adiante disse que “não é segredo para ninguém que as equipas do Iave que realizam os exames fazem uma estimativa de que resultados, em média, cada exame vai ter”. E não só “acertam em 95 % dos casos” como “conseguem fazer um exame para a nota que querem”. Dito assim, é espantoso: se os resultados fossem encomendados para se aproximarem de uma determinada nota, a equipa conseguiria “fabricar” exames à medida. E quando alguém, da assistência, comentou que seria “vão” o esforço de professores e instituições para melhorar os resultados de Física e Química quando estes dependeriam “de uma decisão política”, o presidente do Conselho Científico do Iave respondeu que valia a pena o esforço, até porque “a Sociedade Portuguesa de Física e a Sociedade Portuguesa de Química, com a colaboração do próprio Iave, têm tentado mudar essa situação, mesmo contra os pedidos políticos que têm sido feitos”.
Isto é um enorme escândalo e espero que alguém que tenha autoridade faça alguma coisa.
Então os exames, afinal, não servem para o rigor do ensino e melhoria da aprendizagem dos alunos mas para os políticos terem instrumentos de propaganda que os beneficiem? Se um político quer dizer que os bons resultados na educação se devem à sua pessoa mandar subir as notas dos exames mas se quiser, por exemplo, argumentos para denegrir professores para depois os despedir manda baixar 5 valores nas notas de exame? E o IAVE existe para manipular exames e fabricar notas? Então andamos a trabalhar, nós, professores e alunos, a trabalhar a sério e cheios de pressão às ordens de um Instituto de Avaliação sem profissionalismo, sem seriedade nem honra, sem rigor, sem nada... um conjunto de indivíduos que brincam com o trabalho e o destino dos outros? Pode acontecer o excelente trabalho de professores e alunos parecer um péssimo trabalho devido à intervenção caprichosa do deus ex-machina IAVE...?
Mais vale acabar com os exames... é que, pelo que se vê, é indiferente alunos e professores trabalharem para melhorar se as melhorias dependem do mood do político de serviço e dos funcionários do IAVE, entidade deus ex-machina, que são quem decide, artificialmente [literalmente, recorrendo a artifícios], se os resultados são bons ou maus.
.....
Adenda - publico o comentário muito pertinente de um leitor
De José Rosa a 17.05.2015 às 11.25
...mas palavras leva-as o vento. Use o seu poder junto do primeiro ministro e faça acontecer. Queremos é acção. Em palavras de políticos já ninguém acredita.
(...)
Importa ver além da opacidade das paredes dos gabinetes das Avenidas 5 de Outubro e 24 de Julho... Para as questões relacionadas com o ensino da Língua Portuguesa, cRato socorre-se da opinião de duas linguistas, cada uma delas gerindo "feudos próprios" há muito instalados no Ministério da Educação. Uma delas é Inês Duarte, com uma grande quota de co-autoria na TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário), sigla para o monstro, ora ligeiramente atenuado (em versão revista), que ainda persiste em pretender substituir a gramática tradicional, para desgraça dos alunos. A outra é Maria Helena Mira Mateus, à frente do ILTEC (Instituto de Linguística Teórica e Computacional), instituto universitário incumbido pelo Governo de produzir um "acordês oficial" em constante reformulação.
Estes "feudos" envolvem poder, envolvem empregos, envolvem subsídios e... envolvem fazer concessões. Inês Duarte pugna pela TLEBS, mas abomina o "acordo ortográfico". Maria Helena Mira Mateus produz o "acordês oficial" deste reino sem rei nem roque, mas abomina a TLEBS. A solução para as objecções de ambas foi simples: um pacto de não-agressão. Assim, no lodo, florescem ambas as monstruosidades e "atola-se" a aprendizagem e o ensino do Português. «Tu não te opões ao 'acordo', eu não me oponho à TLEBS...», e vice-versa. cRato sabe bem disto, cuja lógica matemática é linear. Não se trata de um matemático ultrapassado por duas linguistas, não, é ele o ministro. Apenas se demite, demite-se do seu dever, mas não sai de cena.
cRato sabe igualmente que o Ministério da Educação e a aprendizagem do Português nas escolas estão reféns da multimilionária negociata dos livros escolares, cujo monopólio pertence a dois grandes grupos editoriais (apesar da multiplicidade de chancelas sob as quais os manuais são dados à estampa): o Grupo Porto Editora e o Grupo Leya. Trata-se de gastos avultados e inadmissíveis que as famílias são coagidas a fazer. Se estas não puderem, há sempre o dinheiro dos contribuintes, através da Acção Social Escolar. Os interesses instalados é que não podem ser incomodados. cRato não perturba este saque anual, não institui o livro único por concurso público, demite-se quanto a isto também, mas não arreda pé.
Quem ouviu o actual Presidente da República fazer um discurso inolvidável sobre produtos "láteos" patrocinado pela Nestlé, quem soube da proposta da actual presidente da Assembleia da República de que este órgão de soberania arranjasse patrocinadores para as comemorações oficiais do 25 de Abril, em 2014, não poderá de forma alguma abismar-se ao ver (como eu já vi) uma embalagem de Chocapic numa roda-dos-alimentos afixada numa escola primária algures em Portugal.
Em 2014, cRato resolveu privatizar o Iave (Instituto de Avaliação Educativa), ou seja, dar autonomia administrativa a este organismo, que, por sua vez, diligenciou a obtenção de patrocínios para o "PET" (Preliminary English Test), um exame obrigatório no 9.º ano de escolaridade, após uns anos de estudo obrigatório de uma língua estrangeira específica pelas crianças portuguesas (enquanto a língua nacional é delapidada activamente). Onde pára a soberania?
Os patrocinadores do "PET" são a Universidade de Cambridge, o banco BPI, duas empresas de software (a Connexall e a NovaBase – "like life" –, portuguesíssima da Silva) e, claro, a Porto Editora. Esta está em todas, faz mesmo questão.
A globalização iniciada por Vasco da Gama foi a do encontro de culturas, não foi esta com que nos deparamos, a da massificação, a da fast-food. Em Agosto passado, tivemos a Porto Editora em megapromoção nos individuais de papel dos tabuleiros, nos McDonald's: poupe dinheiro, faça já a encomenda dos livros escolares dos seus filhos através da Wook (empresa do grupo Porto Editora) e tenha grandes descontos! Eis o local escolhido pela empresa que mais lucra com a educação dos nossos filhos, nesta cultura do descartável, do consumismo, do facilitismo... Nenhum local poderia ser mais adequado, de facto.
Nós, pais, sabemos que todas as tabelas dos manuais escolares adoptados para cada ano de escolaridade, em cada ano lectivo, afixadas em cada escola, têm em comum um importante "pormaior": o asterisco que remete para a recomendação de adquirir o manual apenas após confirmação da necessidade deste pelo professor da disciplina. Com promoções destas, a Porto Editora pretende retirar aos professores uma liberdade que ainda têm: a de não adoptar nenhum manual, a de utilizarem os seus próprios materiais para cumprir os programas que lhes são impostos.
Não nos espantaremos quando tivermos governantes fazendo conferências de imprensa em cenários revestidos com logótipos, como sucede no futebol. Falta pouco. Parece que não há "dignidade do Estado" (?) capaz de se sobrepor à força do dinheiro.
O Iave, em comunicado recente, veio insurgir-se contra quem afirmou poder o uso do português costumeiro pelos alunos implicar um desconto de quatro valores (em 20) nos próximos exames nacionais de 12.º ano, dizendo que se trata de uma improbabilidade. Ora, se se tratasse de uma impossibilidade, o Iave afirmá-lo-ia. Não o fazendo, paradoxalmente, vem confirmar as alegações que pretendia contestar, mas já se sabe da incompetência científica que por lá grassa. A colecção de erros crassos da PACC (Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades) de Física, por exemplo, veio demonstrá-la à exaustão, se dúvidas ainda houvesse.
Entretanto, saúda-se a novíssima Associação Nacional de Professores de Português (Anproport). Finalmente há, assim, uma alternativa credível à famigerada APP (Associação de Professores de Português) da inefável Dona Edviges das "ações de formatação em acordês", segundo a qual os professores não serão pagos para pensar, mas sim para acatar acriticamente as ordens da tutela, tutela essa que subsidia as "ações de formatação" e convoca a Dona Edviges para a "informar" sobre o que os professores de Português... não pensam.
A APP não divulga o número de associados, o que não se estranha, poderia alguém aferir da sua (não) representatividade. Com a recém-criada associação, certamente essa representatividade agora existirá, ouvir-se-ão vozes legítimas e extra-sindicais na defesa do ensino e da aprendizagem da Língua Portuguesa. Há luz ao fundo do túnel, os professores não se demitem.
Fora de brincadeiras tragicómicas muito sérias e sentidas, como as do título deste artigo, e a despeito do que dizem por aí, não há nem nunca houve "consoantes mudas", porque as consoantes pertencem à escrita, não à fala. Todas as consoantes se lêem, mas nem todas se dizem ou, se se dizem, dizem-se de tal forma que não se ouvem ou mal se ouvem. No máximo, seriam portanto "consoantes surdas" cujo lugar visual numa língua de matriz europeia, antiga, logo supostamente civilizada, não pode estar em causa.
A única surdez, aqui, é a do poder político perante o clamor do senso comum. A única mudez, aqui, é a que resulta da inexistência de verdadeira representação popular nesta pseudodemocracia partidocrática perante a qual a própria consciência individual dos actores políticos, seja no Governo, seja na Assembleia da República, de pouco ou nada parece valer-nos.
Aquando da carta aberta que lhe dirigi, fez agora três anos, tive ocasião de falar com cRato em privado. Não digo o que me disse, nem o que lhe respondi. Venho pública e repetidamente chamar-lhe cRato e, para melhor compreensão, três anos volvidos, acrescento no inglês mais português e imperativo de que sou capaz: "Prove me wrong!"
MADALENA HOMEM CARDOSO
... a estes descarados que resolveram falar verdade em vez de assobiar para o ar.
O parecer é assinado por Cristina Bastos (presidente da Associação Portuguesa de Professores de Inglês), Fernanda Ledesma (presidente da Associação Nacional de Professores de Informática), João Lourenço (presidente do Conselho Nacional das Associações de Professores e Profissionais de Educação Física) e José León Acosta (representante da Associação Portuguesa de Professores de Espanhol Língua Estrangeira). Mas corresponde à posição de todos os membros do Conselho Científico, ou seja, de representantes todas as associações de professores e de sociedades científicas de todas as áreas disciplinares, que não só deram luz verde ao parecer como contribuíram para a sua elaboração, soube o PÚBLICO.
Numa mensagem electrónica que o Ministério da Educação fez chegar às escolas, o IAVE questiona a responsabilidade e a solidariedade dos docentes que, alegadamente, não estão a participar na correcção do teste diagnóstico. Associações de professores de Inglês contrapõem que aqueles se confrontam com problemas técnicos e falta de tempo.
Em causa está o processo de classificação, por professores voluntários, dos testes de cerca de 120 mil alunos. Num comunicado divulgado esta segunda-feira, o IAVE anunciou o adiamento para data não definida dos resultados que deviam ser conhecidos dois dias depois. Nessa ocasião atribuiu o atraso ao facto de “apenas pouco mais de 800” professores da disciplina terem estado “efectivamente envolvidos no processo de classificação”, apesar de, sublinhou, cerca de 1200 se terem disponibilizado, numa fase inicial, “para realizar as tarefas”.
(...)o IAVE diz estimar que “num quadro de participação equitativa” a classificação ficará concluída dia 15 “se diariamente cada professor dedicar apenas cerca de 20 minutos” à tarefa.
Falta de solidariedade?? Mas a que propósito é que os professores devem trabalhar de borla por solidariedade com... o instituo Cambridge, o IAVE ou outra estrutura qualquer? Querem trabalho paguem... mas quem é o ministro, deputado, administrador de empresa, médico, electricista, canalizador, advogado, etc., que trabalha de borla por solidariedade? Pois, ninguém. Acho um descaramento pedirem aos professores que trabalhem de borla para outros terem lucro...
E depois dizem que basta trabalharem 20 minutos por dia! Vê-se assim o desprezo que têm pelo trabalho dos professores, pois 20 minutos do nosso trabalho parece-lhes uma merdice sem importância. Uma consulta médica que leva mais ou menos 15 minutos custa uma média de 60 euros... mas as estruturas da tutela estão sempre à espera que os professores amochem em tudo e, quando não o fazem, aparecem logo a chamar-lhes nomes... que deve ser a sua ideia de incentivo para os professores trabalharem por... solidariedade...
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