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Camponente lectiva e não lectiva

por beatriz j a, em 20.06.13

 

 

 

 

O ministro Crato disse onem na TV, com aquele ar dengoso de quem quer seduzir o entrevistador, que tiraram a Direcção de Turma da componente lectiva por não ser uma actividade lectiva: 'mas acha que uma Direcção de Turma se pode considerar uma actividade de leccionação?' Se o entrevistador fosse um professor, tinha respondido ao ministro com umas perguntas: 'E o senhor ministro não acha que apoios lectivos são actividades lectivas? E aulas de substituição? Se um professor vai dar uma aula por outro, não acha que isso é uma actividade lectiva?'

Pois é, desde a Rodrigues que as aulas de apoio e as aulas de substituição são consideradas actividades da componente não lectiva!

 

Um professor tem 22 horas lectivas, mais componente não lectiva média: 1 hora de apoio lectivo, 2 horas de reunião, 2 horas de tutoria (ou outra equipa, já que todos os professores integram uma equipa, seja de um clube, seja do pedagógico, da avaliação da escola, etc.), mais 2 horas de apoio à Mediateca, mais 2 horas de Direcção de Turma (parte não lectiva). Já vai com 31 horas, às quais se juntam as 8 horas e meia para o trabalho individual (preparar aulas, corrigir e avaliar testes, fichas e trabalhos, elaborar fichas, testes, guiões de trabalho, power-points, diagramas, esquemas, perquisa de imagens, de filmes, preparação de experiências, leitura de livros de actualização, leitura de manuais, pesquisa de sites relacionados com os conteúdos, formação creditada obrigatória de 25 horas por ano, elaboração de actas, relatórios, planos de estudo, planos de acompanhamento, ARAs, etc.) Deixei de fora reuniões de pais, de DT, de grupo, de pedagógico, de departamento, elaboração de sites e blogues temáticos, revistas, visitas de estudo, etc., que não são semanais.

Pelas minhas contas, só aqui já vão 39 horas e meia, das 35 que temos que cumprir... Isto tendo em conta que a Rodrigues diminui-nos o trabalho individual para 8 horas e meia, embora seja evidente a quem quem não é completamente burro que essas 8 horas e meia por semana, que correspondem a 1 hora e meia por dia, não chegam nem para metade do trabalho que tem que se fazer. Talvez umas 15 horas chegassem mais ou menos.

 

Ora, o ministro quer aumentar o horário para 40 horas, sendo que aumenta em 5 a componente não lectiva. Ou seja, às 31 horas não lectivas que já fazemos na escola (sem contar com as ridículas 8 horas e meia de trabalho individual), em média, ainda quer juntar mais 5 horas semanais, o que resulta em que trabalharemos 36 horas na escola e depois vamos para casa fazer mais 15 horas de trabalho individual. Ou mais, já que vamos ter mais turmas e mais alunos por turma, de modo que todo o trabalho de avaliar e corrigir, bem como o desgaste em sala de aula, é aumentado. Mesmo que se considere só 8 horas e meio como suficientes para trabalho individual, se juntarmos essas 8 horas e meia às 36 horas, mais 1 hora de DT que vai passar a ser não lectiva, só aí vão 45 horas e meia... com uma data de horas lectivas -apoios lectivos- a serem consideradas não lectivas!

 

 

publicado às 20:48


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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