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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Embora a entrevista se tenha resumido a três perguntas, uma das quais, a segunda, da autoria do historiador alemão que lhe conseguiu a entrevista.
- O seu partido é o partido da paz ou o partido da guerra?
Resposta breve, incisiva, sacudida:
- O meu partido é o partido da paz, mas não da paz de Versalhes!
E Hitler, metendo as mãos nos bolsos, olha-me com arrogância, como se eu fosse, de facto, um francês disfarçado.
Descarrego novamente:
- Há quem afirme que muitos comunistas têm ingressado dentro do seu partido, depois das eleições. É verdade?
E Hitler, sempre com a mesma voz militar, satisfeito pela pergunta-reclamo:
- Não é verdade! Os nacionais-socialistas são os maiores inimigos de Moscovo, a única verdadeira muralha, na Europa, contra o bolchevismo! Respeitamos, respeitaremos sempre a propriedade particular e todos os esforços individuais.
Terceira e última pergunta, a bala de canhão:
- O partido nacional-socialista é um partido monárquico ou é um partido imperialista indiferente à forma de regime?
Hitler corrige:
- Nem monárquicos nem imperialistas, alemães apenas! Monroe queria a América para os americanos... Eu e os meus partidários queremos a Alemanha para os alemães! E aqui tem, em quatro palavras, todo o meu programa.
A última resposta ouve-se muito nos dias de hoje, em vários países da Europa e nos EUA. Preocupante.
O jornal britânico "The Independent" avança que a direção da Ópera de Berlim tinha planeado estrear a obra de Richard Wagner, Rienzi, a preferida de Adolf Hitler, exatamente na data do seu aniversário, a 20 de Abril, mas o coro de protestos que se sucedeu após o anúncio obrigou à sua alteração.
A semana passada, o diretor da Ópera de Berlim, Christoph Seuferle, anunciou a estreia de Rienzi, no dia 20 de Abril, como parte do programa das celebrações dos 100 anos da instituição, mas o jornal alemão "Die Welt", após conhecida a data, liderou um coro de protestos ao escrever em editorial que "agendar uma estreia da ópera preferida de Hitler, para o dia do seu aniversário, não parece uma boa ideia".
Está a dar um documentário excelente na National Geographic sobre a ascenção de Hitler ao poder. A cores. com imensas imagens inéditas. Acabo de descobrir que o Hugo Boss foi quem fez os uniformes dos Camisas Castanhas e das SS...
As imagens daquelas centenas de milhar de alemães a fazer a saudação nazi ao ouvi-lo gritar que tenciona reprimir todos os partidos é impressionante.
Estou a ler este livro que é excelente. Foi escrito por Sebastian Hefnner, pseudónimo de um alemão refugiado em Londres antes da Segunda Guerra. O livro explica como é que Hitler planeou a sua subida ao poder e a guerra e como é que foi possível os alemães todos seguirem-no. O que é diferente de outros livros que tentam perceber esta problemática é o facto do autor ter vivído e trabalhado na Alemanha nazi, primeiro como advogado e depois como jornalista antes de, já completamente enojado, ter-se exilado em Inglaterra. Por causa disto o olhar dele é um olhar de dentro. Ele sabe como se pensava na época, como as pessoas viam o Hitler e a evolução dos os acontecimentos e sabe também muitas histórias e acontecimentos da vida particular e política de Hitler.
Para além disto tem um insight muito bom sobre a psicologia tanto do povo alemão como das motivações do Hitler. Cita documentos e memorandos do Hitler que eu nunca tinha lido em lado algum e que esclerecem a intenção precoce de Hitler de ligar a história da Alemanha à sua história biográfica. Um livro extraordinariamente interessante e lê-se duma penada.
Este livro só foi publicado depois da morte de Hefnner. O livro que foi publicado quando ele fugiu para Londres chamava-se Alemanha: Jekyll and Mr Hyde que já denunciava o que se passava na Alemanha nazi.
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