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Um assalto premeditado aos nossos futuros recursos

Pedro Gadanho

Como é possível imaginar que, num pequeno país europeu, há recursos essenciais que ficarão nas mãos de apenas uma empresa?

 

Foi com choque que li a notícia do Expresso de que o agora reconduzido Governo do PS quer entregar, “em exclusivo” e sem concurso público, o negócio de recolha de resíduos orgânicos urbanos a uma empresa do grupo Mota-Engil. Parece um assunto menor e remoto, mas não é. Explico porquê.

 

Bastaram-me umas semanas na Universidade de Harvard a ouvir cientistas falar sobre alterações climáticas para confirmar que os maiores desafios que Portugal enfrenta no futuro próximo são muito específicos: não tanto a subida do nível dos mares, os fenómenos climatéricos extremos ou o aumento das temperaturas – de que tanto se fala –, mas antes as agruras, já sentidas com veemência, da desertificação e das secas prolongadas.

 

Agora, o escândalo da Mota-Engil e dos resíduos orgânicos, não passa tanto por contornar as leis da concorrência, ou de ir contra novas formas de economia partilhada e descentralizada. Esse não é o assunto que aqui está em questão. O que aqui está em questão é uma tentativa de assalto organizado e premeditado aos recursos do país por um pequeno grupo de malfeitores bem-informados e bem-engravatados. E, nesses momentos, é imperativo juntarmos o poder da nossa voz às denúncias da imprensa livre.

 

publicado às 18:58


José Gil - palavras de aviso

por beatriz j a, em 05.01.19

 

José Gil: "O passado está a ser engavetado, digitalizado e virtualizado" (DN)

 

Até que ponto estaremos imunes?
A resposta generalizada será que sim, mas não se sabe exatamente apesar de os extremos do xadrez político estarem ocupados pelo Bloco de Esquerda, pelo PCP, pelo CDS, pelos sindicatos, ou seja, as reivindicações estão todas cobertas pelas estruturas institucionalizadas. Ora, o populismo nasce e floresce fora das instituições e contra elas, portanto terão de ser reivindicações que saem fora do discurso habitual dos sindicatos, dos partidos e do governo, para que qualquer coisa nasça, até porque se caracterizam por serem fenómenos que aparecem sem que saibamos como. O populismo atual vem rapidamente de uma cada vez maior sensibilização das classes médias baixas e não instruídas devido ao aumento do escrutínio dos media sobre as desigualdades ou a corrupção. Há um sentimento de injustiça que atravessa a sociedade e que faz que os políticos sejam cada vez menos reconhecidos e representativos, podendo observar-se uma onda latente de populismo possível na abstenção que é cada vez maior. Também pode acontecer, por exemplo, a propósito de uma exigência que não tem expressão política.

Pode dar um exemplo?
É fácil, basta pensar numa que seja intolerável no novo espaço público, o das redes sociais, como é o caso das mortes que estão a acontecer no país porque não houve cirurgias. Ou mortes psíquicas, que cada vez mais acontecem no corpo docente do ensino primário e secundário, em que os professores têm uma vida cada vez mais difícil. É intolerável que um português em cinco tenha perturbações psíquicas. Que povo é este? Suponhamos que tudo o que está nesse fundo da abstenção política emerge e ultrapassa os partidos políticos que não tiveram capacidade de fazer de certas situações uma reivindicação política que poderá provocar um movimento social do tipo coletes amarelos. Foi isso que aconteceu lá e poderá surgir aqui.

As novas tecnologias tornam possível o espaço público diferente, propício para dar expressão a injustiças

A falência económica da comunicação social e a forte emergência das redes sociais é uma combinação fatal?
Não é uma combinação, haverá um efeito que resulta de causas comuns, mas os efeitos são divergentes. Há um facto muito simples, é que até agora em países muitos pequenos e específicos, como o nosso, o espaço público era dominado pelos media e pela televisão, mas as novas tecnologias tornaram possível a criação de um outro espaço público muito particular, diferente e que se torna o terreno propício para dar expressão a uma injustiça: «Eu, cidadão anónimo, desprezado pelo sistema e pela injustiça das políticas, posso manifestar-me aqui.» Mesmo que isto signifique que o ignaro mais incongruente possa manifestar a ignorância com agressividade nesse espaço público. E este é um fenómeno novo para as elites.

(...)

O passado mostrado pela arte e pela cultura tem vindo a ser suplantado pela preocupação com a situação financeira e económica. Os pilares da educação mudaram?
Não é só a questão económica, o que se passa é, repito, uma erosão de tudo o que é a tradição. O passado está a ser engavetado, digitalizado e virtualizado, e cada vez menos lhe atribuímos uma realidade com peso. O passado é cada vez mais uma imagem que se transforma numa coleção de imagens enquanto objetos de consumo, apesar de não informarem nem sedimentarem a nossa pessoa e cada vez menos os comportamentos sociais. Um aluno sabe cada vez menos sobre o passado, nem lhe interessa saber, e isso é terrível, pois há uma erosão que vem da transformação do valor da realidade do passado e da transmissão pela tecnologia que traduz tudo em imagem. Tudo isso é metabolizado e instrumentalizado pelo capitalismo, que só conta cada vez mais com o que gera uma mais-valia.

É um tempo em que Botticelli vale tanto como Madonna?
Acaba-se a nossa relação com o passado e a maneira de «fruir» e «consumir» a própria arte. A introdução maciça no mercado da arte do valor de troca como parte do juízo estético é recente e transformou completamente a valoração do objeto de arte.

Como é que se confronta pessoalmente com esta mudança de paradigmas?
Não acho que haja mudança de paradigma, porque tal não existe para o nosso presente. Estamos a mudar de paradigma sem que tenhamos aquele para o qual queremos mudar. Isto em tudo, como é o caso da educação para a cidadania. Havia antes uma educação para a transmissão e acumulação na área das humanidades, agora é o da cidadania. O que é que os professores vão ensinar? E como vão formar turmas tumultuosas. Isto é uma coisa ridícula, porque quando não se dão meios nem se preparam os professores para a cidadania não há formação possível: ou seja, não há paradigma, tanto mais que a questão da cidadania leva a ponderar questões totais na sociedade.

publicado às 08:04


A capa invisível do Harry Potter já é real

por beatriz j a, em 17.09.15

 

 

 

Comme dans « Harry Potter », une cape ultra-fine pour rendre les objets invisibles

 

 C’est un bond gigantesque. J’appelle leur cape, la Toison d’Or ! », s’enthousiasme Sébastien Guenneau, chercheur du CNRS à lInstitut Fresnel, à Marseille, qui a déjà fabriqué des « capes d’invisibilité » pour ondes acoustiques ou thermiques.

O segredo reside numas pérolas à superfície, em ouro, de forma rectangular, que são mini-espelhos que corrigem e direccionam a onda de luz criando uma superfície perfeitamente reflexiva. A dificuldade estava em calcular exactamente a forma e a posição de cada um dos rectângulos dourados da capa e isso foi o que uma equipa americana acabou de fazer. É claro que já pensam em aplicações militares...

 

 

publicado às 20:15


O (não)acordo

por beatriz j a, em 13.07.15

 

 

 

A conferência de imprensa da Merkele hoje de manhã depois do (não)acordo foi um bocado repugnante porque foi visível o prazer do anúncio da submissão do outro. À pergunta, 'este acordo não é como o acordo de Versailhes de há 100 anos?', respondeu que não faz comparações históricas, que o programa é como os de Portugal e Espanha onde funcionou sem confusões; disse ainda que o espanhol Rajoy e o português Passos Coelho, disseram várias vezes, durante a reunião, que o programa para a Grécia não é nada de especial [para quem tinha dúvidas sobre o papel do PPC]; à pergunta, 'será que os gregos [o povo], aceita este pacote de austeridade?', riu e disse que o povo grego por esta altura já percebeu que quer é ficar no euro, assim como quem diz, estamo-nos nas tintas para o gregos, se não querem obedecer podem ir embora; à pergunta, 'como é que vão financiar os bancos?', repondeu que a administração pública grega vai ter que ser despolitizada e fazer o que tem de ser... enfim, a UE morreu hoje, às 8 da manhã nossas, 9 horas deles. As perspectivas são muito sombrias, para os próximos muitos e muitos e muitos anos.

 

Entretanto, parece que em França o acordo foi alcançado por causa do Sarkozy. [En aucun cas, proteste Woerth, qui ose ce scoop sur les coulisses de l’accord de Bruxelles : «visiblement l’appel de Nicolas Sarkozy n’est pas resté lettre morte» puisque les propositions allemandes ont, in fine, été acceptées par la France.]

 

Em Portugal, como todos já sabemos foi por causa do PPC. Patéticos...

 

 

publicado às 19:34


Grandes metáforas da vida

por beatriz j a, em 25.05.15

 

 

 

imagem da net 

 

 

publicado às 08:30


Herr Fuchs e a germanização da UE

por beatriz j a, em 26.02.15

 

 

 

O Conselheiro económico da Merkele, Michael Fuchs, está na BBC a dar uma entrevista. É um dos principais utilizadores do discurso de os gregos e os do sul só quererem viver à custa dos outros e embora diga o oposto é evidente que aposta na saída da Grécia da UE.

Diz que não quer a Grécia fora da UE mas repete que na Grécia nada funciona e não acredita que vá funcionar porque eles  [os gregos] não fazem o trabalho de casa (fala sempre como se os alemães fosse os professores dos outros países que se não se portarem bem ainda vão para a rua) ... diz que a UE tem que ficar coesa e competitiva usando as regras... alemãs...

 

Sobre a Rússia e na resposta à questão, 'será que a Merkele se enganou a ler Putin', a resposta é: a Merkele é extraordinária, fala russo muito bem e ninguém conhece melhor o Putin que ela... enfim, são o Politburo da UE...

  

publicado às 04:46

 

 

Ao contrário do que dizem por aí parece-me que não seria um mal menor para a UE e que o risco de, a médio prazo se desmoronar parcialmente [o que é igual a os países do Norte perderem o valor e poder que agora têm], seria bem real. 

 

Para nós, a única coisa que não interessa é a Grécia ficar de espinha quebrada perante a Alemanha porque isso torna os PIGS mais PIGS ainda do que são. 

 

Se a Grécia ficar na UE com um acordo em que ambas as partes cedam mas sem que o Eurocamartelo obrigue a Grécia a prostrar-se na miséria pedindo ela própria o chicote da troika, o que seria, penso, a única solução positiva, é bom para nós porque teríamos mais confiança em que a UE, num futuro qualquer cinzento não nos faça o que está a tentar fazer à Grécia.  [à questão, 'Para onde foi o dinheiro emprestado à Grécia ¿ a resposta é: a grande maioria para os credores e o resto para os corruptos dos quais a Alemanha fez questão de dizer que queria que os gregos elegessem para com eles continuar a negociar...']

 

E sim, é verdade que beggars can't be choosers e que a Grécia está na posição de pedinte mas a UE já não é apenas uma união de interesses económicos, é uma união política. É que a Alemanha e o Norte comportam-se como se fizessem um grande favor aos outros países por tê-los na União de tal modo que estes devem aceitar as suas ordens e interesses como se fossem os de todos... quando a verdade é que obrigaram os gregos a encolher a sua economia e a empobrecer enquanto lhes emprestavam dinheiro para comer juros, comer os negócios que eram tradicionalmente deles (como fizeram connosco a quem pagaram para não produzir) e deixá-los na posição de pedintes e fornecedores de mão de obra barata.

É bom não esquecer que a união tem como objectivo principal a paz no espaço europeu.

 

Se a Grécia sair da UE também é bom para nós, apesar de inicialmente perdermos algum dinheiro.

Talvez que com os líderes que os gregos agora têm (não corruptos e sem medo de grandes lobistas corporativos subornadores), possam pôr as contas em dia muito mais depressa que no contexto da UE: podem negociar com o FMI e a UE mas já sem terem que aceitar ordens políticas de desmantelamento geral da economia. Iam ter com os chineses, os russos e os turcos [e outros]. Voltavam ao dracma que valeria quase nada o que seria bom para a exportação, turismo e, enfim, para a economia. Punham o turismo, as indústrias mercantes e outras a funcionar e em uns 5 ou 10 anos estavam back in business... porque o que lhes querem propôr é uma escravidão muito maior que é lutar e passar dificuldades mais umas dezenas de anos sem perspectivas de paridade, sempre como inferiores pedintes... [os credores aumentavam os juros? Eles estão com os juros a 20%!!! ].

 

Isto seria um grande precedente de como lidar com as políticas imperialistas alemãs e nórdicas que os poria num lugar muito mais cauteloso que aquele em que estão agora e que é de uma arrogância muito nefasta e perigosa para todo o projecto europeu... o que seria bom para nós...

 

O único cenário mau para nós é a Alemanha (juntamente com os seus parceiros interesseiros) conseguir quebrar a espinha aos gregos. Os países do Sul agem amedrontados com os do Norte e é a economia que paga essa falta de coragem política na mesa das negociações: que raio de benefícios é que isso lhes poderá alguma vez trazer???

 

Mas quem é que honestamente pode ainda defender que estas políticas de austeridade radical que levaram ao desemprego em massa, à miséria, à fuga de jovens que tanta falta fazem, estão bem e são a solução para os países do Sul alcançarem autonomia económica e política?? 

Como é que se pode dizer, como disseram há uns dias os do Eurocamartelo que Portugal está no bom caminho mas precisa de continuar as reformas, isto é, despedir mais pessoas, cortar salários e baixar o salário mínimo!!??

Quem ouve estas coisas e engole e cala merece tudo o que lhe acontece.

 

 

publicado às 17:45


Emigração

por beatriz j a, em 13.03.14

 

 

Emigração terá levado um quinto dos trabalhadores qualificados de ...

 

tap-admite-600-novos-trabalhadores-para-corrigir-fuga-de-talentos


Para quem diz que as notícias de fuga de gente qualificada é demagógica... o facto da maioria dos emigrantes serem os do costume (construção civil) é normal, pois são esses os primeiros a ficar num grande aperto sem trabalho e, são em muito maior número que os licenciados; o que não era costume era que, além desses, os outro, os qualificados, tivessem que emigrar por falta de perspectivas de futuro: enfermeiros, engenheiros, gestores, investigadores das áreas científicas, aos milhares, cada ano (trabalhadores da hotelaria terem que emigrar, num país onde a indústria do turismo é das poucas que está em crescimento, é um dado muito significativo do que se passa em termos de oportunidade de trabalho no país...)
Porque os outros, os trabalhadores da construção, quando precisarmos deles há onde ir buscá-los; mas os qualificados, quando precisarmos deles, não temos onde ir buscá-los porque não se forma um enfermeiro, um engenheiro ou um biólogo marítimo em três meses e, dos que emigram agora, muitos já não voltam para um país onde o máximo que podem esperar é um emprego onde se ganha pouco mais que o salário mínimo.
Houve um esforço, nos últimos dez anos, em aumentar o número de licenciados no país (que mesmo agora está muito abaixo da média de outros países europeus), de qualificar a mão de obra e, o que se passa é que desperdiçamos esse investimento deixando que outros se usem desses recursos.
Logo, ficam por cá muito menos pessoas qualificadas (só temos números de 2011, sendo que 2012 e 2013 tiveram vagas maciças de emigrantes qualificados)
Portanto, é verdade e, não é demagogia, dizer que o país está em perigo de ficar sem pessoas jovens, produtivas e, reprodutoras, qualificadas e não qualificadas, minimamente suficientes, num futuro já muito próximo, para continuar a existir enquanto país independente.
Já nem falo das áreas das Humanidades onde a situação é calamitosa em termos de emprego e perspectivas de fututro... apesar de termos uma dramática falta de pessoas de qualidade nessas áreas que são atacadas nos discursos oficiais e nas práticas de desincentivo.

publicado às 12:01


O Futuro que estamos a construir?

por beatriz j a, em 08.03.14

 

 

 

 

publicado às 09:17


O incerto futuro da europa

por beatriz j a, em 17.02.14

 

 

 

 

But there is one big difference with the riots seen in other European cities, and this is where Bosnia speaks directly to Europe's current predicament: this is not a rebellion of discriminated and ghettoised groups, territorially contained on the outskirts of big cities. It is a rebellion of the whole population that has been subjected to economic impoverishment, social devastation and political destitution. In this, Bosnia is an image of Europe's future: ungovernable populations, exhausted by austerity measures and left to their own devices after the collapse of remnants of the welfare state – a state with no prospect for growth, run by elites of dubious, if any legitimacy who deploy heavily armed police to protect themselves against ordinary citizens.

 

 

publicado às 20:05


Blogs por aí

por beatriz j a, em 06.02.14

 

 

 

O Futuro foi esta semana.

 

http://lsoares.blogs.sapo.pt/o-futuro-foi-esta-semana-975770

 

 

publicado às 11:57


Directamente do FB

por beatriz j a, em 22.12.13

 

 

via RAA

P.U.T.A.'s photo.

publicado às 11:43


A verdadeira crise

por beatriz j a, em 29.11.13

 

 

Emilio Lledó: “La verdadera crisis es la de la inteligencia”

SARAY ENCINOSO | Santa Cruz de Tenerife


-¿La crisis ha reducido nuestra capacidad de pensar, de replantearnos las cosas?

“Creo que no estamos tanto ante una crisis económica, sino en una crisis de la mente, de nuestra forma de entender el mundo. La crisis más real -con independencia de los problemas económicos, que son muy reales- es la crisis de la inteligencia. No estamos solo ante una corrupción de las cosas, sino ante una corrupción de la mente. A mí me llama la atención que siempre se habla, y con razón, de libertad de expresión. Es obvio que hay que tener eso, pero lo que hay que tener, principal y primariamente, es libertad de pensamiento. ¿Qué me importa a mí la libertad de expresión si no digo más que imbecilidades? ¿Para qué sirve si no sabes pensar, si no tienes sentido crítico, si no sabes ser libre intelectualmente? También ocurre que uno intenta pensar y escribe cuatro especulaciones y no puede hacer nada. Piensas pero no tienes poder. De ahí el poder de la política”.

 

-¿Cómo consigue no caer en el pesimismo después de decir eso?

“No soy nada pesimista. Solo soy pesimista, en cierto sentido, porque ya soy mayor y me queda poco tiempo, o menos tiempo, pero a mí me parece que la vida es algo muy hermoso y muy estimulante. Tenemos que darnos cuenta y no podemos olvidarnos de la posibilidad que tenemos de mirar. Los filósofos griegos me enseñaron que la palabra ‘idea’, que nos remite al idealismo, significa mirar. Mirar con los ojos, no con la mente. Y después de eso viene la educación…”.

 

-Hablando de educación, la nueva reforma educativa elimina la obligatoriedad de dos de las tres asignaturas de Filosofía en Secundaria y Bachillerato. ¿Qué consecuencias tendrá en el futuro?

“Me parece un disparate, una cosa inconcebible, cuando hoy precisamente en el mundo tecnológico es tan importante la reflexión sobre los sentimientos, sobre las acciones, y a eso ayuda la filosofía”.

 

-Dice que le preocupa más la corrupción de la mente que la corrupción tradicional. ¿Quién está corrompiendo nuestras mentes?

“Una política de la mentira y una educación que no se ha tomado en serio. La educación es la esencia de partida social y si eso falta la sociedad de va a pique. Filosofía significaba apego a entender. Preocupación por saber qué mundo es el tuyo, qué sociedad es la tuya y cómo compartir la vida con otros. Por eso es tan importante la política, aunque hoy se hable de la destrucción de la política”.

 

-Lo que quizás ha conseguido la situación actual es que la gente tenga más apego por saber, más necesidad de filosofía…

“Sí. Quizá la crisis nos ha dejado al aire, al descubierto, y eso nos estimula, por eso es tan importante que los jóvenes se formen, y que tengan acceso a una educación de calidad. Yo he vivido mucho tiempo fuera de España en grandes países tecnológicos, y en un país como Alemania nunca apostarían por una universidad privada”.


 -A nosotros nos han obligado a pensarlo todo en términos de rentabilidad económica..

 “Exacto. La economía es importante, pero es solo una parte. Hay que dejar que los muchachos, los cinco o seis años que están en la universidad, se entusiasmen con algo, que no se obsesionen con cómo ganarse la vida, ya se la ganarán o la lucharán. La obsesión por ganarse la vida es la forma más radical de perderla”.

 

-Después de ser un niño de la Guerra Civil en España y de vivir en Berlín la caída del muro, ¿cómo ve la situación actual en cuanto a libertades y derechos?

“Como niño de la Guerra Civil sé lo que es el hambre, pero no el hambre como metáfora. El hambre, hambre, hambre de Madrid de los años 40. No tener qué comer durante años. Era una situación patológica, había acabado una guerra, y había unos vencedores y unos vencidos. Eso hoy no existe, hoy se nos ofrecen un montón de cosas. Estamos en la sociedad del consumo, en una sociedad que acaba consumiendo al consumidor. Pero es consumo vacío, consumo consumiente, que te consume, que te deteriora”.

 

-Eso lleva a otra pregunta: ¿Cómo nos está deteriorando el uso perverso del lenguaje?

 “De una manera increíble. Una forma de deteriorar la mente es deteriorar el lenguaje. Utilizamos palabras sin pensarlas. Por ejemplo, ahora hay que ponerlo todo en valor. Sin embargo, no sabemos qué es el valor porque no sabemos lo que son los valores. La universidad tiene que fomentar un debate sobre los ideales. Los creadores de riqueza son necesarios, pero unos pasos más adelante hay que crear algo que rompa la pura pragmacia. O la practiconería, que es una palabra que seguro que la Real Academia no aceptaría, pero que me parece muy expresiva”.

 

 -¿Confía en que en el futuro seremos menos pragmáticos?

 “Yo creo que sí. Si no sería la muerte. Tenemos que dejar esa herencia de idealismo”.

 

publicado às 05:29


Também o futuro justifica o presente

por beatriz j a, em 24.09.13

 

 

 

What I believe is that other people will continue to live after I myself have died. (Samuel Scheffler no NYT)

 

Se tivéssemos a certeza do fim da Humanidade, se por exemplo, a hipótese do filme Children of Man fosse real e a Humanidade enfrentasse um futuro limitado em virtude da total e irreversível infertilidade da espécie, que sentido teriam agoras as nossas vidas, o nosso trabalho, as investigações sobre doenças, sobre o Universo... não é só o passado que justifica o presente, também o futuro o justifica. Precisamos acreditar que a seguir a nós vêm outros. Talvez seja mais importante acreditar e criar condições para a perpetuação da espécie, para um futuro do Homem (sem o qual nada do passado terá tido propósito) do que acreditar e trabalhar para uma vida depois da morte.

 

publicado às 18:55


Os 'pets' do fututro

por beatriz j a, em 03.09.13

 

 

 

 

theremina:sethturin:The LittleDog RobotThis is the more advanced version of this robot, created by the University of Southern California. The robot is completely autonomous and trained by machine learning algorithms. SQUEEEEEEEEEEEE

 

The LittleDog Robot

This is the more advanced version of this robot, created by the University of Southern California. The robot is completely autonomous and trained by machine learning algorithms



publicado às 15:09


a mafaldinha tem sempre razão

por beatriz j a, em 10.07.13

 

 

 

 

publicado às 07:35

 

 

 

 

O que faremos se o sistema já não conseguir criar trabalho?

 

Ultrapassar os fracassos da sociedade capitalista.

 

publicado às 19:31


Uma metáfora da situação da Europa

por beatriz j a, em 01.01.13

 

 

 

 

Moleiro Editor

Photo
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Isto parece-me uma matáfora da situação da Europa: a Merkele e os amigos a quererem que sejamos como a China estão a transformar a Europa num monstro que se destrói a si próprio.
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Estamos reféns da visão medrosa e tacanha dos economistas da moda e de políticos sem conhecimentos, sem bagagem cultural e sem envergadura que defendem que para competirmos com a China temos que tornar-nos iguais à China, escquecendo que tornarmo-nos iguais à China significa termos povos sem direitos humanos, sem direitos civis nem laborais, mantidos pouco acima da escravatura, em empregos onde não ganham para uma vida digna e, calados.
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A Europa vinha a construir -com muitos precalços pelo caminho, é certo- uma sociedade governada pela razão, pela autonomia dos cidadãos e dos povos, pelo respeito dos direitos humanos, pelo ideal duma sociedade mais justa, mais igualitária, mais humana. Os outros povos do mundo olhavam para aqui quando queriam um ideal a atingir.
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De repente, o fim da Guerra Fria e a globalização fizeram o mundo ocidental regressar ao capitalismo selvagem que defende, mesmo se à custa do avanço civilizacional de mais de dois ou três séculos, o sucesso a todo o custo, o lucro a todo o custo, a competição desenfreada e o crescimento a todo o custo.
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Com esses princípios que contrariam o espírito europeu das luzes e do desenvolvimento sustentado das democracias, a Europa partiu para uma política de não cooperação entre os seus membros, mas de manipulação e exploração de uns pelos outros, com objectivos dúbios de pôr uns países na pobreza a servirem de mão de obra barata para os outros poderem competir com a China. Estamos a assemelhar-nos à China...
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Mas quem é que quer uma Europa construída à maneira da China? Se tivéssemos políticos de qualidade e saber, aproveitávamos esta oportunidade histórica única para construir uma união entre povos, abdicando dum ideal -irrealista- de crescimento contínuo indefinidamente e apostando num crescimento cujo indíce de medida seja a qualidade de vida, a boa vida.
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Porque não medir o índice da sociedade europeia pela qualidade vida dos seus cidadãos? Entendendo-se por qualidade de vida, uma vida digna onde ter uma educação e uma habitação e um trabalho não sejam um luxo mas um instrumento generalizado para a construção duma vida digna. Uma vida que não se esgota no trabalho porque uma boa vida tem que incluir tempo de lazer, tempo de família e a possibilidade de dedicar-se a fins pessoais.

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Ninguém tem o direito moral de desenhar para os outros uma vida de trabalho ou de miséria desde a infância até à cova.

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É claro que para isso é preciso mudar muita coisa: em primeiro lugar a organização do trabalho. É preciso que as pessoas trabalhem menos horas e lhes seja pago um dia de trabalho, para que todos possam ter acesso ao trabalho. É preciso desistir do lucro desenfreado, apostar numa sociedade onde o dinheiro esteja mais bem distribuído e onde não se eduquem as pessoas para uma ideia de sucesso ligada a ter muitos bens de luxo.
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É preciso mudar a educação que não pode ser vista apenas como meio de formar trabalhadores. Uma pessoa pode tirar um curso superior de música e ser agricultor, como pode tirar um curso de filosofia e ser trabalhador de um fábrica. Se a sociedade formar os seus cidadãos para serem pessoas úteis mas autónomas e críticas, aquilo que somos enquanto pessoas não estará, necessariamente, ligado ao trabalho que fazemos e, podemos ter um trabalho qualquer e prosseguir outros interesses pessoais no tempo disponível, sem que isso seja visto como insucesso, o que aumenta a nossa qualidade de vida. É claro que podemos não querer tirar um curso superior e estudar o suficiente para arranjar um trabalho. Mas, isso tem que ser uma opção da pessoa e não uma imposição de governos.
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É preciso os economistas deixarem de vir, do alto da sua cátedra, dizerem aos políticos que a solução dos problemas é desqualificar a vida de quase toda a gente para não desagradar aos grandes barões das finanças que engolem povos.
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Era preciso que reorganizássemos a sociedade de modo a não nos desviarmos daqueles ideais do iluminismo, embora interpretados à luz actual, que continuam a ser ideais justos. Pois que interesse tem a vida colectiva da humanidade se não juntarmos esforços para nos melhorarmos enquanto humanidade?
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Isto parece difícil? Pois é... mas mais difícil foi o Galileu fazer valer a sua ideia de educação e ciência. Mais difícil foi vencer o nazismo. Mais difícil é pensar que estes séculos de luta onde tanta gente se sacrificou para que tivéssemos sociedades democráticas, governadas pela razão e não pelas religiões, onde as pessoas são vistas como pessoas e não como meros instrumentos do lucro alheio, serão todos perdidos e que daqui a cem anos estaremos como os chineses ou os árabes estão agora.
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Não seria preferível aproveitar esta oortunidade única e construir uma sociedade de povos cooperantes, interessados mais na qualidade vida dos seus cidadãos que no lucro desmedido? Não seria excepcional chegar à sociedade das nações onde todos os dias se discutem guerras e massacres e dizer, 'olhem o que fizémos. E, se nós o fizémos outros também o poderiam fazer...?'
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Porque é que há-de ser impossível? Os povos querem-no. Ainda temos uma geração de pessoas que estudaram sem se endividarem para o resto da vida e estão conscientes do que está em causa, como se vê pelas saídas à rua de tantos milhares de pessoas em tantos países a protestar o rumo que a Europa está a seguir.
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Já os outros povos deixaram de olhar para a Europa como o ideal duma civilização justa... porque já não o é. É uma civilização que parece ter agora como objectivo degradar-se até ao nível da China. Como se vê pelas palavras deste Olli Rehn, temos na Europa uma falta aflitiva de políticos de qualidade.
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Olli Rehn diz que Portugal precisa de mais consolidação orçamental em 2014

“excesso de regulação da actividade empresarial e a rigidez do mercado laboral”, assim como o “acesso fácil a dinheiro barato” e a existência de “sectores protegidos”.

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Ainda estamos no 1º dia de 2013 e este indivíduo já vem dizer, sem nenhum pudor, que temos que continuar a despedir pessoas por 2014 adentro porque há muito dinheiro fácil(!) no país. Decerto o escandaliza que ainda haja um empregado com direitos laborais no país, pois o que se deseja mesmo é que nos tornemos como os trabalhadores da Apple na China onde os patrões das fábricas constroem muros à volta das fábricas suficientemente altos para eles deixarem de se suicidar.

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A crise da Europa é uma crise de mediocridade das ideias, mediocridade dos políticos que nos governam e mediocridade dos economistas que os aconselham. Falta de ideias, falta de visão histórica, falta de coragem política, ganância própria dum modelo de capitalismo selvagem, próprio de sociedades não civilizadas. Fazem tudo ao contrário do que deveriam fazer!

 

 

publicado às 15:02


O futuro está já aí...

por beatriz j a, em 20.09.12

 

 

 

 

 

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publicado às 21:49


Olhar para o passado

por beatriz j a, em 16.05.12

 

 

 

Uma pessoa olha para o passado para se compreender e para corrigir erros. Se vai a tempo de os corrigir, corrige, senão anda em frente. Agora olhar para trás para se lamentar disto ou daquilo ou remoer o que poderia ter feito diferentemente...não entendo. É um exercício inútil que só atrapalha os passos porque na altura em que tomamos as decisões tomamo-las com base no que então somos, no que sabemos e no que são os condicionalismos da altura de modo que pensar 'ah se voltasse atrás' e tal não faz sentido nenhum. Não existe o 'voltar atrás' e enquanto se fica a remoer os erros do passado não se constrói presente nem futuro.

 

publicado às 20:48


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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