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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Não posso dizer que me tenham surpreendido muito as recentes notícias sobre alterações na política económica alemã.
No artigo anterior procurei expor o que penso dever ser uma nova exigência de Portugal em Bruxelas. Na verdade, são mais de 30 anos de integração europeia com mais de 130 mil milhões de euros de fundos europeus e Portugal vai ficando para trás na comparação com os outros Estados-membros. Com os poderes de Bruxelas quanto a supervisão e homologação dos mais variados instrumentos de política económica, financeira e orçamental, a responsabilidade pelos resultados não pode ser atribuída só a Portugal. Tem de ser assumida, também, pelas autoridades europeias.
(Santana Lopes)
130 mil milhões de fundos entraram no país??? 130 mil milhões??? Isso dá quase 4 mil milhões e meio por ano... é muito dinheiro. Tem de haver muio desvio, muita incompetência e incúria (mais ou menos sempre das mesmas pessoas que andam pelos governos e autarquias há décadas) para se terem escoado 130 mil milhões e ao fim de 30 anos estarmos a descair em todos os indicadores.
Isto é uma facada na esperança de mudar alguma coisa no país, dado que não acredito que as macieiras do quintal de repente comecem a dar pêras e dado que são os mesmos que vão continuar nos lugares de poder. Eles, os seus filhos e os filhos dos filhos. Tempos sombrios se avizinham.
Dantes pensava que uma das grandes vantagens de estarmos na UE era fazermos parte de uma equipa onde os problemas seriam discutidos por todos de modo que haveria grandes probabilidades de, pelo menos alguns dos países, intervirem num sentido de nos ajudarem a evitar erros. Mais ou menos como se passa no hospital onde sou tratada. Em vez de um só médico tratar de nós, somos analisados por uma equipa multi-disciplinar, o que dá alguma segurança no caso de o nosso médico, por alguma razão, cometer um erro, pois há sempre alguém na equipa com experiência que vê o erro. Só que esta estratégia (que também tem algumas desvantagens) só funciona se os países da UE forem liderados por gente competente e que leva a União a sério, nos seus princípos e finalidades. Ora, não tem sido o caso. Nem os países da UE tem líderes à altura, nem parecem interessar-se por outra coisa que não seja a vantagem pessoal. Tempos sombrios se avizinham.
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