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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
The Master aborda a questão das seitas e cultos que crescem à volta duma figura carismática, manipuladora, que, com uma linguagem pseudo-científica adopta uma estratégia de dar a cada um a narrativa que precisa. No caso do personagem principal do filme, interpretada por Joaquin Phoenix, um retornado da guerra, alcoólico, perturbado, desajustado e perdido, uma narrativa que lhe dá um contexto para explicar o passado, um propósito para pensar o futuro e um sentido de utilidade para aguentar o presente que ele aceita, embora nunca se deixe possuir, por assim dizer.
A interpretação do Joaquin Phoenix é assombrosa. A câmara, que filma com um realismo, às vezes assustador, é muito invasiva a ponto de deixar os actores muito expostos. Pois o Joaquin Phoenix deixa-se ver completamente na sua condição humana: muito magro, com explosões de violência que andam a par duma vulnerabilidade emocional instável, constrói um personagem dum muito intenso realismo.
Ninguém, no filme, está à altura dele, embora o Philip Seymour H. esteja muito melhor do que é costume, o que terá que ver com a qualidade do co-actor com quem tem, no filme, uma relação única de identidade. Não é que os outros actores não estejam bem, mas o Joaquin Phoenix está noutra categoria muito acima.
Duas actrizes destacam-se pela qualidade do trabalho embora tenham pequenos papéis: a Laura Dern e a Madisen Beaty, que faz de Doris.
Um filme muito bom.
The Last Station soundtrack by Sergey Yevtushenko. Great film, beautiful music.
The last days of Tolstoi with his wife. Russia before red october when all the utopias were on the loose.
...damaged people need time, patiente, love and determination.
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