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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Há duas datas que importava celebrar com um dia feriado e de celebração oficial, acima e antes de todas as outras: a da fundação da nação portuguesa e a da restauração da independência. São os dois marcos no tempo que nos explicam a existência. Pois, nem uma nem outra. É triste.
Estou à espera do cumprimento de promessas para que a fraude democrática não se aplique rapidamente a este governo. Pela minha parte vou querer cumpridas, sem tangas, as promessas feitas. Ora, a primeira é já para daqui a 3 dias: venha de lá o feriado do 1 de Dezembro, da Restauração, como prometido.
Em nota enviada à imprensa, Ribeiro e Castro recorda que a entrega da petição acontecerá 105 anos depois de um decreto do Governo Provisório da República ter instituído o 1.º de Dezembro como “o mais importante dos feriados nacionais”.
Recorde-se que o 1.º de Dezembro deixou, à semelhança do 5 de Outubro, de ser feriado durante o Programa de Ajustamento Financeiro, depois de a troika considerar que a diminuição dos dias feriados contribuiria para o aumento da produtividade nacional.
Isto de anularmos o feriado mais importante do País foi duplamente vergonhoso por ser o feriado da independência e por ter sido ordenado por estrangeiros.
Aliás, parece-me que nos falta ainda um feriado, provavelmente ainda mais importante que este: o da fundação de Portugal.
Este ano (lectivo, entenda-se) os feriados, que já são poucos, calham todos a sábados e domingos. Não está certo...
Estava há bocado as ver nas notícas -num dos canais nacionais- uma reportagem que começou assim, 'Comemoram-se hoje vinte anos do Buzinão na Ponte 25 de Abril'. Seguiu-se uma reportagem de uns bons minutos, com entrevistas e tudo, sobre o incidente do tempo do governo de Cavaco Silva na altura em que o 'Pai sou ministro' era o tipo da tutela da Administração Interna.
O que me faz confusão é a comemoração desta data. Uma coisa é lembrar um facto histórico outra comemorá-lo. Depois, parece ter mais protagonismo televisivo -pelo menos de dois em dois anos há uma reportagem- que a comemoração da Restauração. Será que trocaram o feriado da Restauração pelo feriado do Buzinão?
Acordo com o Vaticano fecha calendário dos feriados. Governo esclarece que supressão dos quatro feriados - Corpo de Deus, 5 de Outubro, 1 de novembro e 1 de dezembro - só será feita a partir de 2013.
Acho isto revoltante e um abuso de poder. Como se não bastasse estarmos de joelhos diante da Alemanha e da Europa em geral, ainda nos apagamos mais por iniciativa própria. Não me conformo com isto. Mas quem é o ministro da economia ou outro qualquer para decidir por nós que o feriado da Restauração da nossa independência é descartável? E o da República a mesma coisa. Mas quem é que esta gente se julga para decidir da nossa memória de povo, da qual depende a nossa identidade, como se o povo fosse um objecto da sua pertença? Isto é não ter noção dos limites do seu mandato.
Acho isto inacreditável e só por isto acho que este indivíduo não é de confiança e não serve para nos representar, nem no festival da canção, quanto mais numa pasta governamental!
Acho mal que se acabe com o feriado do 1 de Dezembro ou com o 5 de Outubro. Se é para acabar com um ou dois feriados, que se escolham feriados religiosos visto que somos um país laico, embora de maioria católica. Alguns feriados católicos estão inscritos na nossa matriz cultural como o Natal ou a Páscoa ou até o 8 de Dezembro que tem um significado histórico ligado à independência do país de modo que não faz sentido acabar com eles; agora, há feriados religiosos que nem a maioria dos católicos conhece ao certo e que não têm nenhum significado como é o caso do ferido do 'corpo de Deus' e da 'assunção da Nossa Senhora aos Céus' e, são estes ou outros semelhantes, que nada dizem a praticamente ninguém e que nem sequer são celebrados pela grande maioria dos católicos que deviam acabar.
O feriado do 1 de Dezembro traz todos os anos à nossa memória a certeza que, mesmo em situações limite, como a perda de independência, somos capazes de nos unir para modificar a situação. Não é um acontecimento menor e devia continuar a ser celebrado. Liga o nosso passado remoto ao presente e dá-nos um sentido nacional. E o feriado do 5 de Outubro devia lembrar-nos que somos um povo autónomo capaz de se organizar e vencer dificuldades sem necessidade de figura paterna.
Momentos importantes da vida dos povos são como momentos importantes da vida das pessoas: são momentos de ruptura e de reorganização, momentos de crise à volta dos quais se constrói a nossa identidade. Se não existem, toda a nossa história se torna indistinta e in-significante.
O fim do feriado do 1 de Dezembro. Em todos os países a Fundação (se são jovens) e a Independência são os feriados mais importantes que se comemoram, que diabo! Propor uma coisas destas é mesmo de quem não tem noção da importância da História como memória e identidade coletiva e como prevenção do futuro.
Concertação Social: Ministro da Economia anunciou a parceiros que os feriados a eliminar serão discutidos já nas próximas reuniões.
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O ministro, 'Opá chama-me Álvaro', cada vez que vem a público é para isto: fazer nada. Já nos tiraram os salários, já nos levam o que resta em impostos e agora querem tirar-nos os feriados. Como se o gozo dos feriados fizesse alguma diferença na economia. O que faz diferença é a improdutividade do trabalho e a falta de incentivo à economia mas, quem não sabe fazer mais nada, chateia os que trabalham.
Palavra de honra que o PS parece ter sido varrido por um tornado de parvoíce. Agora são duas deputadas que querem reduzir feriados porque na Alemanha têm menos que nós! Que nos interessa isso?
Veja-se que um dos feriados que querem eliminar é o da Independência!!! Não é normal os deputados duma nação serem tão incultos e nada patriotas.
Qual é, em todo e qualquer país, o feriado mais importante de todos? O da fundação do país ou o da independência.
Que culpa temos nós que a Alemanha tenha sido uma confusão de feudos e cenas até ao final do século XIX e só tenha cento e tal anos como nação? Nós temos quase 900 anos de país como deve ser!
Que culpa temos nós que as recentes datas da história alemã não possam ser comemoradas - o dia em que ocuparam Paris? O dia em que declararam guerra à Europa? O dia do Anchluss? O dia em que inauguraram os comboios para Auschwitz? O dia em que Hitler mandou partir as lojas dos judeus?
Nós temos datas para comemorar! Dessas datas, aquelas que marcam os dias em que meia dúzia de gatos pingados arrearam em milhares de espanhóis são das que mais bem fazem ao nosso ego de portugueses.
Se essas deputadas gostam da maneira de ser dos alemães, emigrem! E se cada feriado custa 33 milhões, ou lá o que é, vão ao bibi do BPN pedir que devolva o que roubou, ou ao sucateiro, ou a qualquer dos outros senhores que têm andado a governar-se com o nosso dinheiro. Devolvam o que roubaram. Agora roubarem-nos a História é que não!
humm...se calhar há por aí descendentes do Miguel Vasconcelos que querem ver se passam despercebidos...não vá acontecer que ainda sejam atirados duma janela.
Os empresários já fizeram as contas e afirmam que Portugal tem mais dois feriados do que a média da União Europeia. (IOL TVi 24)
Ah...os empresários fizeram as contas...? Uau...! Pelo menos essas contas sabem fazer. Já as contas do que tiram do país e põem lá fora em off-shores parece que são mais difíceis de fazer.
O que interessa é que os trabalhadores trabalhem mais horas, pois. Os que não estão no desemprego, que já trabalham desalmadamente, devem ainda não ter feriados. E porquê? Porque na Europa eles têm menos feriados? Eles têm menos feriados porque não têm mais de 800 anos de história como nações independentes. Alguns, como a Espanha e a Finlândia têm pouco mais de cem anos. Mas nós temos. Por isso temos muitas datas para comemorar. Porque temos uma história rica de acontecimentos e de heróis. Mas até isso, que temos a mais que os outros nos querem tirar. A memória do povo que somos. E para quê? É que os muito ricos, que neste governo do Sócrates estão cada vez mais ricos, não gostam de viver num país pobre. Agora que têm o dinheiro a salvo em ilhas perdidas e na Suiça, querem que 'alguém', que não eles, se sacrifique para que o país não desapareça.
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