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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
François Gérard desenhou para a obra de Humboldt (Humanitas. Literae. Fruges - de Atlas geographique et physique des regions equinoxiales du nouveau continent, fonde sur des observations astronomiques, des mesures trigonometriques et des nivellemens barometriques) este frontispício alegórico do encontro do Velho Mundo greco-latino com o Novo Mundo índio. Nele podemos ver Atena e Hermés consolando a América pelos males da Conquista.
Humboldt era um anti-esclavagista fervoroso, um homem das luzes, amante da Natureza, da liberdade e defensor da irmandade entre os povos.
A colecção de que faz parte este livrinho que estou a ler e de onde fui tirar esta imagem e a informação a seu respeito é uma colecção da Gallimard muito boa. Os livros têm tamanho de edição de bolso, são relativamente baratos para a grande qualidade que têm: bom textos, boa documentação, boas imagens em papel couchê. Tenho alguns exemplares. No ano passado comprei uns de pintura para levar para as aulas. Existe uma colecção parecida, quer dizer, com o mesmo formato, papel e intenção, que é fornecer bons livros a preços comportáveis, em português mas, disse-me o livreiro, não se vendem... vá-se lá saber porquê...
Este caso do Renato Seabra, é fascinante do ponto de vista da Psicologia-Psiquiatria-Neurologia e da Criminologia. É um caso de Antologia. Claro que temos pena da morte brutal da vítima, assim como da família, dum e doutro, porque isto para uma mãe é inimaginável. E, até certo ponto, até do rapaz temos pena, não por ele propriamente, mas por uma vida jovem que se perde. Agora, do ponto de vista do crime em si, é fascinante perceber o que é que se conjugou, dentro da mente distorcida dele, e fora dele, no ambiente em que estava, para que se chegasse ao desfecho que as coisas tiveram.
O mais fascinante, penso, é o choque... porque é difícil ver este crime neste rapaz. O exterior dele, aquele ar de ingénuo e acriançado, juntamente com uma idade ainda nova e o passado pacato de rapaz de província é que nos enganam. Quando pensamos o que ele fez, durante o tempo que o fez, imaginamos um indíviduo de grande poder físico, com uma raiva interior descontrolável, insane e psicótica, de face muito afastada já do humano em si.
Na verdade, nós todos nascemos com instintos que são instrumentos de defesa capazes de nos levarem a matar alguém. Mas mantemos esses instrumentos como garras recolhidas quando estamos com outros que não constituem ameaça. Quando alguém não compreende esta premissa e está no meio dos outros como predador é evidente que não pode mais ser deixado à solta. Ou seja, quem é que no seu perfeito juízo se arrisca a ficar sozinho com este indivíduo num sítio qualquer, sabendo das monstruosidades que ele é capaz de fazer assim dum momento para o outro?
Essa gente toda que anda aí a fazer o elogio do assassino...queria vê-los se tivessem que ficar sozinhos com ele num sítio qualquer...
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