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Uma das consequências desta situação de desprezo a que a educação e os professores foram votados desde a Lurdes Rodrigues será que, num futuro muito próximo, vão ser aceites como professores pessoas sem nenhuma formação, sem sequer académica, quanto mais vocacionada, ou então estrangeiros, como acontece na Inglaterra que já tem este problema há anos e de quem copiamos os erros, a quem vão pagar os olhos da cara para dar aulas. Na minha escola está a dar aulas um rapaz que saiu o ano passado do 12º ano de um curso profissional porque já não há professores de TIC. No entanto, havia, até há bem pouco tempo, excesso de professores, com muito boa formação académica e vocacional. O governo e o ME tem jogado, consciente e intencionalmente, para o lixo, a carreira dos professores. E até faz campanhas nos jornais para pôr a sociedade contra nós. Isso começou com a coveira nº1 da educação, a Rodrigues, de quem o Costa é um devoto seguidor.

 

Ainda não soaram os alarmes no Ministério da Educação?

Na Escola Secundária D. Dinis, por exemplo, duas turmas estão sem Física e Química há dois meses. Na Secundária de Bocage, há turmas de 12.0º ano (e que, portanto, vão fazer exame) sem professor de Matemática.

 

As duas escolas não ficam num concelho isolado a um canto do território. Situam-se respetivamente em Lisboa e Setúbal e são o produto de uma conjugação de fatores que mostra os equilíbrios precários com que se iludem cenários macroeconómicos. Com um corpo docente envelhecido, carreiras pouco atrativas e um sistema de colocações que obriga os professores a passarem décadas de mala às costas antes de conseguirem efetivar-se, as escolas recebem cada vez mais respostas negativas quando precisam de fazer contratos de substituição.

Desde início do ano, o Ministério da Educação já viu recusados 2530 horários. As rendas altas nos centros urbanos são um dos obstáculos, mas além disso as reservas de recrutamento estão praticamente vazias. O cenário irá agravar-se a médio prazo, não só porque 10 a 12 mil docentes desistiram de concorrer nos últimos cinco anos, mas também porque não há novos candidatos em formação.

Só este ano, o número de inscritos nos cursos para o Ensino Básico caiu 30% e houve politécnicos que não conseguiram colocar um único aluno. Dito de forma nua e crua, a carreira de professor não é atrativa e as médias de colocação indicam que a via de ensino é uma escolha de fim de linha. O sucesso na escola depende de muitos ingredientes. Mas não se consegue, indiscutivelmente, sem professores motivados e para quem dar aulas seja um prazer.

Inês Cardoso

 

publicado às 06:00

 

 

...e isso é uma consequência do tipo de economia imediatista/mercantilista em que vivemos.

 

A busca desesperada da Alemanha por professores 

Faltam cerca de 40 mil docentes nas escolas alemãs, e cenário pode se agravar nos próximos anos. Uma controversa solução seria permitir que pessoas sem formação na área se tornem educadores."Há trinta anos, não temos um quadro tão dramático de falta de professores na Alemanha", afirma Heinz-Peter Meidinger, presidente da Associação Alemã de Professores (DL, na sigla em alemão). "No total, faltam 40 mil professores", revelou.

 

O problema é resultado de muitos fatores: aumento da natalidade no país, amplo influxo de refugiados, uma geração de professores se aposentando, falta de investimento em educação e barreiras que complicam a entrada em programas de treinamento de docentes nas universidades.

 

As escolas mais afetadas são aquelas onde os salários dos professores são os mais baixos: as do ensino fundamental, do ensino técnico e instituições voltadas para crianças com deficiências no aprendizado. Escolas municipais nos bairros mais pobres da capital, Berlim, e em áreas rurais são as que mais têm dificuldades para atrair novos professores.

 

Alguns estados estão tentando solucionar a falta de professores dando permissão para dar aula a pessoas sem diploma de professor. A Renânia do Norte-Vestfália - o Estado federado mais populoso da Alemanha -, por exemplo, está recrutando universitários recém-formados com experiência profissional para receber treinamento em escolas para se tornarem professores. 

 

publicado às 21:28

 

Falta de interesse pelo ensino ameaça futuro da educação

E esta crise de vocações para o ensino surge na altura em que se prevê que, face ao forte envelhecimento da classe, dois terços dos atuais professores se reformem nos próximos quinze anos.

Não é uma crise de vocações. A vocação existe, e muitos bons alunos gostavam de ser professores, só que é acompanhada de realismo face ao que é a proletarização e desprestígio social da profissão. Se dessem aulas e falassem com os alunos sabiam disso. 

 

Esta percentagem de apenas 1,5% de estudantes interessados em imitar o percurso dos seus professores foi um dos indicadores que surpreenderam pela negativa os autores do estudo...

Só se surpreende quem anda a dormir...

 

"Se nós não fizermos algo que permita que haja alguma seletividade no acesso a professores e critérios de qualidade na sua formação inicial, vamos ter problemas, porque cada vez mais a profissão de professor é vista como desqualificada", considera.

Atrair os melhores... boa sorte com isso... continuam sem perceber... quando os ministros da educação são os primeiros a desprezar os professores e a alimentar o sistemazinho feudal que a repugnante Rodrigues criou e com o qual destruiu a profissão... ... volto a dizer, boa sorte com isso... 

 

publicado às 06:10


Em Inglaterra é assim. Cá chegará...

por beatriz j a, em 13.07.15

 

 

Desperate schools spend thousands on headhunters

 

Schools are being forced to spend hundreds of thousands of pounds on advertising and headhunters’ fees amid the worse teacher recruitment crisis in memory.

Growing numbers of secondary schools are hiring from Commonwealth countries such as Jamaica and Canada — sometimes on the basis of a Skype interview only.

 

É que a pressão sobre as escolas e os professores tem sido de tal modo violenta que as pessoas fogem dela a sete pés e optam por tirar cursos onde têm acesso a uma profissão com melhores perspectivas.

É o que nos espera... à medida que a economia for melhorando a profissão será cada vez menos procurada, para não dizer, evitada.

 

 

publicado às 19:54


turmas cheias, falta de professores

por beatriz j a, em 23.10.10

 

 

 

Uma colega de Português dizia-me, 5ª feira passada, que tem uma turma do 8º ano, cheia até ao limite legal, que a deixa de rastos em vários sentidos, sobretudo no dia em que os apanha ao último bloco do dia. A turma é tão barulhenta e indisciplinada que passa o tempo a mandar calar, a ralhar, a mandar sentar, a separar miúdos que se pegam por tudo e por nada. Cada actividade que se faz é interrompida tantas vezes que a aula não tem ritmo e torna-se extremamente cansativa e desmotivante, até para os alunos interessados, que são a maioria. Dizia-me ela que se pudesse tirar oito alunos da turma, que estão lá sem o mínimo interesse e só a causar distúrbios, as aulas eram outra coisa completamente diferente, mas da maneira que a turma está, tem a sensação de ter trabalhado o dobro para aquela turma e a aula ter rendido um décimo do que seria o normal.

Se as turmas tivessem menos alunos e houvesse, portanto, mais turmas, estes alunos eram espalhados por todas as turmas e causavam menos danos. Mas, o que interessa dizer é que a escola recebe todos, não é? Estes casos vão aumentar porque já há falta de professores e cada vez mais os que existem vão arcar com o trabalho dos outros.

Agora acontece não se conseguir arranjar professores porque os horários nem sempre são completos e os salários que se lhes paga são de tal ordem que eles perdem bastante dinheiro se forem trabalhar não morando perto da escola, o que acontece com muita frequência.

publicado às 18:19


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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