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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
O problema não é novo e um grupo de pais lançou uma petição para que o diploma que define o rácio de funcionários por escola seja debatido pelos deputados.
Alberto conhece bem aquele caso porque é presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundaria da Maia e garante que "esta é uma realidade que afeta a generalidade das escolas públicas".
A escassez de funcionários "significa falta de segurança, falta de higiene, casas de banho fechadas, pavilhões fechados, bibliotecas fechadas. Significa uma escola a funcionar em condições perfeitamente deficitárias", alerta Alberto Santos.
Para já, os pais têm um abaixo assinado na internet - "Alteração dos rácios de auxiliares de ação educativa nas escolas" que está disponível no site http://peticaopublica.com/ - que conta com 1993 assinaturas, mas precisam de quatro mil para garantir a discussão do problema no plenário da Assembleia da República.
Questionado pela Lusa sobre estas críticas, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) diz estar a "programar o início do ano letivo de forma a assegurar a abertura das escolas no período previsto com todas as condições, também no que diz respeito ao pessoal não docente. Qualquer situação que se venha a verificar de défice será analisada e suprida".
Encarregados de educação vão à escola na hora de almoço para ajudar a vigiar as crianças. Pais acusam o Ministério da Educação de não contratar funcionários suficientes.
No agrupamento da Secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, os pais vão à escola durante a hora de almoço para ajudar a vigiar os alunos do 5.º e 6.º anos que "têm de atravessar uma rua pedonal para irem almoçar à escola sede". A presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação deste agrupamento, Maria Graça Castro, explica ainda ao DN que esta foi a solução encontrada para colmatar a falta de auxiliares que se tem verificado desde o início das aulas.
Tal como nesta escola, a falta de auxiliares nas escolas está a ser colmatada pelos pais que vão à escola em determinados horários para ajudar a vigiar os alunos. De acordo com a CNIPE (Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação) a região de Lisboa e Vale do Tejo é a mais afectada pela falta de auxiliares. Ministério e autarquias ainda estão a trabalhar para resolver um problema que os pais denunciam desde o início do ano lectivo, há quase dois meses. Questionado sobre situações como a de S. João de Deus, o Ministério da Educação responde apenas que neste caso trata-se de actividades de enriquecimento curricular (AEC) que são promovidas pela autarquia em parceria com a associação de pais.
...pois se os pais estão todos no desemprego, para quê contratar funcionários para as escolas, se eles podem fazer algo para ocupar o tempo... não é verdade?
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