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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Os governantes dos países europeus não têm feito outra coisa senão falhar às pessoas. Como é que se pode autorizar uma coisa destas? Em vez de educarmos as pessoas para viverem umas com as outras com respeito educamos para a violência. Ter carruagens separadas para mulheres é educar para a violência porque é o mesmo que dizer que todos os homens são predadores, criminosos em potência e que as mulheres e crianças são vítimas desses monstros e devem andar separadas e protegidas deles. É dizer às mulheres que são vítimas e têm que esperar que os homens as ataquem e dizer aos homens que é normal serem predadores.
Que tipo de sociedade se constrói sobre estes valores? Uma sociedade à maneira árabe... A seguir há-de acontecer que as mulheres que andarem nas carruagens onde vão homens serão vistas como querendo contactos sexuais, já que podiam ter escolhido ir em carruagens separadas. O passo seguinte é as mulheres serem separadas dos homens nas escolas e passarem a andar tapadas para os homens não as atacarem. A seguir, quem não se tapar convenientemente será chicoteada...
Que regressão... que decadência...
Uma companhia ferroviária alemã introduziu as primeiras carruagens apenas para mulheres em alguns dos seus comboios.
Segundo o jornal britânico "The Independent", a empresa "Mitteldeutsche Regiobahn" disse que o objetivo é incentivar um ambiente mais seguro para todos os viajantes do sexo feminino.
Quem está a destruir a Europa são os europeus que a governam, pessoas como o Costa que demonizam os grupos de cidadãos que têm vindo a empobrecer com as austeridades/cativações ao mesmo tempo que protegem tacitamente os abusadores (da banca, da administração pública, dos partidos) e mesmo os corruptos e engordam os partidos para ganharem as próximas eleições.
É isso que tem corroído as bases democráticas das sociedades europeias, é isso que tem levado a que as pessoas se voltem para alguém que as ouça e que as represente. À falta de políticos que pensem as pessoas como pessoas e sem outros recursos de representação uma vez que todos os partidos jogam o mesmo jogo de poder, voltam-se para a pressão da quantidade dos números, como aconteceu com os coletes amarelos em França.
O esforço e revolta que foram necessários, em França, para ganhar pequenas coisas que deviam ser próprias das democracias, como os que têm grandes fortunas pagarem impostos em vez de serem os pobres a pagá-los em taxas e taxinhas ou subir o salário mínimo, por exemplo.
Na Europa os governantes governam para os ricos e culpam os pobres pelos problemas. Quem não se lembra de Sócrates, num Natal, vir à televisão dizer que a culpa da crise era os portugueses gastarem dinheiro a mais e dar o exemplo dos gastos com a comida no supermercado na altura do Natal? Quando todos nós víamos a ladroagem que estava a ser feita pelo Estado e pela banca? Agora o Paulo Macedo vem dar a entender que isso na altura era o modo como as coisas se faziam... tive que ler três vezes para acreditar que não estava a ler mal...
Quem não se lembra de PPC dizer aos portugueses que se não estavam aqui bem que emigrassem? E quem se vai esquecer de como o Costa demoniza os professores, os enfermeiros e toda a função pública enquanto se arma até aos dentes para defender os amigos do partido, mesmo os incompetentes e os de comportamento mais que duvidoso e os impõe ao povo como ministros e chefes disto e daquilo?
As mesmas pessoas continuam nos postos... que efeito ele pensa que isto tem na população? Que efeito pensa ele que os governos europeus, que fazem o mesmo que ele, têm nas populações?
Sim, a Europa está a ser atacada por fora por quem não tem interesse num mercado forte deste tamanho mas os ataques só puderam ser feitos porque o muro já estava cheio de buracos feitos pelo corroer das instituições à conta da acção política dos seus próprios governantes.
Em Inglaterra os ingleses assistem estupefactos à inépcia do seu Parlamento estar num braço de ferro onde ninguém quer ceder a ninguém e com isso todos deixam o destino do Reino Unido à fé do, 'seja o que Deus quiser'. Na Europa assistimos todos nós a braços de ferro, agora com o Reino Unido mas no passado com a Grécia, com a Itália, com Portugal... que têm deixado os assuntos ser governados pela fé no, 'seja o que Deus quiser, acima de tudo não cedemos.'
Como podemos assistir a isto de os nossos governantes europeus serem, no geral, um conjunto de pessoas que não sabem o que fazer, nunca, em situação nenhuma, porque não têm critérios ou, quando os têm atraiçoam-nos ao primeiro aceno de dinheiro ou poder à vista, digo, como podemos assistir a isto e não ir desistindo do mérito das próprias instituições?
Portanto, o que destrói a Europa por dentro são as pessoas como o Costa que são quase todas as que andam pelos governos, tantos os de direita como os de esquerda, conceitos hoje indistinguíveis na praxis de governança.
Das duas uma: ou a Europa é uma tragédia e o Reino Unido faz bem em sair do clube; ou a Europa é uma organização virtuosa e então sim, o Brexit é um erro tremendo. Podem fazer toda a espécie de contorcionismos, dar as piruetas que quiserem, que não há como fugir a isto. (José Cabrita Saraiva)
Este artigo dá ideia que só existem essas duas opções extremas mas não é verdade. Isso é uma falsa dicotomia. Existe, por exemplo, a opção em que a Europa não é, nem uma tragédia nem uma organização virtuosa mas uma experiência complexa, com grandes erros e grandes virtudes, de harmonizar países e nações com séculos e milénios de guerras que necessita do esforço positivo transformador de todos, sobretudo dos que têm mais poder e influência, como o Reino Unido, para que resulte como projecto positivo/democrático para os milhões de cidadãos que dele fazem parte.
Acontece que o Reino Unido nunca acreditou na Europa, nomeadamente na Europa alemã e só entrou nela porque a certa altura percebeu que não podia dar-se ao luxo de ficar de fora. Só que depois deixou de perceber.
Todos vamos perder com a saída do Reino Unido e não só do ponto de vista económico mas do ponto de vista político e de hipóteses de sucesso do projecto, agora que a Alemanha vai poder conduzir isto quase completamente destravada.
Yet in reality the UK has malfunctioned badly since the 2008 financial crisis, suffering a prolonged period of weak productivity growth and flatlining living standards. Investment has been weak. Most of the jobs created have been low-wage and low-skill.
As for the rest of Europe, the eurozone was even slower to recover from the crash, in part because of the design flaws of monetary union and in part because its addiction to neoconservative economic dogma resulted in supercharged austerity programmes.
Brexit, the gilets jaunes protesters in France, the terrible pain inflicted on Greece and the support for the League/Five Star government in Italy all tell their own story. Europe is alive with political discontent that reflects the demand for deep and urgent reform, but the chances of getting it are less likely if the status quo prevails.
Why? Because the forces of conservatism are strong. Change comes about only when the pressure for it becomes too great to resist. The financial crisis provided one such opportunity to reform an economic system that for many people clearly wasn’t working; Brexit was a second. The left’s case for Brexit has always been based on the following notions: the current economic model is failing; socialism is needed to fix it; and the free-market ideology hardwired into the EU via the European Central Bank, judgments of the European court of justice and treaty changes will make that process all but impossible without a break with the status quo.
Sabemos as causas, sabemos as consequências e sabemos como inverter a situação mas não se muda de caminho. Isto é a definição da loucura.
Em Lodi, uma dúzia de crianças imigrantes comem numa sala separada dos outros por não terem dinheiro para a refeição escolar, terem que trazer a sua e a escola não querer contaminações...
Partido radical AfD quer que alunos façam denúncias de professores que não mantenham “neutralidade política”.
(primeiro denunciam os professores, depois os pais...)
Na Europa o racismo passou das palavras aos actos
Canadá sem amigos e os direitos humanos sem defensores
Canada’s lonely stance was swiftly noticed north of the border. “We do not have a single friend in the whole entire world,” Rachel Curran, a policy director under former Canadian prime minister Stephen Harper, lamented on Twitter.
The UK was similarly muted in its response, noted Bob Rae, a former leader of the federal Liberal party. “The Brits and the Trumpians run for cover and say ‘we’re friends with both the Saudis and the Canadians,’” Rae wrote on Twitter. “Thanks for the support for human rights, guys, and we’ll remember this one for sure.”
Analysts and regional officials said the spat had little to do with Canada, instead characterising Riyadh’s actions as a broader signal to western governments that any criticism of its domestic policies is unacceptable.
While some in Canada had been disappointed to see the UK and Europe opt to publicly stay out of the diplomatic spat, Juneau described it as unsurprising. “When Saudi Arabia had comparable fights with Sweden and Germany in recent years, did Canada go out of its way to side with Sweden and Germany? No, not at all,” he said. “We stayed quiet because we had nothing to gain from getting involved. So on the European side, the calculation is the same.”
A Arábia Saudita, apoiada pelos EUA, escolhe autocarros com crianças a caminho da escola para bombardear no Yemen, a quem faz uma guerra particularmente cruel para atingir o Irão.
Ainda há quem se admire da região do Médio Oriente ter ódio aos americanos e aos sauditas. Entretanto, a Arábia Saudita faz bullying ao Canadá a propósito de uma observação sobre direitos humanos como já fez à Suécia e à Alemanha, sempre apoiada pelos EUA e com a cumplicidade silenciosa e gananciosa de outros países como a França, Espanha e outros que recebem o rei e o seu dinheiro com todas as honras e salamaleques possíveis. Qualquer dia é proibido falar mal da Arábia Saudita e, quem sabe, começamos a imitar as suas práticas contra as mulheres e os direitos humanos em geral.
Como é que a ONU pode sobreviver se o lema das nações é, 'cada um por por si e os outros que se danem?'
... embora talvez não devesse tê-lo dito em público porque [ainda] são aliados. A verdade é que houve um tempo em que a Rússia quis vender gás à Europa e a Alemanha negociou com a Rússia ser o único comprador para depois revender a outros países da Europa. E não, não é apropriado que façam estes negócios com a Rússia e depois venham exigir sanções económicas e políticas à Rússia como se a questão do gás não fosse também uma questão política, como se viu no caso da Crimeia em que fecharam a torneira à Ucrânia. É como dizer que estão a favor do acordo com o Irão mas ao mesmo tempo as empresas cessarem os negócios com o Irão. Sim, eu sei que a Alemanha alega que a questão do gás permitiu ter sempre uma porta aberta ao diálogo com a Rússia. Balelas... quando se quer abrir portas põe-se a mão na maçaneta e abre-se, não são precisos negócios de lucros de biliões. Sabemos que a Alemanha tem o problema dos ambientalistas lá terem força e não deixarem o governo estragar o país com técnicas de fracting para explorar gás (por cá os génios do governo ainda estão na pedra lascada no que toca ao ambiente) mas quando as políticas não são capazes de enfrentar as corporações económicas os resultados são o estado a que a Europa chegou.
Era bom que os políticos começassem a pôr o dinheiro nas palavras que dizem e não no exacto oposto.
“The former chancellor of Germany is the head of the pipeline company that’s supplying the gas,” Mr. Trump said, referring to Gerhard Schröder, a former German chancellor and friend of Mr. Putin’s who leads the project. “So you tell me, is that appropriate?”
Porque a Merkel está há uma dúzia de anos à frente dos destinos da União Europeia e o que mais tem feito é não-decidir e pôr a sua sobrevivência política à frente de tudo. E todos estes artigos que lhe fazem grandes elogios [aqui O fim de Merkel? e aqui, por ex. Trump 0, Merkel 20] e dizem que havemos de saudades dela porque os que a irão substituir são os extremistas que querem o fim da União, esquecem que é em grande parte a ela que devemos a situação de indefinição em que estamos: é que ela é especialista em não decidir, em dar uma no cravo e outra na ferradura, em ter publicamente discursos a favor da Europa e depois ir fazer acordos pragmáticos para fazer a Alemanha great again, à custa dessa mesma Europa. Durante doze anos foi a pessoa com mais poder na Europa para infleunciar os seus destinos e foram doze anos perdidos, a dar um passo em frente e dois atrás, o que é muito tempo. Neste momento tudo está parado à espera que os alemães resolvam o seu problema da exportação de carros para os EUA e para a Inglaterra... Não sei se havia alguém melhor que ela... mas que ela não cumpriu as promessas que trazia para a Europa, ah isso não: não soube rodear-se de pessoas que levassem à prática a sua visão, se é que tinha uma, e foi sendo sempre permeável aos tecnocratas e oligarcas do seu país.
Isto dá que pensar. Em Inglaterra foram os mais velhos que vivem fora dos grande centros urbanos (mas podiam viver neles) que ditaram o Brexit. Os países europeus têm uma população envelhecida que ainda por cima são os que mais votam porque os jovens sentem-se estranhos à política, de modo que o que se passou em Inglaterra há-de passar a ser a regra nos outros países também. Quem decide as mudanças são pessoas de um outro tempo com outros referenciais, como em Inglaterra onde ainda vivem o Blitz como se tivesse acontecido na semana passada. Os que andam nos governos e nos cargos de poder pertencem às gerações mais velhas e quem os ouve são os mais velhos. Não admira que os jovens se sintam completamente alienados da política.
Uma conversa grande entre amigos e família que começou sobre a corrupção, causas e maneiras de minimizar a tentação da corrupção, passou pelo problema do ambiente e acabou com uma discussão sobre quais as cidades europeias onde uma pessoa gostaria de viver. Uma série de cidades foram logo postas de lado: Madrid é uma cidade bonita mas demasiado espanhola, mesmo; Berlim é uma cidade grande e de mentalidade aberta mas aquela gente vai-se deitar à hora do lanche; Viena é uma cidade linda mas de velhos, não falo de idade mas de mentalidade; Praga é bonita mas não há muito o que fazer; Budapeste a mesma coisa; Amsterdão é uma confusão constante, demasiada droga e prostituição; Bruxelas é uma cidade mimosa com alfarrabistas fabulosos e outras preciosidades doces mas provinciana... Enfim, a escolha ficou reduzida a quatro: Londres, Paris, Roma e Lisboa. Londres é espectacular. Uma cidade multicultural, vibrante, sempre com animação e uma vida cultural intensa. Paris é linda, de facto, mas muito conservadora e as pessoas não são nada acolhedoras. Roma é bela, tem uma atmosfera impregnada da idade clássica. Qualquer igreja tem um Miguel Ângelo, dois Caravaggios e um Bernini e tem mais arte para ver que o museu das Janelas Verdes inteiro. Tem o Panteão que nos esmaga e a zona imperial... enfim, tudo belo mas um calor de morte, uma cidade de pedra sem uma árvore, sequer. Boa para visitar, não para viver. Londres tem o problema do tempo, embora seja melhor que Bruxelas onde nunca se vê o sol. Lisboa talvez por ser a nossa cidade, ficou à cabeça.
imagem da net
Como se pode enviar miúdos para o Afeganistão sabendo o que os espera lá...?
‘Most of the white people I have ever known,’ James Baldwin once wrote, ‘impressed me as being in the grip of a weird nostalgia, dreaming of a vanished state of security and order.’ Today, longing for the ancien régime increasingly defines the Atlantic seaboard’s pundits as much as it does the fine people defending the honour of Robert E. Lee. It remains to be seen whether America, Britain, Europe and liberalism can be made great again. But it already seems clear that the racial supremacist in the White House and many of his opponents are engaged in the same endeavour: to extend closing time in their own gardens in the West.
Há muito tempo que entrámos na era germânica: as ideias políticas dos séculos XIX e XX saíram da forja dos filósofos alemães; a economia dominante é anglo-saxónica mas as ideias que forjaram as convulsões dos séculos XIX e XX na Europa e em grande parte do mundo, para o melhor e para o pior, são as dos alemães: do Kant, do Hegel, do Marx, do Engles, do Nietzsche e Heidegger.
Ainda o império britânico parecia brilhar incontestado e já se desmoronava enquanto crescia a influência da Filosofia alemã que está por detrás de todos os movimentos políticos e alguns económicos que começaram a forjar-se no século XIX e ainda nos regem.
Esta ascenção alemã teve um interregno abrupto por causa da Segunda Grande Guerra. Durante muito tempo a Alemanha esteve sob ocupação e, mais tarde, sob protetorado americano, contra a outra Alemanha [comunista/soviética] de Leste. Os EUA, por força da entrada decisiva e vitoriosa na Segunda Guerra e por força do plano Marshall, tornaram-se uma espécie de potência meio protetora, meio paternalista, da Alemanha, que aceitou esta protecção, até porque durante muito tempo não soube como gerir/contextualizar a sua História recente e evitava qualquer iniciativa relacionada com exércitos e tudo o que pudesse dar ideia de agressividade.
Esta situação convinha aos EUA porque, mantendo-se como a potência que mais contribuia financeiramente para a NATO (e para a ONU), acabava por deter, por conta disso, um poder decisório e decisivo, muito grande, na Europa e no mundo.
No que respeita à NATO, os países do seu protetorado, nomeadamente a Alemanha mas, também outros que beneficiaram do plano Marshall e ainda pagavam em lealdade essa beneficência, seguiam a liderança dos EUA em praticamente tudo e, mesmo quando não concordavam com as ofensivas americanas, mantinham-se passivos, sem fazer oposição.
Pois o Trump, que só pensa em dinheiro como comerciante que é, acabou de destruir essa posição de força que tanto custou aos EUA construir, pois se todos agora passam a pagar o mesmo, mais ou menos, não há razão para que a Alemanha, já não dividida e hesitante quanto ao seu lugar no mundo, mantenha a posição de submissão que tinha relativamente aos EUA e, pela mesma ordem de ideias, não há razão para o domínio americano se manter.
Estamos em plena era alemã e a situação internacional mudou.
Neste momento o interregno da ascenção da influência da Alemanha na Europa acabou e a Alemanha deu-se conta que está em plena posição de igualdade de força moral com os EUA. (Merkel says EU cannot completely rely on US and Britain any more). Se a Europa já não pode contar com os EUA, os EUA também já não podem contar com a Europa...
Foi um grande passo em falso dos EUA e arriscam-se (se a Alemanha levar as suas próprias palavras a sério ["O Ocidente é uma ideia de valores universais (...) uma ordem internacional em que acreditamos que essa ordem internacional é mais do que a soma dos interesses nacionais", frisou, evocando "o fracasso dos Estados Unidos como uma grande nação". (Sigmar Gabriel, chefe da diplomacia alemã)] e não as disser apenas para efeitos de campanha eleitoral onde a Merkele aparece agora, todos os dias, a beber cerveja e a dizer as mentiras que os políticos dizem nessas alturas) a ficar permanentemente arredados do lugar de nº 1 mundial no que respeita a ditar políticas internacionais, pela simples razão que, se a Alemanha quiser e a Europa quiser o que a Alemanha quiser, a Europa passa a ter a sua própria força militar.
Ora, se a Alemanha fizer as coisas como deve ser, quer dizer, se trabalhar para uma Europa unida, em vez de criar dissenções como tem feito até agora, não há razão para que a Europa não queira o que a Alemanha quer e, nesse caso, a Europa torna-se uma grande força no mundo, mesmo sem a Inglaterra, com o seu próprio exército e iniciativa militar sem necessidade da ajuda americana.
No mesmo dia em que Trump andava aqui a bater com o punho na mesa à Merkele, esta esteve com o Obama em Berlim numa conversa sobre fé e democracia. Que o Obama tenha ido a Berlim falar de democracia no mesmo dia em que Trump, o seu Presidente, estava a uns metros a falar do futuro da NATO e da participação dos EUA no acordo de Paris, não pode ter sido inocente... nem do lado dele, Obama, nem do lado dela, Merkele...
Os próximos anos vão ser de reconstrução de exércitos europeus. Essa cartada já os EUA a perderam porque Trump é um ignorante, politicamente falando e, é aconselhado por Kushners e companhias que são best pals dos russos. Os EUA estão com problemas internos, graves. O Putin está a capitalizar... e os ingleses devem estar confusos.
Uma Europa militarizada acaba por ser uma inevitabilidade, indesejada, digo eu, que não acho bom prenúncio evoluirmos para Estados cada vez mais militarizados, nem vejo como isso se coaduna com a visão de sermos uma ideia de valores universais.
Mas não há dúvida que vivemos tempos interessantes.
(Michael St. Maur Sheil ) quilómetros de trincheiras por todo o lado.
Os resultados de uma explosão na batalha do Somme. (Michael St. Maur Sheil)
Onde estão estes buracos havia uma aldeia (Butte de Vaquois) que desapareceu com as explosões das minas (Michael St. Maur Sheil)
(smithsonian)
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