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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Rangel entende que é muito atrativo ser um português a presidir ao Eurogrupo quando está a ser pensada a reforma da zona euro.
A escolha de Centeno será a legitimação da narrativa do sucesso da austeridade. Mais nada. Quanto ao resto, far-se-á como a Alemanha quiser.
O que têm em comum o magnata norte-americano Warren Buffett e o ator de Hollywood Johnny Depp?
Acabam de aproveitar a crise na Grécia para se tornarem proprietários de duas ilhas helénicas, beneficiando da baixa de preços. Em parceria com o milionário italiano Alessandro Proto, um dos accionistas do New York Times, Warren Buffett comprou a ilha de São Tomás, com uma área de 1,2 quilómetros quadrados, no Golfo de Egina, nas proximidades do porto de Pireu. Preço: uns "simples" 16,25 milhões de euros. Já Johnny Depp, por seu lado, comprou a pequena ilhota de Strongylo, no Mar Egeu, por 4,2 milhões de euros. "Neste momento, a Grécia encontra-se no radar de vários investidores.
O partido eleito desfeito em frangalhos (Grécia à deriva com rebelião a bordo), e o país à venda, a preço de amendoim, para milionários e abutres afins. Interferiram no resultado das eleições, desprezaram, hostilizaram, caluniaram os gregos eleitos para pôr todos contra eles dividi-los com o intuito de os submeter, económica e politicamente.
Um filme com realização do ditador sem benevolência, da cega imprudente e do ambicioso tolinho. Produção do BCE e FMI.
O primeiro foi começar a jogar. Durante estes seis meses de negociações os dois gregos não jogaram, quer dizer, não havia ali bluffs nem póker, havia decisão, convicção e frontalidade. Vinham com intenção de pôr as contas da Grécia em dia, romper com as décadas de corrupção que puseram a Grécia de joelhos, infundir um espírito de mudança democrática em Bruxelas, equilibrar o poder dos países do Norte com um poder a Sul para uma Europa mais equitativa, justa e democrática, enfim, repôr o projecto europeu.
Enquanto não jogaram estiveram sempre por cima. A certa altura, vendo que não iriam conseguir demover os interesses da Alemanha (subestimaram muito a força alemã e sobrestimaram muito as virtudes democráticas dos países ditos desenvolvidos) e vendo-se encostados à parede depois de meses ali sozinhos com todos contra si, decidiram jogar. Tsipras marcou um referendo para saber da vontade do povo pois não tinha sido eleito para assinar uma capitulação da soberania mas nunca pensou que o 'não' ganhasse e, ao ser surpreendido pelo seu próprio sucesso, perdeu o pé e cometeu dois grandes erros: o primeiro foi sacrificar o seu ministro das finanças que era a sua muralha... isso foi uma capitulação face ao Schlaube que enfraqueceu muito a sua posição porque mostrou que a vontade de acordo era maior que a vontade de soberania... nunca a Alemanha sacrificaria o seu ministro para agradar aos gregos; o segundo erro foi usar o referendo como um trunfo num jogo que não estava seguro de ser capaz de jogar, sobretudo depois de ter dito aos gregos que a única coisa de que temos que ter medo é o próprio medo... é certo que ele estava numa posição insuportável há meses... ele e o outro, sozinhos contra aqueles sabidos sem escrúpulos mas mesmo assim, foram dois erros muito grandes.
Acabou sozinho fechado no gabinete do Tusk, rodeado da alemã e do francês que o intimidaram de todos os modos e feitios e que o impediram até, segundo o Times, de falar com o Juncker, com quem ele pediu para falar, a certa altura.
Uma tragédia para os gregos, uma farsa do directório do Eurogrupo.
'Só negociamos com pessoas de gravata que gostamos. Tirem-nos da frente essa pessoa que nos faz frente e nos critica porque não os suportamos e não estamos dispostos a ter que falar com eles [fazem-me lembrar uma ou duas pessoas que conheço que também usam prepotência para disfarçar a incompetência].
Naturalmente que herr Schlaube, depois de lhe ter dito na cara tantas vezes que havia de ter que engolir as palavras quando assinasse tudo como os outros [Irlanda, Portugal e Espanha] e queria ver como ia depois explicar ao povo que tinha assinado a austeridade, não quer agora perder a face diante dele e ter que encará-lo.
Que gente esta que manda em tantos países a partir das suas salinhas de chá...
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