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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
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Não faço grande defesa do acordo ortográfico. Por mim, usem, não usem, tanto me faz; leio ambas as grafias com bonomia. E continuarei a usar alguns acentos da grafia antiga que me fazem sentido.
A minha adoção do acordo ortográfico foi inteiramente utilitária. (...) por que não livrar-me das consoantes mudas para poupar caracteres?
As idiossincrasias da minha escrita sempre foram aceites como, bem, idiossincrasias da minha escrita.
Não sou linguista e não percebo nada da vantagem estratégica (adjetivo que não tem culpa de ser amplamente usado por António Costa) que a língua portuguesa nos trará para novamente dominarmos o mundo (numa grafia ou noutra). Sou uma alma simples (...)
Se fosse professora e fosse fazer aquela prova já estava no desemprego e, se fosse mãe com filhos em idade escolar, engolia as palavras todas... adoptar as regras das grafias que gosta e misturá-las em cocktail pessoal não é idiossincrasia... é só escrever mal...
da net
Das ciências exactas às sociais e humanas, as dificuldades na escrita e na oralidade são comuns aos alunos da maioria dos cursos e universidades.
"Na generalidade, escreve-se como se fala. Os alunos distorcem as palavras para permitir uma colagem entre a grafia e a fonética."
Boa parte dos estudantes universitários é incapaz de escrever sem erros ortográficos, encadear um raciocínio com princípio, meio e fim, interpretar um texto ou perceber o que é dito na aula.
Oralidade Pior do que a escrita é a oralidade, esclarece Miguel Morgado do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Quando o desafio passa por verbalizar uma ideia ou expor um raciocínio, as fragilidades triplicam: "Há uma enorme dificuldade de os alunos conseguirem responder a uma pergunta com princípio, meio e fim.
O que espanta é que estes factos sejam ainda notícia. Depois de anos de programas imbecilizantes onde os grandes autores portugueses foram substituídos por textos jornalísticos, textos informativos e até, textos de conversas de participantes de 'reality shows', o que espantaria era que se continuasse a falar, compreender e escrever o Português correctamente. Hoje em dia já começa a ser difícil arranjar manuais de filosofia que tragam os textos dos filósofos. A maior parte, o que tem em abundância, são textos de indivíduos que leram outros indivíduos, que por sua vez leram os filósofos, de modo que, por vezes, por ignorância, atribuem a esses comentadores os pensamentos que ,efectivamente, dos filósofos. Isto na onda de toda a gente se achar credenciado para comentar e criticar filósofos. Os textos vêm acompanhados de imagens infantis que nem educam o gosto, nem têm relevância para os conteúdos.
Os alunos escrevem como falam porque não se lhes exige que desenvolvam um raciocínio articulado seja sobre o que for na maior parte das disciplinas. Pensar e raciocinar estão fora de moda no ensino. Por ordem superior. Os testes e exames são com questões de escolha múltipla, mesmo nas disciplinas das Humanidades.
O trabalho que custa, nas turmas do 10º ano, habituá-los a tirar apontamentos espontânea a autonomamente, ensiná-los a saber formular uma dúvida em vez de apenas dizerem, 'não percebo', ensiná-los a diferenciar operações como explicar, justificar, discutir, problematizar, etc., ensiná-los a ler um texto de modo a serem capazes de compreender o que lá está escrito, ensiná-los a expôr uma ideia por escrito, explicar-lhes os benefícios da pontuação, da utilização de parágrafos...
Mas tudo isto é incompatível com o não incomodar os meninos e passar todos de qualquer maneira para não arranjar conflitos. Aliás, nisto da educação, onde não há conflito não há evolução. Toda a evolução tem na base um conflito, um desequilibrio, uma crise, que depois se resolve positivamente, ao contrário do que pensa a nossa ministra que entende isto de ensinar como sermos todos queridinhos uns para os outros.
Gosto e não gosto de escrever blogs. Gosto porque é uma maneira de extravasar, de partilhar, de comunicar. Por outro lado, chateia-me ter perdido o gesto da escrita no papel. O acto físico de escrever, a caligrafia, as letras a surgirem no papel com a caneta de tinta preta elegante. Aquele papel granulado, de gramagem pesada. Lembro de escrever na escola primária em papel almaço. Não tínhamos cadernos. comprávamos folhas de papel almaço de tamanho A4, como se diz agora, que cortávamos ao meio e furávamos. Depois passávamos um cordão de cetim pelos furos e dávamos um laço. Azul, os meninos, cor-de-rosa as meninas. Aprendemos a escrever com cuidada caligrafia pois escrevíamos com tinteiro e aparo e qualquer distracção borrava o papel. Até o uso do mata-borrão tinha de ser cuidadoso para não alastrar tinta. Íamos juntando as folhas à medida que precisávamos. No fim ficava gordo, o caderno, assim construído, com os ditados, as contas, as redacções e os desenhos. Durante muitos anos guardei o caderno da quarta classe, que era lindo. Um dia, não sei que me deu mas resolvi deitar fora todo o passado e rasguei-o todo e deitei-o para o lixo. Estúpidez...
Não tenho muitos blogs. Tenho dois ou três. Um é para escrever cenas de poesia, somente. Esse é fechado. Outro é para escrever outro tipo de histórias... Mas a verdade é que quando quero escrever vou para o pc. Já não tenho o impulso de escrever na folha de papel e isso causa-me alguma tristeza, ou nostalgia.
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