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...seria uma equipa formada por ex-professores. Professores que saissem do activo para se dedicarem à avaliação de professores. Teriam de ter um certo perfil: um conjunto de certas características - idade/muita experiência, trabalho reconhecido, seja académico seja em termos de resultados na sua actividade profissional. Estas equipas andariam em pares, por professores da mesma disciplina que o avaliado e fariam avaliação de professores em zonas onde não tivessem leccionado. A sua avaliação seria no sentido de apontar pontos fracos e fortes. Quer dizer, acompanhar o professor em questão durante um tempo (de 5 em 5 anos, por exemplo) e no fim reunir com ele e apontar pontos fracos e fortes no seu trabalho para o professor poder alterar, ou reajustar, se for caso disso, o seu modo de trabalhar. Fariam um relatório para o director ficar a par sobre o ponto da situação. Isto, quanto a mim, seria indiferente à subida de escalão que teria a ver com o trabalho de escola avaliado pelo director mais as formações, etc.

É assim que entendo uma equipa de avaliação externa: uma equipa com propósitos formativos. Por ser formativa, penso que seria bem recebida pelos professores e teria um papel útil e efectivamente contribuinte para a melhoria de resultados. Casos de professores que não cumprissem os seus deveres seriam encaminhados para a Inspecção. Isto permitiria detectar casos de professores completamente inadequados para a profissão, estratégias e estilos de leccionação positivos, negativos, eventualmente causas de insucesso transversais a muitas escolas. Permitiria avaliar da evolução do trabalho do professor ao longo da carreira. O conhecimento em forma de dados extraído de avaliações assim, seria mais valioso que oitecentos quilos de grelhas preenchidas.

Só entendo uma equipa de avaliação externa nestes termos. O resto é igual ao que já temos só que com burocratas de fora da escola.

É claro que isto saíria mais caro que preencher grelhas estúpidas com a prata da casa ou com prata de fora. Mas estou convencida que resultaria e que a médio e longo prazo veríamos as pessoas a mudarem a sua maneira de encarar a profissão e tudo.

Grelhas estúpidas, e equipas externas de avaliação punitiva não só não mudam nada como põem as pessoas na defensiva, são geradora de conflitos, queixas, recursos, etc., o que piora os resultados...com prejuízo para a educação.

Mas, como é costume, estou convencida que escolherão exactamente a pior solução, a que estraga ainda mais, a que põe os professores mais subservientes e amestrados.

 

publicado às 00:41


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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