Em condições ideais todo o ensino seria privado ou todo o ensino seria público.
Se partirmos do princípio que a educação é necessária, uma vez que somos seres sociais com uma base instintiva.
Se partirmos do princípio que a vida em sociedade implica uma gestão pessoal da liberdade, isto é dos deveres para connosco e os outros bem como dos direitos, nossos e dos outros.
Se partirmos do princípio que a gestão da liberdade individual implica uma aprendizagem necessária.
Se partirmos do princípio que o Homem é um ser em evolução.
Se psrtirmos do princípio que a evolução humana tem um caminho positivo, no sentido do aperfeiçoamento.
Se partirmos do princípio que o aperfeiçoamento humano é no sentido de nos afastarmos cada vez mais dos instintos anti-sociais e aproximarmo-nos da nossa Humanidade.
Se partirmos do princípio que a aprendizagem é necessária para o aperfeiçoamento da nossa Humanidade.
Se partirmos do princípio que essa aprendizagem pode ser efectuada aproveitando as disposições naturais e ultrapassando as circunstâncias da vida.
Se partirmos do princípio que toda a sociedade, aos poucos, era educada nesta prática,
então, ou não haveria a necessidade de ensino particular, uma vez que o Estado, em representação da sociedade poria à disposição dos cidadãos uma educação que possibilitasse um aperfeiçoamento da Humanidade com o fim da gestão individual de liberdade que conduz à moralidade da vida social e à felicidade individual,
ou não haveria necessidade de ensino público, estando todos os cidadãos conscientes daqueles princípios e pondo livremente os seus filhos nas escolas que mais agradassem, uma vez que todas as escolas estariam conscientes da sua missão. Não haveria necessidade de delegar essa função no Estado.
Como não vivemos em condições ideiais e há pessoas em diferentes níveis de gestão de liberdade individual temos as escolas privadas para ricos e as públicas para os que não têm dinheiro para ter os filhos numa escola que tenha como prática o aperfeiçoamento da Humanidade com o fim da autonomia da gestão individual de liberdade - isto, porque tanto particulares como o Estado têm por hábito educar (como diz Kant) não para o que deve ser, mas para a mera adaptação ao sistema tal como é: ou seja, educar para adaptar a todos os erros e vícios do sistema.