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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Primeiro vêm os ingleses, depois os alemães, depois os canadianos. Todos os anos saem uns milhares de alunos assim. É claro que os alunos indo estudar para lá já não voltam. Ficam lá a trabalhar, a pagar impostos, a ter filhos, etc. Depois o Correia dos Santos diz que precisamos de 900 mil imigrantes para podermos crescer mas, paralelamente, exportamos, por ano, cerca de 200 mil pessoas em idade de estudar e trabalhar. Não entendo estas 'políticas'.
Doze universidades apresentam-se, esta sexta-feira, na Casa da Música.
Só este ano letivo, através de uma das empresas de recrutamento, a Ok Estudante, 800 jovens portugueses ingressaram em cursos superiores em Inglaterra.
Texto de João André • 19/03/2015
Ouvi dizer em como por essas bandas de Portugal existe agora um Secretário de Estado interessado em ter os emigrantes de volta. Quais emigrantes, senhor Secretário de Estado? Porque, afinal, ninguém emigrou do país, não, isso de as pessoas terem tido que emigrar por causa das políticas de tantos governos, incluindo o vosso, são tudo falsidades difundidas por um sem número de media sedentos de sangue e sedentos de vendas no intuito único de maldizer o bom nome de quem fez, e faz, tanto por Portugal. Não. Ninguém emigrou e não só eu não estou a escrever esta crónica de Inglaterra, como aquilo que eu agora vi passar nem sequer é um "double-decker" com destino a Charing Cross.
Não, isso são tudo invenções do meu cérebro, porque o Alzheimer não tarda em atacar e o senhor doutor já me disse para pôr o comprimido debaixo da língua. Porque, senhor Secretário de Estado, ninguém emigrou “derivado“ dos milhares de empregos criados pelo seu Governo na presente legislatura. "Or so I’ve been told". Não.
Mas se nos querem tanto de volta, comecem desde já por reconhecer os vossos erros. Comecem desde já por admitir a vossa responsabilidade no exílio, perseguição e expulsão de seiscentos mil portugueses, assim desmembrando, dedo a dedo, braço a braço, sem anestesia nem dó, o som dos ossos a partir e a carne a rasgar de seiscentas mil famílias, as quais não nos terão de volta, mesmo sabendo ser esse o desejo de Vossa Excelência: o senhor Secretário de Estado. Porquê? Porque já estamos muito bem instalados, muito obrigado, empregados, remunerados, reconhecidos, com direito a férias, subsídios de doença, licenças de maternidade e paternidade, pensões de reforma e tudo o mais quanto o governo de Portugal tem insistido em atacar sob a égide da calonice nacional.
Não, senhor Secretário de Estado, não somos calões, nunca o fomos, somos professores, enfermeiros, engenheiros, pescadores, operários, trabalhadores da construção civil, empregadas domésticas e empregados de hotel, eregimos países inteiros e Portugal é demasiado pequeno para todos nós. Porque se nos querem de volta, saiam vocês primeiro, mas de joelhos. E, ao saírem, não se esqueçam de bater nas portas de todas as casas de todas as ruas de todas as vilas e cidades de Portugal pedindo perdão por todo o sofrimento causado. Não o terão, mas o que conta é a intenção.
Está a dar uma reportagem na TVi sobre os novos emigrantes. São de todas as classes sociais, de todas as idades e vão para os quatro cantos do mundo. Por obrigação. Quem cá fica se sacrifica. Lá fora querem-nos, cá ninguém os quer. O dinheiro não se investe nas pessoas, vai todo para os amigos dos amigos dos amigos. Os que fogem ao fisco, os que traficam privilégios, os que vivem da política... estamos longe de ser uma demo-cracia...
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Primeiro apoiam o empobrecimento e induzem à subserviência do país, depois vêem cá buscar os instrumentos do seu futuro económico. Tudo debaixo do nosso nariz e com a nossa conivência. É triste... em vez de forjarmos o nosso futuro enterramo-lo debaixo do dos outros.
O secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, assumiu hoje a preocupação no desemprego jovem, mas rejeitou que haja o sentido de descrença no futuro do país.
Na última semana, um estudo internacional encomendado pela seguradora Zurich, dava conta de que 57 por cento dos jovens portugueses entre os 15 e os 24 anos pretendia emigrar em busca de emprego.
"Eu não vejo isto como uma questão de descrença no país, acho que é uma resposta às dificuldades que o país passou, com o acumular de muitos anos com um modelo económico que, mais tarde ou mais cedo, tinha de devolver a fatura", referiu.
Duzentos mil emigram, por ano e, outros tantos querem sair daqui para fora mas o secretário não vê nisso um sianl de descrença no país... e diz que é da crise... esquece-se que os outros países (excepto a Alemanha e a Finlândia) também estão em crise e, no entanto, é para lá que os portugueses fogem... ...quando os governantes não querem assumir o falhanço das suas políticas subservientes aos economistas da moda dá nisto: uma cegueira voluntária à borda do precipício.
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