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AO em discussão

por beatriz j a, em 03.11.15

 

 

Acordo Ortográfico discutido pela 2.ª vez em 25 anos: Colóquio na Academia das Ciências

 

O teor do “Acordo Ortográfico” de 1990 (AO90) foi negociado e concluído secretamente em Outubro de 1990, em reunião que durou apenas 7 dias, na Academia das Ciências de Lisboa, tendo em conta que a experiência do debate público em torno do Projecto de AO86 não correra de feição.

 

Neste sentido, este Colóquio, organizado pelo Instituto de Lexicologia da Academia das Ciências de Lisboa – “o local do crime” -, em 9 e 10 de Novembro de 2015, será um evento histórico e uma oportunidade única de afirmarmos as nossas posições, desmontando a trama retórica que foi tecida à volta deste AO90.

A entrada é livre, mas agradece-se a confirmação de inscrição, através do envio de uma mensagem para illlp@acad-ciencias.pt)

 

 

publicado às 04:55


Dos preconceitos

por beatriz j a, em 12.05.14

 

 

 

Temos a tendência para pensar que os jovens são sempre mais abertos de espírito que os mais velhos mas não é verdade. Hoje, cheguei à aula das 8.20 e os alunos -sobretudo os rapazes- vieram logo ter comigo, 'professora viu aquela coisa que ganhou o festival da canção?' - É claro que respondi, 'Não é uma coisa, é uma pessoa'. - 'Como assim, uma pessoa? Não se percebe se é um homem a fazer de mulher ou uma mulher a fazer de homem. Isto é no que dá as sociedades serem muito tolerantes...' - 'Como assim, tolerantes? Então as pessoas têm que pedir aos outros autorização e desculpa para se vestirem de saias ou de calças, ou ter pelos na cara ou noutro sítio qualquer ou não ter? Então uma pessoa, por ser pessoa não merece o mesmo respeito que outra? Então uma mulher que se vista de fato e gravata deixa de ser mulher por causa disso?' - 'Ahhh... mais ou menos, professora, tem que haver uma diferença!' - 'Ah sim, então porquê? Tem medo de gostar de uma pessoa que parece uma garota e depois descobrir que afinal é um rapaz?' (LOL)

Estivémos numa pequena conversa animada sobre o assunto de ser mulher/homem/pessoa no princípio da aula que deu para ver que os miúdos, sobretudo os rapazes, são muito preconceituosos nestes assuntos do género e têm dificuldade em pensar fora dos hábitos e crenças mentais. Enfim, suponho que é esse, também, o papel de um professor, quer dizer, abrir horizontes. No entanto, não tenho a certeza se a maioria dos pais gostaria de me ouvir dizer isto...

 

 

publicado às 14:57

 

 

Duas dezenas de generais e almirantes subscrevem petição de apoio ao Manifesto dos 74

Se calhar é tempo de acabar com o hábito de quem manda decidir unilateralmente por nós sem sequer se dar ao trabalho de nos ouvir, como se, por ter poder tivesse a verdade consigo e, como se estivesse a decidir para estranhos e não para aqueles que têm que, no dia a dia, viver com as decisões tomadas e pagá-las. Afinal isto é a democracia portuguesa, não o país do Putin.

 

 

publicado às 21:23


a avaliação só serve para dar boas notas?

por beatriz j a, em 02.06.10

 

 

 

Hoje tive uma discussão com uma turma a propósito de avaliação.

A coisa começou a propósito do tema da Estética que estamos a dar. Já tínhamos falado da arte do ponto de vista do observador e estávamos a pensá-la do ponto de vista do criador. Falávamos de talento: se toda a gente tem, se se pode desenvolver, se é inato, etc. Concluimos que podemos através da aprendizagem de conhecimentos e técnicas melhorar o nosso desempenho mas que isso não fará de nós artistas ou criadores de arte se não houver uma pulsão e talento por detrás. Foi aí que um aluno fez a seguinte observação:

- mas sendo assim não devíamos ser avaliados naquelas disciplinas que dependem de talentos. Um aluno não devia ter avaliação a Educação Visual se não tem talento.

- ou a Educação Física -disse logo outro- porque não temos a culpa de não ter coordenação motora e isso baixa-nos a média.

- isso quer dizer que vocês pensam que a avaliação serve para vos dar boas notas...? - disse eu.

- claro, disse o primeiro. Uma pessoa tem que ter a possibilidade de tirar a nota máxima senão não é justo, que logo à partida saiba que nunca atingirá o máximo mesmo que trabalhe muito, só porque outro tem talento e ele não.

- por essa ordem de ideias -disse eu-, nos Jogos Olímpicos, por exemplo, dava-se o primeiro prémio da maratona ao que mais se tivesse esforçado e não ao melhor, que se calhar treinou menos tempo e custou-lhe muito menos que ao outro chegar em primeiro lugar. O trabalho é sempre necessário mas nem sempre chega...

- é diferente- disseram eles- porque precisamos da média para entrar na faculdade. Porque é que hei-de ser prejudicado por não ter cordenação motora? - ou inglês, diz outro, que não tem talento para as línguas.

- vocês não são prejudicados, digo eu. Ninguém vos roubou valores. Se a avaliação lhe dá a si uma classificação inferior à de outro colega que tem imenso talento para o desporto, isso só mostra que está correcta.

- mas não é justo! Não tenho culpa, diz ele.

- mas isto não é uma questão de culpa nem de pecados, nem sequer de responsabilidade. Voltámos à discussão dos talentos. Se seguirmos o vosso raciocínio, então cada aluno, na hora da matrícula dirá quais as disciplinas em que não quer ser avaliado por não ter talento para elas. Um aluno que só tenha talento para a Educação Física não será sujeito a avaliação a outras disciplinas, só aquela. Um aluno com talento para o cálculo mas sem jeito para a geometria só será avaliado em algumas matérias na disciplina de Matemática, e por aí fora. Então mais vale pensar se não se deveria acabar com a avaliação, se ela só serve para dar boas notas.

 

A discussão ainda continuou porque enveredou pelo caminho de se discutir para que serve a avaliação, mas achei interessante que os alunos entendessem que a avaliação existe para lhes dar boas notas, e a que não pode garantir esse resultado não deveria existir.

 

publicado às 12:31


dilemas de estilos de vida

por beatriz j a, em 23.05.10

 

Edward Burns, aquele actor/realizador que tem uma das vozes mais sexy do cinema, acaba de estrear um filme no Tribeca Festival acerca do dilema entre escolher uma profissão/vida que se gosta sacrificando o sucesso económico ou escolher uma profissão/vida que garanta bastante dinheiro sacrificando os sonhos.

Tenho de ver este filme, porque esta é uma questão que recorrentemente os alunos me põem e talvez o filme seja bom para problematizar o assunto. Ainda na sexta-feira passada discuti isso com duas turmas. Numa delas porque estamos a dar a estética e a vida de alguns artistas levou-os a essa questão e na outra porque estamos a dar o existencialismo e a questão do sentido da vida.

Alguns alunos têm ideias já ideias muito definidas sobre as suas prioridades. Como em mutos casos são muito radicais -o que é muito comum em adolescentes de 16, 17 anos- às vezes têm grandes discussões sobre alternativas e estilos de vida. Outros não.

Os filósofos, ou as filosofias, melhor dizendo, ajudam bastante a enquadrar essas questões em termos de valores e princípios que subjazem às diversas escolhas o que por sua vez ajuda a definir critérios na definição de prioridades pessoais.

 

 

 

 

publicado às 16:24


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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