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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
da net
Este assunto da Wikileaks e da Perseguição ao Assenge faz-me lembrar o caso do professor de música que se suicidou por causa do assédio de que era vítima: só houve investigação séria depois de ser público e o Director lá da escola e da Direcção Regional só se interessavam em saber quem é que tinha dado com a língua nos dentes.
Pessoalmente acho que este assunto da Wikileaks representa uma porta de esperança para o mundo, porque mostra claramente que a 'sociedade digital' pode vir a cumprir o papel que de início muitos lhe atribuiam, que é do de permitir aos cidadãos controlarem efectivamente as instituições e governos e denunciarem os seus abusos. Doravante será muito mais difícil manter certo tipo de segredos e, sobretudo, escapar impune, pois a informação corre por canais digitais e é fácil aceder-lhe. Ainda bem que assim é. É assim que sabemos agora quem são os governos metidos em narcotráfico, quem são os governos que compactuam com torturadores, quem são os países que têm presidentes ladrões de bancos, quem são os países que subornam instituições internacionais, etc.
Por exemplo, seria impensável, noutra eras, a iraniana condenada a lapidação estar ainda viva. Seria ainda mais impensável haver oposição dentro do próprio país, neste caso o Irão. A internet não só permite aos que estão de fora ver o que se passa dentro dos outros países, como também permite a quem lá está dentro, ver com os olhos de quem está de fora, e isso é o primeiro passo para a libertação da mente. Veja-se como a China se começou a abrir na era digital e como cada vez mais os chineses são pressionados para acabar com a censura do google, etc. Por isto, o que me parece é que os EUA estão a lidar com o assunto de modo desajustado, com medidas de outras conjunturas. Um pouco como os nossos sindicatos que ao quererem opôr-se às medidas económicas 'assassinas' do governo falam em ofensiva do capital e fazem greves. Estão desajustados na linguagem e nas estratégias.
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