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A Europa desorientada

por beatriz j a, em 09.09.15

 

 

Raparigas Alemãs têm de tapar braços e pernas para não provocar refugiados Sírios

 

A carta enviada pelo director do Wilhelm-Diess-Gymnasium avisa as estudantes acerca dos perigos de usarem roupas menos modestas e anuncia que o ginásio da escola foi fechado. As aulas de educação física passarão a ter lugar numa outra escola.

“Os cidadãos Sírios são maioritariamente Muçulmanos e falam Arábico. Estes refugiados estão marcados pela sua própria cultura. O facto da escola estar directamente ao lado de onde estão alojados faz com que todos devam aderir a roupa modesta. Tops e blusas, calções ou mini-saias demasiado reveladoras podem causar desentendimentos.”

“Quando os adolescentes Muçulmanos vão às piscinas e vêem raparigas de biquini, estes ficam extasiados. Eles são provenientes de uma cultura em que mostrar a pele é considerado extremamente mau e sem que se apercebam aborrecem as raparigas perseguindo-as. É-nos muito preocupante obviamente”.

 

O que é preocupante é que em vez de refrearem os muçulmanos excitados persigam as raparigas com limites à sua liberdade para não os incomodar.

 

 

publicado às 15:25


Querer tudo e o seu contrário.

por beatriz j a, em 15.03.09

 

 

 

Um artigo no TimesOnline de hoje mostra bem que a desorientação em que caiu a educação não é exclusivo nacional.  → www.timesonline.co.uk/tol/comment/columnists/guest_contributors/article5909240.ece 

O artigo refere o espírito derrotista e de desorientação que paira na Educação e a necessidade dum reformador forte. Reconhece que a Educação, que devia ser o motor da mobilidade social, está a ter um efeito completamente contrário, isto é, a alargar o fosso entre ricos e pobres. Diz ainda que, quem hoje em dia defende que é possível fazer alguma coisa na educação pública é ingénuo.

O que causa impacto no artigo é o facto de ser mais um pedido de socorro que propriamente um artigo de opinião.

O problema da educação, estou convencida, começa por ser um problema filosófico civilizacional. Permitiu-se, nestes últimos vinte ou trinta anos, que especialistas da economia e finanças e gente das estatísticas dessem opinião sobre um assunto que desconhecem, pela simples razão de serem pessoas ligadas ao dinheiro.

Ainda não há muito tempo (dois meses, mais ou menos) num programa de TV conhecido com quatro ou cinco comentadores residentes, um indivíduo, bastante novo, que não sei quem é, mas pareceu-me ser da área da economia, dizia, como quem diz uma verdade absoluta, referindo-se ao critério adoptado para promover um professor a titular (ocupar cargos), que o critério é excelente, «porque toda a gente sabe que são os melhores de todos os que conseguem ocupar cargos.» Esta declaração, que parece não ter importância é, no entanto, reveladora, duma mentalidade que reina na sociedade. Para toda essa gente, sucesso significa ganhar dinheiro, dê lá por onde der. O próprio primeiro ministro diz, alto e bom som, que o Ronaldo é o seu paradigma de sucesso! Que significa isto? Que o sucesso é ganhar dinheiro e dar nas vistas.

 

Ora, não se pode querer uma coisa e o seu contrário, ao mesmo tempo.

São disjunções exclusivas.

 

Ou queremos uma geração de alunos que busca o sucesso (dinheiro e fama) como máxima prioridade ou temos uma geração de alunos que busca a realização pessoal e profissional no quadro dos valores de cidadania, solidariedade e cooperação cívica.

 

Ou queremos uma geração de alunos consumistas, acríticos e obedientes ou queremos uma geração de pessoas exigentes, consigo e com os outros, críticos e livres, no pensar e no agir.

 

Ou queremos que os alunos aprendam ou queremos que se divirtam.

 

Ou queremos uma geração de alunos uniformizados, perdidos em turmas gigantes,  escolas incaracterísticas com professores que mudam todos os anos, ou queremos alunos com personalidade, gente de cabeça erguida, que se apega à escola onde vive parte do seu tempo e aos professores com quem passa parte do seu tempo.

 

Se queremos professores que colaborem uns com os outros para os alunos não podemos querer pô-los a competir por dinheiro ou cargos e transformá-los em bufos e carrascos uns dos outros.

 

Se não queremos alunos ignorantes e alienados da cultura não podemos menosprezar e deitar para o lixo a formação nas Letras, nas escolas.

 

Se queremos que os professores se apeguem às escolas não podemos obrigá-los a mudar de escola por tudo e por nada.

 

Se queremos professores que invistam na individualidade de cada aluno não podemos dar a cada um 100, 150 ou 200 de cada vez.

 

Se queremos menos violência mas escolas temos de ter mais funcionários nas escolas, etc. etc. etc etc. etc.

A lista é longa de mais para postar aqui.

E preciso decidir o que se quer. Tudo e o seu contrário, não é possível.

 

Se queremos uma política educativa de qualidade não podemos querer que seja orientada por ignorantes...

 

 

 

 

publicado às 16:41


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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