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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
.. ou autofágico...
Para ler um a seguir ao outro.
A diferença é que a Alemanha é grande e rica e há sempre quem possa tapar os buracos duma cidade.
#precisodetrabalho. Geração cada vez mais à rasca
Percebemos que há uma crise profunda da Economia quando vemos as estatísticas dos desempregados. A quantidade de jovens qualificados desempregados. Depois aparecem estes artigos de 'especialistas' que pretendem apontar causas e remédios mas dizem sempre o mesmo: que a culpa é dos trabalhadores mais velhos que blindaram os seus direitos e impedem os jovens de entrar. Como se não ter direitos no trabalho fosse uma coisa positiva e como se fosse um sintoma de uma Economia saudável, isso de os trabalhadores serem todos precários. Epá... que enjoo... mudem o disco ou calem-se!!
Hoje fui lá abaixo ao mercado e encontrei, a vender numa banca, uma colega que esteve lá colocada na escola há 4 anos a dar aulas. Disse-me que com os cortes do Crato deixou de ficar colocada e, claro, teve que orientar-se para pagar a renda da casa. É assim que as coisas estão...
Lembrava-me muito bem dela porque tínhamos uma turma em comum e fomos as duas numa visita de estudo organizada por outro colega. Tenho muito boa impressão dela como profissional e revolta-me que estas pessoas sejam empurradas para fora para poupar dinheiro, não para melhorar o sistema. Disse-me que tem pena porque gostava dos alunos. Fiquei ali uma data de tempo à conversa com ela.
Professores, advogados, arquitectos e engenheiros a vender casas... o desperdício de talentos, de esforços, de tempo e dinheiro investidos...
Os professores estão a ser muito procurados para as áreas de gestão de vendas e de equipas". São, aliás, cada vez mais comuns os casos de professores que "procuram uma reconversão profissional e muitos já não voltam ao ensino".
A associação que representa uma grande fatia de docentes desempregados acredita que estas ofertas são positivas para os professores que não conseguem ter um emprego fixo nas escolas. Mas avisa que se é verdade que hoje mais de 20 mil pessoas concorrem aos concursos e ficam de fora, "daqui a sete ou oito anos vão faltar professores". César Israel Paulo aponta o dedo "aos governos anteriores que deixaram abrir vagas e cursos para professores em todas as universidades, e isso gerou um excesso de docentes". Um cenário que já aconteceu noutros países, onde "depois de cortar nas vagas como cá se verificou uma falta de professores passado uma década". O dirigente teme que "depois de procurarem outra carreira estes professores não queiram regressar ao ensino quando forem precisos no sistema.
Já na ERA, cerca de 95% dos franqueados provêm de outros setores de atividade. "Temos vários professores a trabalhar como comerciais, tal como temos pessoas com outras profissões, nomeadamente engenheiros, arquitetos e advogados", indica Miguel Poisson, diretor-geral da ERA. Há casos de professores universitários que deixaram o ensino para se lançarem num projeto próprio, mas também há outros "integrados na rede de gerência, na direção comercial ou em funções administrativas".
Quanto ao perfil do professor, Miguel Poisson considera que "é difícil generalizar", mas que este pode ter algumas competências importantes para o setor imobiliário: "Tendem a ser mais organizados, estão habituados a lidar com pessoas, têm boa formação de base e capacidade de aprendizagem." Ao contrário do que acontecia há dez anos, a ERA tem atualmente "equipas inteiras só com pessoas licenciadas".
No último ano, a Carris perdeu 45 motoristas que decidiram trocar a empresa de transportes de Lisboa por outra no Reino Unido, em busca de melhores salários. (...) Por seu lado, Sérgio Monte adianta que os trabalhadores que se despediram têm, maioritariamente, idades compreendidas entre 25 e 30 anos. “Os motoristas com poucos anos de serviço não chegam a ganhar 900 euros por mês” (...)A Transportes de Lisboa referiu ainda que “as empresas públicas encontram-se, desde 2011, sob medidas de contenção de admissões”, (...) A Carris, bem como o Metropolitano de Lisboa, encontra-se em processo de subconcessão ao grupo espanhol de transportes urbanos Avanza
A verdade é que já poucos sobram para procurar emprego porque quem pôde fugiu daqui a sete pés... um quarto de milhão fugiu por não ter aqui vida! Isto não pára. É uma sangria e ninguém põe a tampa no ralo. As empresas depauperadas para poderem ser vendidas ao desbarato a privados. Quando tiverem vendido tudo o que fazem? Talvez façam como o EI e vendam as raparigas, nuas, em leilões públicos...?
Nuno Almeida Alves é sociólogo, investigador do ISCTE e um dos autores do livro Jovens em Transições Precárias.
Portugal tem demasiados licenciados?
Não. Podemos pensar que sim, se tivermos como referência o emprego que está a ser gerado. Se a capacidade da economia portuguesa é gerar postos de trabalho em call centers ou a virar hambúrgueres, provavelmente sim. Temos de fazer o esforço de desligar a formação escolar do mercado de trabalho. Por exemplo, um licenciado em Línguas e Literaturas Modernas tem um conjunto de competências que lhe permite trabalhar em determinadas áreas que não só dar aulas. Muitas vezes, as empresas dizem que o mercado de trabalho não lhes oferece o que eles precisam. Naturalmente que não. Uma empresa pode recrutar um engenheiro e dar-lhe as competências necessárias para o adequar ao posto de trabalho. Não é solução diminuir o output das universidades portuguesas.
Portugal precisa de investir em formação intermédia?
Deve investir em ensino profissional de qualidade, mas não concordo que o crivo seja feito aos nove ou dez anos. Durante o ensino secundário, pode ser oferecida uma componente mais profissionalizante. Esse acompanhamento dos alunos e das famílias é feito, as escolas detectam, mas a aposta tem de ser feita na qualidade.
A Alemanha lida há vários anos com uma forte carência de profissionais e tem-se desdobrado em esforços para captar recursos qualificados. Mas houve algo que mudou entretanto, conta ao DN fonte ligada ao setor do recrutamento. "As unidades são mais seletivas. Procuram mais profissionais que tenham formação, cultura e língua semelhantes. Por isso têm apostado mais em Portugal, Itália ou Espanha em detrimento dos países de Leste ou árabes."
Daqui a uns anos, quando precisarmos de ir ao médico, vamos até à Alemanha. Quem diz um médico diz um engenheiro, um enfermeiro, etc.
Que futuro tem um país sem os seus jovens qualificados, com uma divída com que nunca poderemos saldar, juros de usuário, não de parceiros, com uma situação tão dramática que a sua sobrevivência depende de estarem todos caladinhos e quietinhos virados para o mesmo lado, género, play dead, para não sobressaltar as hienas [credores] e serem comidos vivos, como disse o Presidente: queremos um governo maioritário na AR para que não haja oposição possível, que ninguém levante ondas [para se poder cortar ainda mais na função pública, nas pensões, mandar mais jovens para Inglaterra e Alemanha, dar mais dinheiro aos bancos, bombardear de vez o SNS, fechar as portas da escola pública, nomear incompetentes sem ter que aturar portugueses queixinhas, etc.] porque se alguém espirra em sentido contrário em Portugal, sobe logo a dívida, os mercados queixam-se, a Alemanha puxa-nos as orelhas, os credores baixam-nos a nota... enfim, estamos na situação do Sísifo... cujo esforço era tremendo e... inútil... sem esperança, como se sabe...
... un estudio divulgado hoy por el Observatorio de Crisis y Alternativas de la Universidad de Coimbra revela que estos números oficiales pueden estar muy por debajo de los números reales.
Según este estudio, la tasa real de desempleo en Portugal estaría en el 29%. Es decir, que en las estadísticas no entran todas las personas que en realidad no tienen empleo en Portugal. En el estudio, también se contabilizan los emigrantes que se han marcado del país precisamente porque no tienen aquí una forma de ganarse la vida. Estas personas, en caso de seguir en Portugal, estarían desempleados, por lo que también cuentan en estas estadísticas.
Además, el estudio también es muy crítico con "la creación de empleo registrada recientemente", según el gobierno conservador de Lisboa, liderado por el primer ministro socialdemócrata Pedro Passos Coelho. Desde el Observatorio entienden que esta recuperación del empleo se asienta en "bases frágiles". "El desempleo actual es un desempleo más desprotegido que antes de programa de ajuste", y el "empleo generado en Portugal se basa sobre todo en actividades precarias y becas mal remuneradas y sin perspectiva de continuidad y de verdadera reinserción en el mercado de trabajo".
Según los datos del Instituto Nacional de Estadística (INE), desde 2011, año en el que Portugal fue rescatado hasta el segundo semestre de 2013, se han destruido más de 460.000 puestos de trabajo y apenas se han recuperado cerca de 38 mil.
l'Humanité -
Preocupante. E assustador.
Há 10 mil enfermeiros portugueses no estrangeiro. Cinco mil estão no Reino Unido. A Diáspora dos Enfermeiros 'nasce' esta segunda-feira em Londres, no Dia Internacional do Enfermeiro, para apoiar esta comunidade de profissionais portugueses emigrados.
Formamo-los, educamo-los, temos falta deles nos hospitais (que ainda sobram) mas não temos lugar para eles no país... isto faz sentido para alguém? Este país ter tido uma 'ajuda' que o atirou para o buraco, ajuda depois da qual Portugal não tem lugar para os portugueses?
... depois da 'ajuda' da troika e do FMI: mais dívida, mais desemprego, mais pobreza e com portugueses em vias de extinção.
Dívida em 129,4% do PIB no final de 2013
Dívida pública direta subiu 4,4 mil milhões em janeiro
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Mais de metade dos jovens portugueses admitem emigrar
A segurança no trabalho (62%) é a principal condição que esperam encontrar no país de destino, seguida da estabilidade política (37%).
A baixa taxa de criminalidade é um ponto que também têm em consideração (35%), assim como os regimes de poupança e pensões estáveis (ambos com 20%) — pelo que Alemanha, Áustria e Suíça são o destino apontado como número um por 50% dos jovens que disseram querer deixar Portugal.
Mas olhando para outras faixas etárias, o valor também é elevado. Por exemplo, 50% dos inquiridos entre os 25 e os 34 anos também responderam que ponderam emigrar ou que já o fizeram (representando os que já saíram quase 5,5%). E mesmo entre os 35 e os 44 anos, a taxa ainda se aproxima dos 50%.
...a população portuguesa voltou a diminuir, segundo as Estatísticas Demográficas de 2012 publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no final de Outubro. Se, por um lado, houve menos de 90 mil nascimentos, por outro, cerca de 121 mil pessoas saíram de Portugal de forma temporária ou permanente.
A Alemanha força-nos a uma crise que destrói os regimes de poupança e a segurança no emprego enquanto fortalece os seus regimes internos para atrair os jovens que outros países formaram, mas que lhe fazem falta, pois todos os países da UE estão em crise demográfica.
Ainda este sábado, num jantar de aniversário, discuti com um amigo que acha muito bem que os jovens emigrem e que não vê mal nenhum nisso e até diz que em Portugal sempre se emigrou... pois é verdade que sempre se emigrou, o que significa que não saímos desta roda de pobreza mas, quem dantes emigrava eram os pedreiros, por assim dizer, não os licenciados, os mestres e os doutores, aos milhares.
Uma geração de jovens que podia, quem sabe, refrescar as hostes políticas com ideias e práticas diferentes para melhor, contribuir para acabar com esses ciclos de emigração por pobreza endémica. Mas não, pois estão todos lá fora a trabalhar para aumentar a riqueza de outros países à nossa custa em virtude de aqui dentro ninguém querer saber deles e até os mandarem emigrar.
Porquê e como é que as pessoas encaram estas coisas com bonomia? Não têm problemas económicos e têm uma visão individualista da vida económica.
Os níveis de emprego continuarem a cair vertiginosamente e o primeiro ministro estar numa guerra para despedir mais uns milhares de pessoas? Como é que alguém pode pensar que o caminho para sair da crise passa por ter toda a gente no desemprego? Ou alguém está a querer acabar com a viabilidade do país?
Parecemos um paciente ligado às máquinas a quem os médicos querem curar desligando o oxigénio...
Cerca de 100 mil pessoas foram para o desemprego, o ano passado, e as restantes para novos empregos, formação ou emigração
Formação e emigração significam continuação no desemprego... Como é possível esperar que a economia cresça com tanta gente no desemprego, sem poder de compra para alimentar a produção seja do que for.
E, para este ano, já anunciaram mais milhares de despedimentos. Nos professores vai recomeçar: empurrar para a reforma, aumentar a carga de trabalho para atirar outros para o desemprego, prescindir de serviços essenciais...
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