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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
O tom manso e dengoso com que o primeiro-ministro fala no respeito democrático por quem faz greve e na intenção de não agravar conflitos agora que surgiu uma greve tipo presente pré-eleitoral. Há não muito tempo disse que devia-se considerar o direito à greve dos professores (como se pusséssemos em causa a sobrevivência do país), chemou bestas aos enfermeiros por fazerem greve e ameaçou, pouco democraticamente, demitir-se se aprovassem o que a lei mandafazer acerca da carreira profissional dos professores.
O primeiro-ministro diz tudo e o seu contrário conforme lhe convém. Princípios é o tipo de coisa que deixa para os outros...
duas achegas, por ora:
O relatório do Tribunal de Contas (TC), na sequência de uma auditoria às contas de 2014 da Administração Central, conclui que as verbas foram retiradas “à revelia de princípios e regras orçamentais”, refere o jornal.
...
(ainda me lembro campanha que fizeram contra os grandes privilégios dos funcionários públicos com a ADSE para justificarem esta manigância de contas...)
(via André)
DN
por PEDRO SOUSA TAVARES Hoje
Relatório coloca Portugal entre os países desenvolvidos que menos investem nas crianças dos zero aos cinco anos. E, regra geral, os menores de 18 anos têm uma qualidade de vida abaixo da média da OCDE, devido a factores como a pobreza e os fracos níveis de ensino
Portugal é um dos países da OCDE que menos investimentos públicos canalizam para as crianças até aos cinco anos.O dado consta de um relatório - Childhood Decides -, divulgado por esta organização, do qual se conclui que, regra geral, a qualidade de vida dos menores no nosso País está muito abaixo da média do mundo desenvolvido.
No total de seis itens comparados, referentes a três grandes áreas - Padrões de Vida, Educação e Protecção (ver página 3)-, a situação das crianças portuguesas só é claramente positiva ao nível dos comportamentos de risco. Baixas taxas de consumo de álcool e de tabaco entre os menores contribuem para um sexto lugar entre 30 países.
Mas em todas as restantes categorias, Portugal surge abaixo de metade da tabela. No "bem-estar material" é 25.º, ao nível do "bem-estar educacional", 26º, e em termos de "qualidade de vida na escola" surge em 21.º lugar.
A justificar estes baixos desempenhos estão índices como os 16,6% de crianças a viver em agregados familiares pobres. Um valor que, mesmo calculado tendo em conta os rendimentos médios de cada país, só permite a Portugal superar a Espanha, os Estados Unidos, a Polónia, o México e a Turquia. Os crónicos maus resultados dos alunos portugueses nas comparações internacionais são outro contributo negativo.
Bem podem a ministra da Educação e Valter Lemos mais o primeiro ministro falar de incentivos, de sucesso escolar, de apostas no ensino básico, etc., que quando se vai aos dados objectivos vê-se a realidade: o fim do insucesso escolar é uma mentira demagógica, o fim das más condições nas escolas é uma mentira demagógica, o investimento na geração mais nova é uma mentira demagógica.
Para que serviram tantos Magalhães? Para esconder a falta de investimento e de seriedade na educação.
O dinheiro era preciso para o ensino privado, onde as famílias são, por regra muito mais necessitadas...dizia o primeiro ministro ontem na RTP para olharmos o que ele fez - está bem à vista, é difícil não ver quem são os seus amigos.
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