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A 'política' internacional

por beatriz j a, em 14.10.19

 

John Antono

 

publicado às 06:40

 

Na semana passada estava a trabalhar o tema da Argumentação e Retórica e estivémos a reflectir a partir de um excerto de um texto de Perlman, o filósofo belga que no século passado recuperou a argumentação da má fama que lhe derem durante séculos e a elegeu o melhor instrumento na decisão ponderada das democracias.

O texto acaba com essa frase que se lê em baixo e a propósito dela lancei para o ar a questão, 'porque é que a argumentação é própria das democracias?' aos que os miúdos responderam imediatamente, 'porque nas ditaduras, dá-se ordens e o ditador nem se dá ao trabalho de argumentar com os opositores. Não há interesse em procurar a melhor solução, confrontando hipóteses com argumentação'. Em seguida, perguntei, 'como é que podemos reconhecer que um sistema está a perder as qualidades democráticas?' Ao que eles responderam, 'quando uma das partes, a que tem o poder, deixa de reconhecer o outro como um igual que tem que persuadir e em vez disso, dá-lhe ordens.'

Pois, é isso mesmo. E para quem pensa que os jovens são todos idiotas, não são, não.

 

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publicado às 07:56

 

 

... a não ser que as pessoas sejam banqueiros, políticos e amigos... uma pessoa meter-se num comboio hoje dia é um risco de se ficar apeado no meio do nada com temperaturas mortais ou nem sequer se chegar a partir... mas como as pessoas são meros custos no livro de contas do Centeno e do Costa, que importa isso, não é verdade?

 

Comboio avariado deixa passageiros sem luz no meio da linha em Beja

Um comboio regional com destino a Vila Nova da Baronia, Beja, avariou, na sexta-feira à noite, na linha do Alentejo, obrigando os passageiros a suportar temperaturas na ordem dos 40 graus e levando a que algumas pessoas decidissem ir a pé até à estação mais próxima.

 

Um jovem que seguia no comboio em causa falou sobre a "situação incompreensível" ao JN. Depois de um primeiro comboio ter saído da Gare do Oriente, em Lisboa, com mais de 20 minutos de atraso (partiu às 17.30 horas, quando a hora prevista era 17.02), fez transbordo na Estação Ferroviária de Casa Branca, como habitual, "para os passageiros que vão até Beja".

 

"Chegados a Casa Branca, ficámos uma hora e 20 minutos à espera que chegasse o comboio regional para Beja... com 43 graus e sem nada à volta da estação para abrigar. Havia um café, que só tinha duas garrafas de água para vender", lamentou. Quando chegou o comboio em questão, que, segundo o jovem, não tinha ar condicionado, os passageiros depararam-se com temperaturas "insuportáveis". Vinte minutos depois de iniciar marcha, o veículo parou entre Alvito e Vila Nova da Baronia, Beja.

 

"Ao início não nos deixaram sair das carruagens para apanhar ar. Deixou de haver luz e ventilação. Ficámos assim uns 15, 20 minutos, até que se tornou insustentável e desesperante estar lá dentro. Idosos começaram a sentir-se mal e até mais jovens, com falta de água e comida", contou, acrescentando que foi nessa altura que decidiu gravar o sucedido e divulgar a situação no Facebook, "como forma de chamar a atenção" para o que se estava a passar.

 

"Não há estradas, quaisquer vias. Ficámos fechados no comboio sem possibilidade de abrir as portas, estão 40 graus, há crianças e idosos", escreveu naquela rede social, na legenda do vídeo abaixo publicado, que mostra os passageiros às escuras dentro do comboio.

 

"Ao fim de mais de uma hora parados", decidiu, juntamente com mais pessoas, sair do comboio (que entretanto abriu portas) e seguir a pé pela linha férrea, por quatro quilómetros, "sem luz nem garantias de segurança", escreveu no Facebook. "Apenas vieram os mais jovens, as crianças e os idosos ficaram no comboio à espera de uma solução", explicou Martim, que só chegou a casa, em Beja, às 23 horas.

 

 

publicado às 06:02

 

Why... Study Philosophy?

 

The second caveat (“Objection 2”) is that insofar as contemporary philosophy does come up with intelligible conclusions, they are frequently banal. Take, for example, On What Matters, the Oxford philosopher Derek Parfit’s two-volume magnum opus, published in 2011. His 1,400-odd pages are unusually clear and cogent; it was generally praised as a major work making original contributions to the whole field of present-day philosophical debate. Yet his answer to the question “What matters most?” is underwhelming. In Volume One he writes: “What now matters most is that we rich people give up some of our luxuries, ceasing to overheat the Earth’s atmosphere, and taking care of this planet in other ways, so that it continues to support intelligent life.” This seems to me to be not much better than a statement of today’s — probably ephemeral — conventional wisdom. Philosophers have no special insight into natural phenomena such as climate change; you don’t need to study ethics to renounce luxuries or take care of the planet. Volume Two concludes: “What matters most is that we avoid ending human history.” This may be true; but apart from mad dictators or religious fanatics, such as the Supreme Leaders of North Korea and Iran, Kim Jong-un and Ayatollah Khameini, who on earth would disagree? If this is the best that philosophers can do to explain the meaning of life, the rest of us may well think that we can save ourselves the trouble of reading them.

 

Hoje em dia a sociedade é de tal modo obcecada pela auto-promoção que qualquer professor de filosofia universitário se auto-proclama filósofo. São todos filósofos. Nas escolas secundárias muitos professores dizem-se também filósofos por darem uma disciplina de filosofia. Qualquer dia até os outros que não percebem um boi de filosofia mas andam a fingir que dão filosofia a alunos do básico também se auto-intitulam filósofos [e quem sabe, oferecem-se para me explicar o que é a filosofia, como outro dia um que me dizia que aquilo que ensina não é filosofia]... depois acabam a dizer estas vulgaridades com um ar pomposo sem se dar conta dos estragos que fazem. É triste.

 

 

publicado às 05:52

 

 

 A workforce without job security is obedient and cheaper. If tenure is to be saved in American universities, academics can’t do it themselves. It will likely happen only if non-academics come to understand the tremendous cost to our society of turning our universities into places of fear, of turning their children’s professors into a herd of terrified sheep.

-----

Any time faculty members feel they can lose their title, livelihood, health insurance, home, identity and retirement security because they have upset someone, we have a situation where faculty will work hard to never upset someone. That kind of “safe” research and teaching will lack any shred of daring innovation or challenging inquiry, and will leave the people we mentor (students and junior researchers) in the position of having terrified sheep teaching them how to exist in the world. Terrified sheep are good for neither democracy nor capitalism. America needs tenure.

 

 

publicado às 04:52


Acabado de ouvir na RTP2

por beatriz j a, em 11.08.16

 

 

 

Um jornalista na RTP2 a entrevistar um indivíduo acerca dos fogos diz o seguinte, 'havia dantes uma presença dos sapadores na floresta mas essa ideia teve 'um pause' de dois anos'. WHAT??? Um 'pause'???? Então ele não sabia dizer, uma pausa? Ele não tem noção que está numa estação nacional em Portugal? Vergonhoso.

 

 

publicado às 22:17


Jornalismo sem filtros

por beatriz j a, em 04.07.16

 

 

Quando o jornalista assume que divulga boatos como se fossem notícias...

 

 

 

publicado às 08:57

 

 

 

Mário Cruz – que tem visto os seus trabalhos circularem no estrangeiro, em jornais e revistas de prestígio e grande difusão como o New York Times e a Newsweek – é muito crítico em relação ao que se passa hoje em todo mundo com o fotojornalismo. E Portugal não escapa. “Hoje falta-nos tempo e espaço para fazer trabalhos como este dos talibés”, diz, explicando que, para realizar esta série em que esteve dois meses do ano passado no Senegal e na Guiné, teve de pedir uma licença sem vencimento na Agência Lusa, fazendo toda a pesquisa que antecedeu a viagem nos seus tempos livres. “Hoje não há praticamente oportunidades nenhumas para publicar trabalhos que fogem ao foco noticioso imediato, ao que acaba de acontecer. 

 

Estas palavras de Mário Cruz a propósito da reportagem fotográfica que lhe deu o prémio são reveladoras. O jornalismo está nas mãos de comerciantes que só pensam no lucro, de modo que quem quer fazer um trabalho sério tem que fazê-lo por sua conta, às suas custas e, à margem das direcções dos jornais. Daí a decadência em que se encontra o jornalismo. E quem diz o jornalismo, diz as escolas e os hospitais que têm nas direcções pseudo-gestores ao serviço do lucro dos lobbies que por sua vez servem o lucro de grandes empresas. Quem quer trabalhar como deve ser, com um trabalho consequente e profundo, tem que fazê-lo às suas custas e à margem das direcções.

Dantes, quando os serviços eram dirididos por pares, fossem jornalistas, médicos ou professores o objectivos eram, respectivamente, o acto pedagógico, o acto médico e o serviço informativo público. Agora que os serviços estão nas mãos de comerciantes que só pensam no lucro a decadência é inevitável e é visível.

 

 

publicado às 13:56


A educação em decadência no mundo...

por beatriz j a, em 15.12.15

 

 

U. of Iowa President Apologizes for Suggesting Unprepared Professors Be Shot

 

O presidente da universidade do Iowa defendeu numa reunião que os professores mal preparados devaim ser mortos a tiro... e depois ficou surpreendido por uma professora ter ficado chocada e afirmou que já disse aquilo montes de vezes em fóruns e que nunca ninguém se tinha queixado... mas desde quando os professores se tornaram os maus da fita e os administradores, gestores, políticos e outros aproveitadores sem escrúpulos que sugam de dinheiro as universidades passaram a ser vistos como benfeitores? E como se pára isto?

Em Portugal sabemos quando os professores se tornaram os maus da fita: foi quando a incompetente da fulana Rodrigues foi promovida a ministra por esse grande inovador moral que agora pede que o PS, enquanto está no poder, interceda por ele.

 

 

publicado às 20:28


UAI! Isto é bolonha elevado ao quadrado

por beatriz j a, em 07.09.15

 

 

Católica Porto lança curso dois em um

O curso terá a duração de cinco anos e garante dois diplomas, Direito e Gestão, aos alunos que o concluírem. Este ano serão abertas 40 vagas.

 

O simplex chegou às Universidades que gostam de achar-se boas. A decadência e mercantilização da educação em todo o seu esplendor. Ainda havemos de ver as Licenciaturas ao domingo como uma grande inovação sintética.

 

 

publicado às 00:20

 

 

 

Faz hoje 40 anos, mais ou menos por esta hora, estava presa em casa com a minha mãe, a minha avó [de cama, doente] e os meus dois irmãos mais novos, o J. com 7 anos, a P. com 5 anos, enquanto decorria um julgamento popular -o meu pai e o tio D., em cima duma roulotte- organizado pelo PC do senhor Cunhal e pelo COPCON do senhor Otelo. No Alentejo. Havíamos de sair de lá rodeados de COPCONs com as metralhadoras apontadas por volta da uma da manhã, à pressa mas todos vivos, porque as pessoas que lá estavam a fazer número, reféns desses organizadores, não estavam com eles e não alinharam nos planos previstos.

O que foram aquelas quase sete horas dramáticas pela noite dentro e madrugada e o mês que se lhe seguiu, não pertence aqui ao blog mas está escrito, para memória futura, porque de todos os que lá estavam -do nosso lado- só eu e os meus dois irmãos mais novos estamos vivos, mas eles eram muito pequenos e fui arrancá-los da cama por volta da uma da manhã para irmos embora.

 

O COPCON, quem hoje sabe o que aquilo foi...? E o PC dos dias de hoje já não é aquele PC do Cunhal. Estranhamente, os outros partidos aproximaram-se do PC no que foram sempre os seus tiques de ter directórios, decisões opacas, exigência de submissão, tomar as decisões à porta fechada, etc. Aliás, toda a Europa (com algumas excepções), com o exemplo desses parasitas que enchem os corredores de Bruxelas a tomar decisões que interessam às suas actividades e ligações particulares [de 5 em 5 anos lá aprovam alguma legislação no interesse dos povos] e a ganhar como nababos só por se darem ao trabalho de aparecerem no serviço, se aproxima, cada vez mais, dos tiques do que foram os partidos soviéticos, autoritários, com as botas a esmagar os povos enquanto se atribuiam a si mesmos privilégios de grandes burgueses, como se dizia na altura em que havia o COPCON, com a única grande diferença que defendem sempre as privatizações [o que não admira pois ocupam (ou ocuparão) os seus directórios].

 

O que nunca pensei foi, passados 40 anos, dar por mim a pensar se não seria preferível esse tempo onde, ao menos, tudo era claro, a este de ganâncias nebulosas onde o CDS se comporta como o PC e o PSD como o PS e todos juntos, se os trocassem todas as semanas no Parlamento e no governo, como quem baralha cartas, nem dávamos por isso... onde, na Europa, um grupo de tipos, a maioria de grande mediocridade democrática, por se acharem especiais devido a terem muito poder decidem, à porta fechada, no seu Politburo, quem vive e quem morre na Europa para servir os seus interesses. 

 

 

publicado às 22:16

 

Grimm's Tale

 

Stefan Grimm era um professor reputado da Imperial College, uma universidade inglesa prestigiada. Suicidou-se depois de o ameaçarem com processo disciplinar e despedimento por não angariar fundos milionários para a universidade. Deixou uma carta a explicar tudo isto.

 

Na carta pode ler-se:

 

I fell into the trap of confusing the reputation of science here with the present reality. This is not a university anymore but a business with very few up in the hierarchy, like our formidable duo, profiteering and the rest of us are milked for money, be it professors for their grant income or students who pay 100.- pounds just to extend their write-up status. 
If anyone believes that I feel what my excellent coworkers and I have accomplished here over the years is inferior to other work, is wrong. With our apoptosis genes and the concept of Anticancer Genes we have developed something that is probably much more exciting than most other projects, including those that are heavily supported by grants.
.

É nisto que se transformou a educação, de alto a baixo: um negócio de muitos milhões e projectos vistosos com professores de nomes sonantes que possam dar nas vistas, tipo grandes estrelas da ciência televisiva nas mãos de corporações que são donas das instituições e só as querem para ganhar dinheiro. Todos os que não encaixam na máquina corporativa são trucidados, mesmo que sejam investigadores extraordinários que trabalhem em projectos de real interesse para todos nós.

 

Quem não vê que a Europa precisa de grandes mudanças se queremos evitar que se torne numa Rússia ou China é completamente cego; a educação, que outrora era o cunho de excelência da Europa dos Direitos Humanos, decaiu na prolatarização dos professores e na indiferença dos que detêm o dinheiro por um progresso nos conhecimentos que reverta a favor da sociedade como um todo e não de quatro ou cinco DDTs.

 

Trágico, perturbador e sintomático da decadência da sociedade de ideais de liberdade, justiça e equidade que costumávamos ser.

 

 

publicado às 19:24


Muito preocupante

por beatriz j a, em 16.04.14

 

 

 

Não é que não soubéssemos isto mas o relatório torna-o oficial, por assim dizer. Esta já não é a Europa idealizada no fim da Segunda Grande Guerra. Esta é a Europa do lucro a qualquer preço, muito parecida à imediatamente anterior à Primeira Grande Guerra mas, um bocadinho mais cínica.

 

 

 

Europa: Direitos humanos atravessam 'crise sem precedentes

 

 

Os direitos humanos, a democracia e o Estado de direito atravessam hoje, na Europa, uma "crise sem precedentes desde o fim da Guerra Fria", conclui-se num relatório divulgado hoje pelo Conselho da Europa.

 

No documento, o secretário-geral da organização pan-europeia de defesa dos direitos humanos, Thorbjorn Jagland, alerta para um "aumento dos casos graves de violação dos direitos humanos (corrupção, impunidade, racismo, discursos de ódio e discriminação) em todo o continente ".

 

"Os direitos da pessoa humana estão igualmente ameaçados pelas repercussões da crise económica e por desigualdades crescentes", avisa Jagland, que apela aos 47 Estados-membros do Conselho da Europa a "agir o mais depressa possível para conter esta erosão dos direitos fundamentais ".

 

Jagland refere, por exemplo, a situação na Ucrânia, onde a ausência de um poder judiciário independente nos últimos anos criou "um terreno propício à corrupção e aos abusos de poder", o que levou à revolução.

Entre os problemas mais recorrentes, o relatório cita as discriminações contra as minorias étnicas em 39 dos 47 Estados-membros do Conselho da Europa, as condições de detenção, nomeadamente a sobrelotação prisional, em 30 Estados e a corrupção em 26 Estados.

 

Cerca de 20 países registam ainda falhas nos direitos reconhecidos aos demandantes de asilo e aos migrantes, enquanto oito Estados não respeitam a liberdade de expressão e dos media, acrescenta o mesmo documento.

Os Estados faltosos referidos não são identificados no relatório, tendo o Conselho da Europa transmitido confidencialmente a cada um deles os problemas identificados, a fim de melhorar a situação de forma construtiva, disse à AFP o porta-voz de Jagland, Daniel Höltgen.

 

 

publicado às 18:41


Isto é o 'vale tudo'

por beatriz j a, em 02.02.14

 

 

O negócio da educação está como a economia: uma meia dúzia faz uma enorme fortuna à conta das 'connections' aos 'lobbies' e o resto anda numa luta de 'vale tudo'.

 

 

O Departamento de Estudos de Género e da Mulher da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, está a oferecer uma cadeira sobre a cantora Beyoncé.

 

O professor responsável, Kevin Allred, vai usar a carreira da estrela para explorar a política racial e de género no país. A cadeira chama-se "Politizando Beyoncé".

 

A universidade também tem uma cadeira sobre as letras do cantor Bruce Springsteen.

 

 

publicado às 09:31


'Romains de la Décadence' de Thomas Couture

por beatriz j a, em 18.08.11

 

 

 

 

 

 

A propósito do quadro que representa uma cena histórica com intuitos morais, Couture cita o poeta romano Juvenal, (c. 55-c.140 AD) no catálogo da exposição de 1847 onde a pintura foi exibida: "Plus cruel que la guerre, le vice s'est abattu sur Rome et venge l'univers vaincu".

Thomas Couture quer também criticar a monarquia francesa dessa época.

Parece-me servir na perfeição para retratar a Europa dos nossos dias. A decadência visível em todo o lado: o excesso, o cansaço e a desilusão, marcam os rostos sob o olhar reprovador das estátuas dos antigos.

 

publicado às 13:24


isto agora é o pão nosso de cada dia

por beatriz j a, em 10.05.11

 

 

 

 

Silvana Koch-Mehrin pode perder título académico

Vice do Parlamento Europeu plagiou tese de doutoramento

A vice-presidente do Parlamento Europeu, Silvana Koch-Mehrin, do Partido Liberal alemão, plagiou parte da sua tese de doutoramento, noticiou o jornal germânico ‘Tagesspiegel’.

 

O raciocínio desta gente é o seguinte: se ele pôde porque não hei-de eu poder também?

 

publicado às 18:16


a dessusbstancialização da europa

por beatriz j a, em 03.12.10

 

 

 

School plans centre to house its homeless pupils

Problems expected to get worse as cuts bite with sixth former spending four months sleeping in park

 

Escolas a dar refeições a alunos que passam fome e agora escolas a recolherem alunos sem abrigo que vivem nas ruas por pobreza da família ou crises familiares em que os pais não os podem sustentar. Dormem na escola e servem-se da cozinha, tudo em condições até há pouco impensáveis em países como Inglaterra. A situação irá piorar à medida que os cortes das instituições de apoio social se vão sucedendo uns aos outros.

Uma coisa dramática e incrível, esta da Europa estar a morrer. Dramático, porque esta pobreza generalizada não acontece por ter havido algum cataclismo ou guerra ou falta de produção agrícola ou até por falta de dinheiro, mas apenas por ganância de uns que a certa altura pensaram que podiam imitar o sistema americano e enriquecer enquanto uns fantoches manipulados tratavam de pseudo-governar. Agora temos isto: líderes medíocres por todo o lado, pobreza e falta de suporte social enquanto políticos, empresas estatais, e bancos a engordam à toa.

Por todo o lado o conhecimento sujeito a ataques e punições, a ignorância elogiada e estimulada com falsos diplomas de falsos cursos. São as Novas Oportunidades da Europa: 'europeu' tornou-se uma marca, uma imagem de marca, tal como Dior, Chanel ou Omega. Já não tem nada a ver com uma certa maneira de encarar o mundo, a civilização ou o conheciemnto. Ser da Europa, ter feições Europeias ou viver na Europa é assim como viajar com malas Vuitton. É chic. Nada mais.

 

 

publicado às 17:55


a europa cada vez mais insignificante

por beatriz j a, em 29.10.10

 

 

 

Silvio Berlusconi: Escândalo sexual

O primeiro-ministro italiano está a ser investigado por, alegadamente, ter pago para ter sexo com uma jovem marroquina, de 17 anos, na sua mansão nos arredores de Milão.

 

A Europa que era um farol da civilização agora é isto: o que manda em Itália é um velho debochado -sem dúvida rodeado de outros seus iguais-; a França governada por um vaidoso inseguro (por a mulher ser mais alta que ele e ter melhor pele) que se vinga com manifestação de racismos e ostentação de dinheiro; em Inglaterra, um mentiroso que saiu do governo milionário, casado com uma mulher cuja vida é vender relógios do marido no ebay e cuja irmã acha que o que é bom é ser muçulmana e andar de burka; o que nos governa é o que se sabe: só casos de roubo e corrupção, cujos amigos, ou estão na cadeia, ou a caminho dela, ou em fuga dela; o Presidente da UE um gajo que fugiu cobardemente do país por vaidade e ganância depois de se ter comprometido e que faz nada a não ser ostentar dinheiro e poder; na Alemanha uma proto-nazi que sacrifica a própria União, esvaziando-a de propósito, por ganância de poder e poder e mais poder.

Enfim... quem é que se espanta da pobreza desta UE se as pessoas que a comandam são duma pequenez egoísta, corrupta, decadente, irresponsável e miopemente autoritária...

 

publicado às 09:53


a decadência da europa

por beatriz j a, em 19.10.10

 

 

 

Afluência idêntica à da semana passada

Sindicatos contam 3,5 milhões de franceses nas ruas contra Sarkozy

Três milhões e meio de franceses estiveram hoje nas ruas de centenas de cidades a manifestar-se contra o projecto presidencial de aumento da idade para a reforma, anunciou a Confederação Geral do Trabalho (CGT).

 

É o mesmo por todo o lado. Políticos irresponsáveis e corruptos gastam o dinheiro dos contribuintes como se fosse seu e depois apresentam como solução as pessoas trabalharem ainda mais, ganhando menos, de tal modo que a vida se torne um inferno onde se vai directamente do trabalho para a sepultura.

Em Portugal, para além disso estamos cheios de políticos velhos e retrógrados que ainda vêem o mundo por modelos que já morreram há muito tempo e não saem desses esquemas de ser de direita, ou de esquerda, ou trotskistas, ou outra coisa do género. Não têm uma única ideia, um fio condutor da acção. Só têm slogans caducos, inertes, mortos. Não admira que vivam para o dia-a-dia. Não têm cabeça para mais...

 


 

publicado às 18:51

 

 

 

 

 

 

'Eles [os Romanos] reconheciam que os verdadeiros princípios da vida social, leis, agricultura e ciência que tinham sido inventados pela sabedoria de Atenas, estavam agora firmemente estabelecidos pelo poder de Roma cuja influência auspiciosa tinha reunido num único governo e língua comum os destemidos bárbaros. Eles afirmavam que com o desenvolvimento das artes as espécies humanas se tinham multiplicado visivelmente. Celebravam o esplendor das cidades e a beleza da paisagem campestre, cultivada e adornada como um imenso jardim; e o longo festival da paz, desfrutado por tantas nações esquecidas das antigas animosidades e livres de apreensões de futuros perigos.'  Quaisquer que sejam as suspeitas que o tom de declamação retórica destas passagens possam levantar, a sua substância está de acordo com a verdade histórica.

Era difícil que os olhos dos contemporâneos pudessem descobrir nesta pública felicidade as causas latentes da decadência e da corrupção. Esta longa paz e o governo uniforme dos Romanos introduziu um lento e secreto veneneo na vitalidade do Império. As mentes dos homens reduziram-se gradualmente ao mesmo nível, o fogo do génio extinguiu-se e até o espírito militar se evaporou. Os nativos da Europa eram bravos e robustos - Espanha, Gália, Bretanha e Illyricum [Albânia] forneciam excelentes soldados às legiões e constituiam a verdadeira força da monarquia. Embora o seu valor pessoal não tivesse desaparecido, já não possuíam aquela coragem pública que se alimenta do amor pela independência, o sentimento da honra nacional, a presença do perigo e o hábito do comando. Recebiam leis e governadores da vontade do soberano e confiavam a sua defesa a um exército mercenário. A posteridade dos seus mais corajosos líderes estava contida nas fileiras dos cidadãos e súbditos. Os melhores espíritos andavam na corte ou no 'staff' dos imperadores; e as províncias desertas, privadas de força política e união, afundaram-se insensivelmente na lânguida indiferença da vida particular.

 

Edward Gibbon, The History of the Decline and Fall of the Roman Empire

 

 

O Gibbon podia estar a falar da situação da Europa de hoje que o discurso adapta-se que nem uma luva.

 

publicado às 10:08


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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