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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Harvard economist Larry Katz rails that US society has come to resemble a deformed and unstable apartment building: The penthouse at the top is getting bigger and bigger, the lower levels are overcrowded, the middle levels are full of empty apartments and the elevator has stopped working.
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In this sense, the crisis of capitalism has turned into a crisis of democracy. Many feel that their countries are no longer being governed by parliaments and legislatures, but by bank lobbyists, which apply the logic of suicide bombers to secure their privileges: Either they are rescued or they drag the entire sector to its death.
Lembro-me de, há imensos anos, falar nas aulas, a propósito da penetração que algumas ideias científicas têm na vida civilizacional -neste caso o Darwin e o Darwinismo-, do capitalismo do século XIX, chamado, 'capitalismo selvagem', devido à falta de regulação, à inexistência de sindicatos, à ausência de serviços sociais de apoio, à ganância dos industriais e à cegueira e cobardia dos políticos.
Lembro-me de falar nisso como coisa do passado num pressuposto de que não voltaria: de como os grandes industriais defendiam que se devia deixar os trabalhadores à beira da sobrevivência para que a insegurança constante os desmobilizasse de reivindicações, de como se dizia que manter os trabalhadores submissos estava de acordo com a natureza, pois os fortes haveriam de sobreviver e vencer e os que não venciam eram os fracos e que isso era o que é natural de acordo com a teoria da Evolução das Espécies.
Lembro-me de dizer que este tipo de capitalismo levou ao aparecimento dos Anarquistas que, não tendo maneira de fazer 'funcionar o elevador' como se diz no artigo do Der Spiegel, vingaram-se das injustiças desatando a assassinar industriais e membros da realeza e da nobreza, uns e outros, em geral, grandes esbanjadores ostensivos do dinheiro arrecadado com o sacrifício de milhões de trabalhadores explorados até ao tutano. De como os políticos se demitiam dos seus poderes para viver a adejar os salões e círculos sociais das elites e de como a falta de coragem, de visão e de decência forjaram a Grande Guerra.
Lembro-me de falar nisso como coisa do passado. Lembro-me de dizer que o Marx estava errado nas suas previsões, pois o socialismo comunista e não o capitalismo é que tinham trazido a miséria.
Lembro-me disso tudo e leio este artigo e constato aquilo que todos já vimos e sabemos: é que estamos outra vez nessa época de capitalismo selvagem, de políticos com falta de cultura, de coragem e visão que vivem para o deslumbre e o adejamento dos grandes empresários e do dinheiro que deles pinga; os sindicatos a perder força, o fosso entre ricos e pobres a alargar, o esbanjamento perdulário de uns à custa de muitos, a classe média a desaparecer, os novos anarcas que são os terroristas que se aproveitam desta falta de esperança para bombardear e aterrorizar, os países ricos ocidentais -como nesse virar do século- a invadir os outros para os drenar da riqueza, seja o petróleo ou o coltan. E, tal como então, todos fazem a guerra com palavras de paz.
O Canadá chocou-se com um terrorista no seu Parlamento. Mas declaram que vão entrar na guerra contra os países dos outros e depois admiram-se que a guerra lhes entre em casa?
A crise do capitalismo pôs em crise a democracia: a vida democrática, o poder de influenciar mudanças, de usufruir dos avanços da tecnologia, dos povos se elevarem como um todo, tudo se esfuma nesta marcha-atrás cultural da civilização onde as grandes massas voltam a cair na ignorância pois a educação e o acesso à qualidade de vida em geral é cada vez mais para quem tem dinheiro.
Há uma falta geral de visão, de coragem e de seriedade nos políticos que têm o poder -de regular- e não o usam a não ser para esmagar os opositores. E parece que a História se repete e que estamos à beira de uma nova catástrofe mas desta vez vamos para ela de olhos bem abertos.
No DN
por PEDRO SOUSA TAVARES Hoje
Madalena Pinto sublinha causas hormonais. Sexólogo diz que lado cultural pesa mais.
A justificação biológica para a maior - ou mais assumida - tendência masculina para a infidelidade não é totalmente descabida. É pelo menos esta a conclusão que se retira do livro Química do Amor e do Sexo, da professora universitária Madalena Pinto. A testosterona - hormona que os homens produzem em quantidades 20 a 30 vezes superiores às mulheres - é a principal culpada.
Era mesmo do que precisávamos! Notícias a incentivar o machismo latino, porque não temos violência doméstica que baste. Uma fulana lançou um livro de clichés sexistas 'legitimando' a infidelidade no masculino.
Então isto não é um incentivo ao comportamento do macho latino? A ideia de que ser homem (produzir testosterona) torna quase inevitável ser infiel, mas que a mulher, porque quase não produz testosterona não tem justificação para esses comportamentos?
E, repare-se na imagem que o DN publica com a notícia: dois homens com aspecto normalíssimo, com duas 'gajas', 'tipas' que os homens apalpam indiscriminadamente à vontade. Que é um modo de dizer que só mulheres menos sérias andariam com homens não sendo casadas com eles.
Uma fulana, que é professora de Química escreve uma cena sem grande interesse a dizer o óbvio: que os homens produzem testosterona; e, porque uma tal afirmação corriqueira não lhe venderia os livros, acrescenta-lhe especulações sobre o comportamento (que também não são novas - há anos que os homens tentam fazer passar essa ideia de que eles, e só eles, têm justificação para a infidelidade por causa dos comportamentos evolucionistas relacionados com a testosterona e a sobrevivência dos mais aptos) a partir daí.
Isto já é a moda actual de qualquer pessoa dizer, com ar de especialista, qualquer coisa sobre qualquer coisa.
A destruição de todos para alimentar a vaidade e arrogância de alguns.
E agora que se sabe, infelizmente à custa da miséria de milhões, que este tipo de sociedade darwinistico-simplista não funciona e gera injustiça, miséria e horror pelo facto de alimentar o que de pior e mais egoísta existe no ser humano, a ministra da educação e o primeiro ministro querem aplicar a ideia ao nosso sistema de educação.
É difícil ser mais estúpido que isto: ir aplicar um modelo que provou ser completamente pernicioso e contrário aos interesses que futurava.
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