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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
'Começa a chover à segunda-feira, é a semana inteira'.
Agora está assim... não dá para acreditar. Assim é fácil ser poético...
Na semana passada houve um dia que o apanhei assim. Parece uma pintura do Turner.
Até num dia murchinho como o de hoje... a quantidade de cores...
(...)
Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?
(...)
António Gedeão
Em Outubro os fins de dia costumam ter muitos entardeceres dramáticos em que o céu parece fogo, mas hoje não. Hoje é a província. Não se ouve um ruído de carros, a luz está a cair sobre a serra e o mar com uma beleza pastel.
Por falar em tons pastel, de há uns tempos para cá há uma moda aqui neste burgo de pintar os edifícios de cores muito escuras, e feias, ainda por cima: verde escuro, azul marinho, preto...(!) o edifício da Camâra Municipal está pintado de um roxo escuro completamente deslocado da atmosfera da cidade. Qualquer dia a cidade perde esta luz característica porque a luz reflecte-se nos edifícios claros e contribui para esta atmosfera calma e tranquila de fim de dia que as cidades do Sul nos países do Sul têm, ao passo que é absorvida pelos edifícios de cores escuras - até os torna mais quentes. Se esta moda horrível continua a cidade há-de tornar-se escura, sombria e deprimente.
Eu morei uns anos em Bruxelas. A cidade é escura o que em grande parte se deve àqueles edifícios em tijolo escuro ou em pedra escura que absorvem a luz que já é pouca, com a chuva constante e o céu sempre cinzento - é stressante e tem um efeito muito negativo para quem já tem tendência para a depressão.
de um lado o sol nascente
do outro ainda a Lua
... cura-me com o sorriso dos teus olhos
e o azul da tua boca... (bja)
setúbal
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