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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
A dívida da Galilei à Parvalorem ascende a 1250 milhões de euros.
A Deloitte também não aceitou continuar a desempenhar as suas funções de fiscal único da Galilei.
A administração da Galilei (ex-SLN, que controlava o BPN) renunciou a todos os cargos que ocupava.
BESgate vai custar 4,9 mil milhões de dinheiros públicos → BESgate vai fazer resvalar o défice → é preciso corrigir as contas públicas para baixar o défice → vamos dizer que há um problema com os salários do Estado serem muito elevados → entretanto lançamos a ideia que os estúpidos dos professores têm salários muito altos para a riqueza do País → Logo, deixamos o grande ceifeiro Crato no lugar para procedermos aos cortes e despedimentos necessário para pagar esta trapalhada que o Costa do BDP deixou acontecer e que não temos ideia de como se resolve.
passos-sobre-as-dividas-contributivas-lamento-nao-ter-tido-consciencia-dessas-obrigacoes
... em vez de vir dizer que era um assunto meramente pessoal e que não sabia que era preciso cumprir a lei. É que estamos num país onde somos esmagados por uma brutal carga fiscal e vemos os políticos e banksters, como diz o outro, rir disto tudo porque nunca lhes toca a eles e constantemente atacar o povo e o trabalho do povo.
Vir dizer, como diz hoje o Poiares Maduro, que Casos políticos e ruído não fazem bem ao país, e que isto não tem importância nenhuma quando se dizia e diz que o povo é o causador da crise porque foge ao fisco e vive acima das possibilidades é um descaramento que no mínimo, irrita! O que não fez e não faz bem ao país são os políticos fugirem ao fisco, não entregarem declarações de rendimentos, entrarem nos governos a ganhar 40 mil euros ao ano e saírem de lá a ganhar 90 ou 100 mil ao ano, com propriedades aqui e ali... isso é que não faz bem ao país... e se o Presidente tivesse ficado calado tinha feito melhor serviço....
Como dizia hoje um colega, o Ricardo Salgado, cujo endereço devia ser o do estabelecimento prisional, está em casa na boa e no fim disto tudo ainda lhe vamos pagar uma reforma milionária! Porque em Portugal, roubar é considerado trabalho e entra para o cômputo da reforma!
Li hoje que a Liga Árabe decidiu dar à Palestina 100 mil milhões por mês para os ajudar a combater a crise : 100 mil milhões POR MÊS!! Andamos nós de joelhos pela Europa a pedinchar uma tranche de 12 mil milhões a juros exorbitantes... trocos... para os Árabes as dívidas soberanas dos países do sul da Europa são trocos.
Lembrei-me deste poema de Wilfred Owen depois de ler um artigo do jornal Público sobre o desemprego de mais de 35% dos jovens. Embora não sejam uma geração desperdiçada na guerra, como esta para quem Owen escreveu o poema, é uma geração desperdiçada no desemprego - com estudos mas sem emprego, acumulam divídas de empréstimos e juros à banca, que não conseguem pagar.
Os bancos estão para os estudantes como os credores estão para nós: cobram juros altos e obrigam a uma recessão que nos impede de conseguir pagá-los.
Tal como o BCE se recusa a ajudar os países e os manda pedir dinheiro aos credores, também o governo se recusa a ajudar os estudantes e manda-os endividarem-se para estudar...
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Anthem for Doomed Youth
Na Inglaterra do século XIII a lei dizia que quem não pagava as dívidas ia para a prisão. O objetivo não era prender as pessoas pois um preso não paga dívidas, mas aterrorizar as pesoas com a ideia da prisão.
O Massachusetts de 1641 seguia a lei inglesa e decretava a prisão para os devedores até que pagassema dívida, ou seja, por tempo indeterminado e sem fim à vista. Isto não resultava lá muito bem porque os que chegavam ao Novo Mundo eram quase todos devedores: endividavam-se para poderem fazer a viagem. Por isso, as dívidas eram pagas, geralmente, com trabalho ao serviço do credor assim que chegavam ao Novo Mundo.
O que acabou com este regime foi o tráfico de escravos africanos que libertou os brancos do trabalho escravo.
Para além disto, alguns estados, como a Vírginia e a Carolina do Norte, eram autênticos asilos de devedores à Coroa Britânica. A Vírginia, por exemplo, para atrair colonos, prometia cinco anos de protecção contra os credores do Velho Mundo. O Connecticut e Maryland proibiam o julgamento e condenação de devedores entre Maio e Outubro e libertavam prisioneiros, com argumentos manhosos, para que fizessem a sementeira das searas.
Em Londres, onde as prisões se enchiam de devedores, um membro do Parlamento lembrou-se de exilá-los. O Estado da Geórgia foi fundado com esse propósito de abrigar os devedores que enchiam as prisões inglesas. Isto teve como efeito reforçar a percepção de que a relação do Novo Mundo com a Inglaterra era a de devedor-credor.
No final do século XVIII associava-se a ideia de devedor à Coroa Inglesa à ideia de patriota americano. Os 'Sons of Liberty' de Nova Iorque, sempre que realizavam um banquete, mandavam dar as sobras aos devedores à Coroa que estavam nas prisões.
Donos de grandes plantações da Vírginia como Jefferson e Washington deviam grandes somas de dinheiro aos comerciantes ingleses.
Nessa altura, um credor era dono da bolsa do devedor e a Inglaterra passou a ser vista como a potência que tinha tirado à América a bolsa, a independência e a maioridade.
A Declaração da Independência foi uma maneira de cancelar todas as dívidas e alguns historiadores defendem que a Revolução Americana foi uma maneira de resolver o problema da dívida... dá que pensar... a situação dos países devedores do sul da Europa relativamente aos do Norte...
Do livro:
Author: Jill Lepore
Title: "I.O.U."
Publisher: The New Yorker
Date: April 13, 2009
(em delancey.com)
A Alemanha regista a pouco honrosa distinção de ter entrado em bancarrota em 1920 e em 1953. Da última vez, Berlim contou com a ajuda financeira da Grécia
A ingratidão dos países, tal como a das pessoas, é acompanhada quase sempre pela falta de memória. Em 1953, a Alemanha de Konrad Adenauer entrou em default, falência, ficou Kaput, ou seja, ficou sem dinheiro para fazer mover a actividade económica do país. Tal qual como a Grécia actualmente.
A Alemanha negociou 16 mil milhões de marcos em dívidas de 1920 que entraram em incumprimento na década de 30 após o colapso da bolsa em Wall Street. O dinheiro tinha-lhe sido emprestado pelos EUA, pela França e pelo Reino Unido.
Outros 16 mil milhões de marcos diziam respeito a empréstimos dos EUA no pós--guerra, no âmbito do Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs (LDA), de 1953. O total a pagar foi reduzido 50%, para cerca de 15 mil milhões de marcos, por um período de 30 anos, o que não teve quase impacto na crescente economia alemã.
O resgate alemão foi feito por um conjunto de países que incluíam a Grécia, a Bélgica, o Canadá, Ceilão, a Dinamarca, França, o Irão, a Irlanda, a Itália, o Liechtenstein, o Luxemburgo, a Noruega, o Paquistão, a Espanha, a Suécia, a Suíça, a África do Sul, o Reino Unido, a Irlanda do Norte, os EUA e a Jugoslávia. As dívidas alemãs eram do período anterior e posterior à Segunda Guerra Mundial. Algumas decorriam do esforço de reparações de guerra e outras de empréstimos gigantescos norte-americanos ao governo e às empresas.
Durante 20 anos, como recorda esse acordo, Berlim não honrou qualquer pagamento da dívida.
Por incrível que pareça, apenas oito anos depois de a Grécia ter sido invadida e brutalmente ocupada pelas tropas nazis, Atenas aceitou participar no esforço internacional para tirar a Alemanha da terrível bancarrota em que se encontrava.
Ora os custos monetários da ocupação alemã da Grécia foram estimados em 162 mil milhões de euros sem juros.
Após a guerra, a Alemanha ficou de compensar a Grécia por perdas de navios bombardeados ou capturados, durante o período de neutralidade, pelos danos causados à economia grega, e pagar compensações às vítimas do exército alemão de ocupação. As vítimas gregas foram mais de um milhão de pessoas (38 960 executadas, 12 mil abatidas, 70 mil mortas no campo de batalha, 105 mil em campos de concentração na Alemanha, e 600 mil que pereceram de fome). Além disso, as hordas nazis roubaram tesouros arqueológicos gregos de valor incalculável.
Qual foi a reacção da direita parlamentar alemã aos actuais problemas financeiros da Grécia? Segundo esta, a Grécia devia considerar vender terras, edifícios históricos e objectos de arte para reduzir a sua dívida.
Além de tomar as medidas de austeridade impostas, como cortes no sector público e congelamento de pensões, os gregos deviam vender algumas ilhas, defenderam dois destacados elementos da CDU, Josef Schlarmann e Frank Schaeffler, do partido da chanceler Merkel. Os dois responsáveis chegaram a alvitrar que o Partenon, e algumas ilhas gregas no Egeu, fossem vendidas para evitar a bancarrota.
“Os que estão insolventes devem vender o que possuem para pagar aos seus credores”, disseram ao jornal “Bild”.
Depois disso, surgiu no seio do executivo a ideia peregrina de pôr um comissário europeu a fiscalizar permanentemente as contas gregas em Atenas.
O historiador Albrecht Ritschl, da London School of Economics, recordou recentemente à “Spiegel” que a Alemanha foi o pior país devedor do século xx. O economista destaca que a insolvência germânica dos anos 30 faz a dívida grega de hoje parecer insignificante.
“No século xx, a Alemanha foi responsável pela maior bancarrota de que há memória”, afirmou. “Foi apenas graças aos Estados Unidos, que injectaram quantias enormes de dinheiro após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que a Alemanha se tornou financeiramente estável e hoje detém o estatuto de locomotiva da Europa. Esse facto, lamentavelmente, parece esquecido”, sublinha Ritsch. O historiador sublinha que a Alemanha desencadeou duas guerras mundiais, a segunda de aniquilação e extermínio, e depois os seus inimigos perdoaram-lhe totalmente o pagamento das reparações ou adiaram-nas. A Grécia não esquece que a Alemanha deve a sua prosperidade económica a outros países. Por isso, alguns parlamentares gregos sugerem que seja feita a contabilidade das dívidas alemãs à Grécia para que destas se desconte o que a Grécia deve actualmente. Jornalista
Hoje a conversa de três mulheres -duas pensionistas- à minha frente na fila do supermercado. Diz a primeira, 'Estamos no Natal e temos que gastar como se fosse um mês normal'. Diz a segunda, 'Eu agora sou sozinha e qualquer coisa me serve'. Volta a primeira, 'Pois mas é triste, é um Natal triste'. Diz a terceira, 'Mas se é para o futuro do país fazemos o sacrifício por dois anos ou três. Não somos um país de caloteiros que deve e não paga'.
Acho que esta conversa envergonha os Proenças todos ufanos de terem paralizado o país enquanto voam em executiva e se alojam em hotéis de 5 estrelas.
Devemos defender e tentar pagar a dívida em mais anos, com juros maís favoráveis de mdo que não se destrua o país, devemos lutar para que não haja fuga ao fisco, etc...o que não podemos é fazer guerra para não pagar as dívidas que fizémos como se fossemos um bando de caloteiros.
Francamente custa a entender como é que a Madeira está com uma dívida tão grande. Quer dizer, tem menos gente que a região da Grande Lisboa, tem recursos que esta não tem e, acima de tudo, recebem um bónus por cada habitante que tenha lá nascido. O famoso 'custo da insularidade'. Não percebo porque não se acaba com este bónus. Percebia-se antes dos aviões comerciais, antes da facilidade de viagens, antes da 'internet', dos satélites e das comunicações rápidas, quando estavam longe do mundo. Agora? Agora estão mais perto que algumas aldeias das Beiras, do Alentejo ou de Trás-os-Montes. Ainda se percebe para a Ilha do Pico, a Graciosa, as Flores e o Corvo. Agora a Madeira? Os custos da insularidade saíram caríssimos...mas onde gastaram tanto dinheiro? Não se percebe. O que se percebe são os perigos de deixar que políticos se enraízem no poder sem controlo.
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