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Faz hoje dois anos que a Crimeia foi anexada

por beatriz j a, em 18.03.16

 

 

Nesse ano de 2014 tinha um aluno ucraniano (que está agora na faculdade) duma turma de científico-naturais que era um apaixonado por história, por cinema e por política. Falava -e ainda falo- muito com ele sobre essas coisas. Na altura da anexação ele dizia-me qual era a impressão da situação do ponto de vista da comunidade ucraniana que vive aqui em Portugal e dos que ainda lá vivem, já que todos têm lá famíliares. A impressão desde o início da crise era a de que a Crimeia estava perdida e que o Ocidente não percebia e não sabia lidar com o Putin. Os ucranianos têm uma relação de amor-ódio com a Rússia. Um bocadinho como certos países árabes têm com os EUA. Um certo fascínio e atracção, por um lado e, um ódio de ressentimento, por outro. 

 

 

 Sergei Melikhov

 

Crimea’s international isolation has had obvious consequences on day-to-day life. Water and electricity shortages are commonplace, but few are ready to place the blame at Russian President Vladimir Putin’s door.

 

 

Desde a anexação, o poder da frota russa marítima mudou profundamente. Cresceu, rejuvenesceu e diversificou-se. Desde 2014, Sebastopol tornou-se, sem surpresa, uma plataforma de projecção do poder militar e geopolítico russos.

 

Source: IISS, Russianships.info, Center of the Analysis of Strategies and Technologies

View in high resolution here.

 

 

 

publicado às 09:49


Putin... não dá ponte sem nó

por beatriz j a, em 20.02.16

 

 

Agora a Crimeia vai ficar ligada à Rússia por estrada...

 

 

 

publicado às 18:34


A 'putinline'

por beatriz j a, em 18.03.15

 

 

 

Faz hoje um ano que a Rússia anexou a Crimeia e iniciou este percurso de, 'Regresso ao passado, orgulhosamente quase só'. O Ocidente não sabe o que fazer, como responder ou, melhor, como travar o Putin. Tiveram a oportunidade e deixaram-na passar.

 

“Crimea: o regresso a Casa”, um documentário para celebrar esta data, foi transmitido no canal Rossiya 1 no dia 15 de Março. Nele Putin gaba-se de ter planeado tudo e muito antes do referendo.

 

Indeed, Putin stated that he had ordered a specific force mix, including Russian military intelligence (GRU) Spetsnaz, elite airborne units (VDV) and marine infantry, to lead the operation under the guise of “reinforcing” the Russian Black Sea Fleet HQ in Sevastopol. In this sense, he takes sole credit for the entire operation, planned and coordinated though the Kremlin;

 

 But on the possibility of conflict escalation, Putin said he would have placed the nuclear forces on alert if things had gone badly. The operation, in fact, resulted in a relatively smooth seizing of territory and no outside power tried to intervene; Putin’s later reference to the nuclear card seems calculated to be a warning to the West to tread carefully with Russia in the future and respect its interests (Rossiya 1, March 15).

 

Putin reinforced this message time and again during the documentary, saying he ordered the placement of K-300P Bastian-P coastal defense batteries to be seen from space, in order to send a message: this could only have been meant for the United States and the North Atlantic Treaty Organization (NATO) as a signal to “keep out” (Rossiya 1, March 15).

 

Ao contrário da cortina de ferro que era estática, esta nova linha nostálgica [do passado poderoso] geoestratégica é móvel e está em andamento. Agora foi à Ucrânia seccionar um corredor, desde a Crimeia até lá acima [ainda não está acabada] onde pode pôr os seus brinquedos [tanques, mísseis etc.] mas pode ir à Lituânia ou a outro país Báltico que tal como a Ucrânia, fazem fronteira com a Rússia e estão cheio de russos do tempo da gloriosa URSS, sabe-se lá se desejosos de 'regressar à Casa', prolongar para Norte o corredor começado na Crimeia. Ou seja, ele declara-se, não como alguém que agiu apenas para defender algo, cuja 'missão' foi cumprida mas como alguém que 'tem interesses futuros'... e meios para os ir buscar... 

 

Isto -esta Putinline- assusta-me dramaticamente. Pior que isto só me assustam as pessoas que estão à frente dos organismos internacionais e países que têm que lidar com estas coisas porque que só têm feito asneiras.

 

 

publicado às 21:32

 

 

 

O Governo russo reuniu esta segunda-feira, dia 31, em Conselho de Ministros, na Crimeia e anunciou que vai aumentar os salários e as pensões dos funcionários públicos para os valores médios praticados na Rússia e reduzir alguns impostos no território como forma de atrair investimento.

 

 

publicado às 22:38


O discurso de vitória de Putin

por beatriz j a, em 18.03.14

 

 

 

É obsceno. Acho que o carácter das pessoas vê-se nestas coisas: não lhes basta aniquilar os outros mas ainda têm que ir lá dançar em cima do túmulo e gozar com a situação em que os deixaram. Infelizmente nenhum dos países que atacam a Rússia estão isentos de culpas no passado recente -como a Alemanha- ou muito recente, como a Inglaterra e os EUA de modo que a diplomacia internacional em vez de se apoiar na força do direito apoia-se na força dos interesses pessoais e o Putin explorou isso.

 

Estava aqui a ver a expressão de deleite, regozijo e reverência das pessoas no fim do discurso, quando se levantam e o aplaudem -uma delas, vê-se que está a rezar em agradecimento-, e a tentar decidir se aqueles russos sabem perfeitamente a violência que cometeram ou se acreditam mesmo que o Putin é um herói porque fez o que devia ao 'devolver' a Crimeia à Rússia. Acho que as pessoas mentem a si próprias em quase tudo, então porque não nisto também?

 

 

 

publicado às 21:07


No rescaldo da Guerra Fria

por beatriz j a, em 04.03.14

 

 

 

Na Rússia, muita gente ainda vive no rescaldo da Guerra Fria. Nomeadamente o Putin e os dirigentes que o aconselham. Nem se compreende as intenções do Putin fora da mentalidade soviética.

A Ucrânia, bem como outros países da zona, sempre foram céculas gliais da Rússia, no tempo do antigamente em que os EUA e o Ocidente aceitavam calados a influência da URSS em toda a Europa de Leste, que está cheia, ainda, de pró-russos.

A Guerra Fria acabou e teve um vencido e um vencedor. O vencedor pôs isso para trás das costas e começou a comportar-se de acordo com a sua vitória (os EUA desde então passeiam-se pelo planeta sem travões, invadem quem querem, etc.); enquanto isso, o vencido, que assiste a essa humilhação, tem visto a UE a avançar, comandada pela Alemanha, esse país arqui-inimigo, a engolir, tipo Pacman, o que eram os seus países de influência e, com isso, o seu poder no mundo.

Ora, por um lado, os russos ainda devem viver no rescaldo da era em que eram uma potência que comandava metade do planeta pelo medo, por outro, se a Ucrânia entra para a UE e eles perdem o porto da Crimeia que lhes dá acesso ao Mar Negro, ficam fechados na suas fronteiras, reduzidos a uma insignificância óbvia.

Esquecemo-nos que os russos ainda têm um aparelho militar de quando eram uma grande potência e que ainda estão a acomodar-se a um papel secundário no plano mundial.

O Putin é um ditador semelhante aos soviéticos de outras eras, embora tenha uns modods mais suaves porque vivemos na aldeia global: foi do KGB, tem manias pessoais de grandeza, está há demasiado tempo no poder a agir de modo arbitrário e, a recente crise da Síria com os EUA onde os russos apareceram como os apaziguadores da cena internacional deve ter insuflado o seu ego e as suas ambições de ser visto como um poderoso líder mundial, bem como ter feito aparecer o Obama como um líder fraco e, pior que isso, com nódoas, do ponto de vista da mentalidade soviética. De modo que ele acha que pode atacar e fazer guerra à Crimeia que o Ocidente não intervirá nem fará algo para além de protestos.

Depois, os sistemas onde os líderes ocupam o poder anos a fio, são um perigo para todo o planeta: rodeiam-se de pessoas que os reforçam e perdem a noção da realidade. Vivem numa espécie de bolha de auto-elogios completamente cega aos resultados e consequências das suas acções. Isto, não é válido apenas para os Russos que ainda estão a digerir e a acomodar-se à derrota da Guerra Fria; é também válido para os EUA que vivem fechados na ilusão de que são um povo extraordinário, líderes do mundo livre contra a opressão, sendo que nos últimos anos comportaram-se várias vezes como opressores.

Os russos dizem que estão a defender outros russos de radicais fascistas e a ajudar um país amigo que foi vítima de um golpe de estado, os americanos dizem que estão a defender o mundo livre. É um jogo de poder.

Infelizmente a UE que podia ter sido um projecto único e revolucionário, líder da possibilidade de uma nova ordem mundial que escapasse a estes jogos de poder que levam sempre a guerras, deitou tudo a perder e entrou no jogo do poder mundial, vítima das aspirações imperialistas da Alemanha e reforçou este padrão de lutas de poder planetárias.

 

 

publicado às 10:38


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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