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Tempos sombrios

por beatriz j a, em 25.10.16

 

Bem-vindos ao Troloceno

publicado às 02:35

 

 

"Vamos pôr o João Soares no lugar certo" 

 

 

publicado às 04:23

 

 

Para os pais que não são professores, isto pode ser difícil de entender

 

 

publicado às 13:28


O problema dos exames são os lamuriadores?

por beatriz j a, em 19.05.15

 

 

RAQUEL ABECASIS

Contra a lamúria dos exames

 

Independentemente do que pensamos dos exames no 4º e 6º anos de escolaridade, o que não suportamos são artigos em jornais de âmbito nacional em que pessoas se pronunciam sem nenhum fundamento, sem um único argumento válido, sequer. 

 

Dizer que 'os exames são uma maneira de passar à fase seguinte'... pois, isso já sabemos, uma vez que são obrigatórios, o que está em causa é se eles servem para esse propósito de progredir no saber ou se até são um obstáculo à consolidação de conhecimentos. É que não basta dizer que são, é preciso ter alguma evidência nesse sentido.

 

Dizer que 'os exames acrescentam experiência à avaliação instântanea'... pois, isso já sabemos, resta é saber se essa experiência em idade tão precoce é útil para a consolidação dum auto-conceito positivo. É que não basta dizer que é, é preciso ter alguma evidência nesse sentido. E dizer que 'todos somos avaliados ao longo da vida' não é um argumento válido porque também somos todos sujeitos ao sofrimento muitas vezes ao longo da vida e não é por isso que vamos sujeitar as crianças a sofrimento obrigatório para que se habituem desde pequenas.

 

Dizer que 'as crianças já têm capacidade para perceber a importância do momento'... pois, isso sabemos, resta é saber se a antecipação das consequências do exame e essa dose de ansiedade acrescida é útil para a consolidação dum auto-conceito positivo sem o qual não há sucesso. 'A criança é capaz de estudar para ele e até fazer um esforço suplementar para corrigir erros'? Não sei, não é linear. É que não basta dizer que é, é preciso ter alguma evidência nesse sentido. 

 

Dizer que 'as crianças falham os exames porque os adultos lhes inculcam discursos de ansiedade'... então mais atrás dizia que a criança percebia a importância do momento e até era capaz de esforço! É que é essa consciência da importância das consequências do momento que leva à ansiedade, não os professores, que pese embora possam ser contra os exames não fazem essas conversas às crianças.

 

O que gostava mesmo, eu que não sou por norma contra exames, mas não sou a favor destes, desta maneira, o que gostava mesmo, dizia, era que estas pessoas que vêm para os jornais dizer bavardages, se informassem primeiro sobre os assuntos de que vão falar e depois usassem argumentos para defender as suas teses. Esta pessoa dá a entender que os exames são uma coisa obviamente excelente, que toda a gente que não é idiota já viu isso há muito tempo e que o único problema que existe são uns palermas que aí andam a lamuriar-se. Só falta dizer, 'façam-se homens, pá!'

Hoje em dia em muitos casos, se quisermos saber, com rigor, sobre certos assuntos, vamos ler certos blogues porque os jornais publicam qualquer cena mesmo sem qualidade nenhuma. Devia ser ao contrário porque afinal, os jornais é que são feitos e, dirigidos, por jornalistas.

 

 

publicado às 17:22

 

 

 

Mais um artigo de um condutor de domingo da educação. Mais um que acredita mesmo que cem mil pessoas são marionetas de sindicalistas. Mais um que trata os professores com a condescendência com que se tratam os putos... não há pachorra para esta gente. Porque é que não se dedica a falar de penteados da moda ou dos capítulos da telenovela que, com certeza, segue?

 

publicado às 08:13


🐸 Pela parte que me toca, obrigada

por beatriz j a, em 05.01.14

 

 

Um abraço aos professores portugueses

publicado às 13:59


Novas profissões

por beatriz j a, em 18.11.13

 

 

 

A minha pergunta é: estas novas profissões, assumidas publicamente -falo de consultores de imagem especialistas em criar perfis falsos nas redes sociais para caluniar pessoas- fazem parte do pacote do ministro Crato para as escolas com currículo dual?

A pátria continua ela própria

Ferreira Fernandes

 

Uma pessoa exila-se por duas semanas e a pátria continua ela própria. Chego e fico a saber daquele deputado que define uma ministra, assim: "A frígida..." Além do termo carroceiro, incomoda-me o erro político: o deputado critica-se, e aos seus, da forma mais impiedosa, que é a sem querer. Então não sabe ele que não há ministras frígidas, há é oposições moles? Disfuncionamentos sexuais à parte, fico também a saber daquele "profissional de comunicação" que, numa entrevista à Visão, contou as suas patifarias na ascensão de Passos Coelho à direção do PSD e do País. Ele e correligionários de blogues e de jornais mancomunaram-se para fazer perfis falsos no Facebook, para intervir de forma insidiosa nos fóruns da TSF e para caluniar adversários. A pátria, a que retorno, não se escandalizou tanto assim e os poucos que se indignaram remeteram a coisa para uma generalização: jornalistas e blogueres a mesma choldra! Estaria certa a reação se a estes se juntassem estucadores e agentes imobiliários, e a todos se desse a indicação necessária: patifes. Porque é isso que é Fernando Moreira de Sá (o tal entrevistado da Visão). Não foi a sua condição de bloguer que o levou a ser um dos "blogueres da corda" (como ele próprio se autodefiniu na entrevista), foi a de ser patife. Se fosse mecânico de automóveis não seria talvez chamado para tropelias com amigalhaços políticos, mas estaria a cobrar, como novas, velas que não tinha mudado.

 

 

publicado às 05:33

 

 

The painful lesson of the Cherice Moralez rape trial

 

Women getting the blame for being raped is an old story, one that, incredibly, refuses to die. When this trope is applied to children one sees misogyny in its purest form, with its belief that 11-year-old girls lure helpless men on and deserve what they get. I wrote a few months ago about the Jeremy Forrest case, the teacher who was jailed for five-and-a-half years for child abduction and sexual activity with a child, and said the scary thing was not that he was a monster but how common he could be. But at least as scary is the eagerness of people in authority to absolve rapists, even when the victim later shoots herself in the head in her mother's bed. As Cherice Moralez's mother said in a written statement after the sentencing of her daughter's rapist: "I guess somehow it makes a rape more acceptable if you blame the victim, even if she was only 14."

 

 

Misoginia - as profissões exercidas, sobretudo [ainda] por homens estão cheias deste ódio pelas mulheres, ao ponto de culpá-las, mesmo que tenham 11 ou 14 anos, pelos crimes de violação de que são vítimas, mesmo se os criminosos são homens de  50 anos. Ou porque não se vestem de naneira apropriada [?? apropriada para quem e segundo quem?] ou porque parecem mais velhas do que são ou porque eles [homens] até 'gostariam de ter uma mulher que os quisesse violar'... isto passa-se nos países 'civilizados'.

 

O traço que separa a o machismo da misoginia é ténue. Como se vê no nosso próprio país, as duas bloquistas que quiseram lançar um debate sobre o piropo, essa 'tradição portuguesa', no dizer de muitos homens [como se fosse uma espécie de festa dos tabuleiros] têm sido alvo de ataques e troças típicas dum machismo expresso que tenta diminuir e tornar invisível os problemas através do sarcasmo, arma agressiva que vota ao desprezo, duma assentada, os alvos e os seus intentos.

 

Mesmo ontem li uma crónica a propósito do assunto (O Bloco já não é bom como o milho) em que o jornalista solta o pedreiro misógino/machista que há em si (o exempo é dele, não meu - que me desculpem todos os pedreiros que não são como este jornalista): em primeiro lugar reduz as deputadas Joanna Dias e Ana Drago a miúdas giras, gajas boas, ridiculariza toda a iniciativa (provavelmente está de acordo com aquele argumento de, 'tomara eu que me mandassem piropos'), depois, em sua opinião, as mulheres reduzem-se a duas categorias, as miúdas giras e as velhas com buço (tão machista e ordinário que aqui tenho vontade de o mandar para algum sítio mesmo mau) dando a entender que as mulheres, se não forem miúdas e giras deviam desaparecer do espaço público, para não ofender a sua vista - quem se julga este tipo?) e, finalmente, sai em defesa do pedreiro que há em si, pois qual é o mal destes dizerem às mulheres, 'és tão boa'.

 

Pois, se fossemos falar a sério neste assunto e dizer as coisas com as palavras todas, teríamos que dizer que a maior parte das palavras e atitudes que os homens consideram 'piropos' e com que assediam as mulheres desde os doze ou treze anos (ou até antes, quando a puberdade lhes muda o corpo- estando sozinhas ou em grupo, ou até com filhos pequenos a ouvir) são extramente ofensivas e ordinárias, ouvem-se sobretudo na rua (a maioria dos homens que gosta de mandar 'piropos' não têm imaginação e são muito ordinários), mas também na escola dos colegas rapazes (devem ter exemplos lá em casa parecidos a este jornalista), e até no trabalho. 

 

É claro que, na opinião deste jornalista, as mulheres que não ficam agradecidas com piropos devem ser velhas com buço que nunca ouviram um piropo daqueles à pedreiro ('és tão boa que te comia aqui', 'o que queria era enfiar o caralho aí dentro', 'anda cá chupa-me' e outras coisas piores que não vou enunciar, etc.) ou nunca tiveram um gajo qualquer a roçar-se nelas no metro, ou a segui-las até casa dizendo os tais 'piropos', ou outro a masturbar-se à sua frente num comboio ou no intervalo das aulas, ou segui-las até à casa de banho a dizer os tais piropos, ou tirar a pila para fora enquanto as miúdas esperam pelo autocarro ou até a dar-lhes palmadas como forma lisongeira de lhes dizer que são boas como o milho... ... e no trabalho também, há tipos que metem as mãos nos bolsos e se coçam ao pé das mulheres ou dizem alto e bom som, 'vem aí a gaja boa'... e outros mimos que não se percebe como é que as mulheres não gostam... num dia normal uma mulher, ou uma miúda a caminho da escola, pode ouvir e aturar estas coisas dez ou mais vezes, iato é, passar o dia a  ser bombardeada com estas merdas insuportáveis.

 

O ataque que andam a fazer às deputadas do BE por causa disto já me anda a irritar e, pessoalmente, penso que há muitos homens como este jornalista ordinário que, não fora o acaso de terem nascido do sexo masculino e com pele branca numa sociedade machista e misogina, onde um ror de homens 'não se vêem a si mesmos', não teriam onde cair mortos pois, nem dizem nada de interesse sobre coisa alguma que nos informe ou faça aprender seja o que for e mais, se os julgássemos com os critérios com que eles julgam as mulheres, desapareciam quase todos da vida pública, pois são poucos os miúdos giros, bons como o milho e muitos os velhos, os feiosos, carecas, pançudos, com pelos a sair do nariz e, pior que tudo, completamente desinteressantes.

 

Se eu acho que faz sentido um debate que faça com que os homens percebam a diferença entre piropos e ofensas? Ah pois acho! E a prova está nesta crónica ordinária que este indíviduo escreveu, muito ufano de si mesmo e dos seus dotes de pôr as mulheres no seu lugar...

 

Vocês homens que são pais e têm filhas pequenas, devem saber que 'piropos' as esperam.



publicado às 06:57


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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