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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Costa Gravas é um realizador preferido. 'Engagé', como se costumava dizer, de todos os que acreditavam e praticavam o direito e, o dever, de serem vozes activas no mundo, de não se fecharem nos seus casulos culturais mas, pelo contrário, tentarem ser um motor de mundança no mundo com a sua vigilância e voz incómoda. São filmes políticos, muito inteligentes e penetrantes, nada maniqueístas.
O primeiro filme que vi dele foi Missing, que conta a história do desaparecimento de um jornalista americano que vive com a mulher no Chile durante o golpe de Estado, nos anos 70. A personagem mais importante nesse filme é o pai dele, que vai para o Chile para tentar, com a nora, saber do seu paradeiro. A decepção dele, um americano daqueles patriotas de classe média, à medida que vai descobrindo o envolvimento do seu próprio país nos crimes do Chile dessa época e a brutalidade do desprezo pela vida humana e por tudo que se atravessa no caminho do poder é perturbadora e comovente e incomoda-nos a nós que a vemos.
O filme tem cenas que são como bofetadas, como alguém que levanta uma coberta e nos mostra uma realidade que não sendo a nossa, também é, porque somos humanos.
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