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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Milhares de alunos têm aulas em contentores. A Parque Escolar confirma que mantém monoblocos em 21 secundárias, com obras suspensas ou em execução. Professores, alunos e pais desesperam.
A suspensão das intervenções devido a falta de financiamento ou falência das construtoras começa a desesperar professores, alunos e pais.
"Há escolas com as obras suspensas, onde coexistem edifícios novos, velhos e contentores e que devido a isso estão pior do que no início da intervenção, sem o mínimo de condições de trabalho para professores e alunos", sublinha Manuel Pereira.
... e desesperante. Lembro-me dos dois anos que demos aulas nos contentores: dentro de caixas de metal, todas cinzentas, no Inverno geladas, no Verão infernais, sem luz natural, uma barulheira, sem condições para fazer uma projecção ou qualquer coisa para além de falar (e bem alto, devido à falta de isolamento do som) o resto da escola em estaleiro, andar pelo meio do estaleiro para ir duma aula para outra... uma coisa mesmo stressante e desesperante, a certa altura.
Há dinheiro para obras no Parlamento, há dinheiro para pagar milhões em suplementos e prémios a gestores, há dinheiro para investir nas escolas privadas mas não há dinheiro, como de costume, para as escolas públicas...
Se o ar condicionado não funcionasse morríamos ali assados. Como nestas coisas ninguém está completamente satisfeitos há alunos que se queixam do frio.
Ontem estive com dois ex-alunos que saíram da escola há três anos. Ela está no último ano da licenciatura, ele ainda não porque mudou de curso. Foram lá para combinarmos irem a uma turma falar de cursos e isso; andamos a ver as obras e fomos beber um café ao contentor que serve de refeitório/bar/sala de convívio. Estavam incomodados com o barulho dos miúdos do básico que entram de rompante pela porta a dentro em bandos no meio de grandes risadas e pagodes. Achei graça que passado tão pouco tempo achassem o ambiente stressante. Diziam-me que nunca teriam paciência para a confusão e ruído e palermice dos adolescentes...pois...que isto é mais difícil do que parece.
...o que equivale a 35 graus nos contentores. Lord have mercy.
Hoje levei a máquina fotográfica para tirar umas fotografias a uns cartazes que os alunos fizeram e aproveitei para tirar umas à obra e aos contentores.
onde era o laguinho e a buganvílea
o sítio do quiosque a olhar para o refeitório
o gabinete de filosofia esventrado - duas paredes (amarelas) ainda em pé
os contentores...oops...monoblocos, no campo de jogos
Aquilo está uma confusão. A obra... Dois plátanos gigantes já foram abaixo...é de partir o coração. Hoje alguns contentores (monoblocos, monoblocos...) estavam alagados...choveu lá dentro. Dar aulas ali dentro é opressivo. Mesmo. Um caixote de metal. Basta abrir um pouco o sol e já lá estamos a fritar. É escuro, não se vê nada para fora porque estão encostados uns aos outros. Opressivo. Parece que estamos no padrinho, 'nos colchões', fechados a sete chaves. E no bloco que ainda está de pé a confusão é total com cacifos amontoados, coisas pelos corredores...
Cada contentor tem dois aparelhos de ar condicionado! Sim, dois! Claramente aquelas caixas de alumínio são fornos onde vamos esturrar no Verão!
Hoje é o primeiro dia...
A escola já começa a parecer um estaleiro de obras. Retroescavadoras, machados e grades. Hoje pus-me a observar um tipo no intervalo: dava três cavadelas com uma enxada, parava e puxava as calças, mais três cavadelas, parava, puxava as calças, mais três outras e parava para fumar um cigarro...à portuguesa...
O campo de jogos já lá tem todos os contentores. Hoje andavam a instalar cablagem. Para a semana Lá estaremos. Depois conto, o dia a dia nos contentores, ou ...somos umas sardinhas...
Os contentores da escola Sebastião da Gama não têm mau aspecto.
(LOOL, só que não são contentores, são os blocos de salas de aulas já acabados)
...que nem todos os contentores para onde vamos em Fevereiro serão iguais: um deles é cor-de-rosa. É para os ex-titulares, agora coordenadores, e relatores entusiastas.
Faltam menos de 15 dias para os contentores. Já recebemos um mail a anunciar: quarta-feira é dia de apresentação da obra à escola. A escola já está meio empacotada. Há caixotes por todo o lado. Na mediateca, na Sala de Profs., nos gabinetes, nas salas de aula. Vou precisar de umas botas ou de umas galochas. Sapatinhos num estaleiro de obras...humm...don't think so...
Só mesmo neste país: uma escola de Barcelos separou os alunos ciganos dos outros colegas e enfiou-os em contentores, diz o JN → jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx
Disseram aos pais que é um método de ensino em que se aprende melhor!
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