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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Elnur Babayev - Capitalism, Silver award Graphis Poster Annual 2015
Porque é que continua na educação? Responderia com as palavras de Castoriadis, tiradas daqui:
«(...) se considerarmos a actual situação, não de crise mas de decomposição e de descalabro das sociedades ocidentais, encontramo-nos perante uma antinomia de primeira grandeza: aquilo que se tornou verdadeiramente necessário é imenso (...)
Dada a crise ecológica, a extrema desigualdade na partilha das riquezas entre países ricos e pobres, a quasi-impossiblidade do sistema para prosseguir a sua presente corrida, aquilo que é necessário é uma nova criação imaginária de uma importância nunca vista no passado, uma criação que colocaria no centro da vida humana outros significados para além da expansão da produção e do consumo, que designaria diferentes objectivos para a vida que pudessem ser reconhecidos como valendo a pena para os seres humanos. É evidente que isso exigiria uma reorganização das instituições sociais, das relações laborais, económicas, políticas e culturais. Ora esta orientação está... longe daquilo que pensam e, talvez, daquilo que os seres humanos actualmente desejam. Esta é a imensa dificuldade que temos de defrontar. Deveríamos querer uma sociedade na qual os valores económicos deixassem de ser centrais ou exclusivos, em que a economia voltasse a ser posta no seu devido lugar enquanto simples meio e não enquanto finalidade última da existência humana, em que renunciaríamos a esta louca corrida rumo a um consumismo sempre acrescido.
Isto não só é necessário para evitar a destruição definitiva do ambiente terrestre, mas também, e sobretudo, para tirar da miséria psíquica e moral os nossos contemporâneos.
(...)Há alturas na História em que tudo aquilo que se possa fazer no imediato é um longo e lento trabalho de preparação. Ninguém pode saber se estamos a atravessar uma breve fase de estado de sonolência da nossa sociedade ou se estamos a entrar num longo período de regressão histórica. Mas não é por isso que fico impaciente.»
O sublinhado é meu: para sublinhar o que me mantém, a mim e a muitos outros, acho, nesta luta, neste remar contra a maré...
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