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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Clint Eastwood, 1960s


A semana passada vi este filme. Tinham-me dito que o filme não era nada de especial e por isso levei tanto tempo para vê-lo. Francamente achei o filme muito acima das expectativas. O Clint Eastwood é um realizador cuidadoso com os temas que escolhe e com a maneira de os abordar, sempre honesta e pedagógica. Quem o via como actor nos 'Dirty Harri's' nunca o imaginaria um realizador destes.
Neste filme mostra-se claramente a influência que uma liderança inteligente, humana e inspirada pode ter numa sociedade inteira. Como leva as pessoas a transformarem-se querendo dar o melhor de si. O filme é inspirador sobretudo pelo seu optimismo na capacidade da Humanidade se regenerar.
Na cena final do filme, o jogo decisivo, o filme mostra o Mandela sempre composto, apesar do jogo estar a ser impróprio para cardíacos, porque quer tornar evidente que para ele nunca foi o desporto que esteve em causa mas o que ele podia conseguir como instrumento de união do povo. Distingue-se ali o político que age com visão do futuro a médio e longo prazo e que vê o cargo que ocupa como um instrumento para a melhoria da vida do povo que serve. E, como o caso tem fundamento real, isso enche-nos de esperança.
A conversa que se ouve neste excerto, bem como o poema que se ouve ler são exemplo do que a política e a vida podem ser. É claro que para se ser um líder destes não basta dizer palavras que inspirem, é necessário que aquele que as diz tenha por trás a substância que encorpa as palavras.
O nosso primeiro ministro de vez em quando pensa que é um líder desta estatura e lê discursos que pensa serem inspiradores mas são apenas ocos, porque não há substância que os sustenha. É como um actor a ler textos que não compreende nem sente. Tal como a questão dos diplomas das Novas Oportunidades: é verdade que uma pessoa com um diploma do secundário tem mais hipóteses e mais auto-estima que uma com o sexto ano, mas apenas se isso corresponder a uma substância de conhecimentos que o justifica porque caso contrário é só um papel que não transforma a pessoa nem os outros à volta, a não ser para pior, como temos exemplo diário no chefe máximo.
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