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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Hoje fui almoçar com um amigo que é professor no IST e é também o presidente do LIP. Concordámos que a ciência, não obstante limitações, é a melhor forma de conhecimento que temos, a mais fiável. Além disso, a colaboração científica aproxima pessoas diversas, pois faz-se independentemente da religião, cultura, etnia, etc., uma vez que a sua linguagem é universal. Não é apenas um valor técnico, é um valor cultural de convergência e de aproximação.
A ciência é um ideal platónico: o acesso à informação, a discussão racional das ideias (é certo que ele não tinha o método experimental nem tampouco era um empirista mas era um defensor da aplicação da matemática ao raciocínio por uma questão de rigor e objectividade) no sentido de se escolher a melhor das hipóteses explicativas, aquela que gerasse mais consenso, são ideias platónicas. A ciência é esse ideal, que se aprimorou, uns milénios depois, com o método experimental, critério do próprio consenso científico.
A ciência, como a conhecemos hoje, é uma certa abordagem do real que não o esgota mas, no seu domínio, é mais fiável e profícua que as alternativas.
Ele escreveu um texto muito bom para a última edição da revista Seara Nova que acaba de sair. Um texto de divulgação científica com os conceitos básicos da Física, a área dele, excelente para ser lido por leigos e, ainda, com a participação portuguesa no CERN e o contributo do IST para a instalação em Portugal de um centro de tratamento oncológico utilizando feixes de protões.
Textos de divulgação científica que possam ser compreendidos por leigos não abundam por aí. Geralmente são escritos por professores que têm já muita experiência em sistematizar conceitos e processos. Não é fácil escrevê-los porque é necessário pôr-se no lugar de um ignorante dos conceitos e dos processos para se ser capaz de os apresentar nos seus princípios fundamentais em linguagem não demasiado técnica e, consequentemente, hermética. É por isso que quando os encontramos os guardamos e prezamos :)
Deixo aqui para quem quiser ler.
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Essa é a questão que importa perceber. Não é que os médicos tenham deixado de aconselhar as pessoas a vacinar as crianças, é que a ciência, em geral, tem vindo a perder credibilidade junto da opinião pública. A medicina, por exemplo, devido à excessiva mercantilização da indústria farmacêutica. Até há pouco tempo, a investigação científica era sujeita a critérios apertados e controlados: as pesquisas eram corroboradas por entidades externas, faziam-se ensaios gradativos, primeiro em animais e só depois em pessoas e sempre tudo controlado. Hoje em dia, com a pressa que as farmacêuticas têm em ter lucro com a venda de medicamentos, tudo é apressado e sem o rigor que costumava ter. Como consequência, todos os anos se descobrem grandes fraudes nas investigações científicas que obrigam à falsificação de resultados ou 'descobre-se' que a última 'descoberta' foi mal descobrida, perdoe-se-me a calinada... quem acompanha as discussões das editoras científicas de renome sobre as fraudes que lá se publicam por falta de revisores científicos que façam o seu trabalho, sabe como os padrões de qualidade que garantiam rigor baixaram drasticamente. À conta disso, aquilo que ontem era o mal radical, hoje é salvação da humanidade... todos os dias a ciência desdiz o que ontem era o dogma. Este estado de coisas chega à pessoa comum, que somos nós, através de grandes contradições nas informações e tratamentos, o que por sua vez leva as pessoas a perderem confiança na eficácia da medicina e acharem que a sua opinião é tão válida como a do cientista ou do médico. É parecido ao que se passa na educação: nós dizemos aos pais o que se passa com os filhos e qual é a 'terapia' necessária e os pais muitas vezes fazem o oposto porque acham que sabem tanto como nós acerca do assunto.
Aqui há meia dúzia de anos torci um pé. Como sou idiota nestas coisas e não ligo nada, achei que pôr o pé para cima durante uns dias era suficiente... não foi... fui 3 ou 4 vezes ao hospital e de cada vez apanhei um médico diferente que me dizia o oposto do que o anterior me tinha dito: se um me dizia para não pôr o pé no chão o outro dizia que tinha que forçar o pé a andar; um dizia para usar uma meia elástica, o outro punha as mãos à cabeça quando me via com a meia elástica, um ralhou comigo por eu não ter posto uma baixa médica, outro disse-me que não podia ficar parada... a certa altura ia lá para me receitarem anti-inflamatórios e analgésicos porque andava cheia de dores e num enorme stress, mas já não ligava nenhuma ao que me diziam porque nenhum me fazia melhorar um centímetro que fosse.
Por acaso tive sorte porque um dia que lá fui apanhei um daqueles médicos que só pela maneira como tocam e olham para as coisas mais as explicações que dão fazem-nos logo ver que estamos diante dum profissional de categoria superior. Resolveu-me o problema. Mas enquanto isso não aconteceu, a sensação que eu tinha era que os indivíduos que me viam não sabiam muito mais que eu acerca de como tratar a minha entorse.
Acho que é por isso que os pais deixaram de vacinar os filhos: porque a ciência em geral perdeu credibilidade, isso reflete-se nos que a praticam e afecta a percepção do utente sobre a eficácia dos tratamentos.
Mapa do Oceano Atlântico por Mary Tharp, a geóloga e cartógrafa que mapeou o fundo dos mares e cujo trabalho foi decisivo para a aceitação da teoria das placas tectónicas.
Quando certas áreas da Física Teórica não são experimentáveis, pelo menos por agora, e a própria questão do método que faz a Ciência fica em causa, voltam-se para os filósofos para pensar.
String theory is at the heart of a debate over the integrity of the scientific method itself.
Historian of science Helge Kragh of Aarhus University in Denmark drew on historical perspective. “Suggestions that we need ‘new methods of science’ have been made before, but attempts to replace empirical testability with some other criteria have always failed,” he said. But at least the problem is confined to just a few areas of physics, he added. “String theory and multiverse cosmology are but a very small part of what most physicists do.”
“Faced with difficulties in applying fundamental theories to the observed Universe,” they wrote, some scientists argue that “if a theory is sufficiently elegant and explanatory, it need not be tested experimentally”.
... o resultado é lindo :)
May-Britt Moser, fundadora do Kavli Institute for Systems Neuroscience and Centre for the Biology of Memory do Norwegian University of Science and Technology (NTNU) é uma pioneira na investigação do raciocínio espacial e memória; o seu trabalho na identificação da rede neuronal que forma um sistema de posicionamento no cérebro humano, uma espécie de "GPS" interno, deu-lhe -juntamente com o marido e um colega, John O’Keefe, colaboradores- o prémio Nobel da Medicina em 2014.
Ao saber da notícia, um ex-colega cientista, Matthew Hubble, um engenheiro que resolveu mudar de vida e dedicar-se ao design tendo-se especializado em roupa feminina inspirada na ciência, criou um vestido para ela usar na cerimónia da entrega do prémio, inspirado no trabalho dela: o vestido, em azul-noite, está decorado com pedras que formam o desenho de redes neuronais.
Onde se prova que é tempo dos designers deixarem as mulheres sairem das prisões de princesas e borboletas côr-de-rosa que são a ditadura das garotas, desde que nascem ou até antes. Espero que a moda pegue. O Valentino tem uma linha de roupas e botas, muito recente, inspirada nas estrelas, sistemas solares e galáxias. Claro que cada peça custa no mínimo 1500 euros, o que não é para toda a gente mas, se a moda pega, outros designers menos haute couture largam as borboletas côr-de-rosa e começam a produzir roupas mais interessantes e inspiradoras.
... no que respeita à organização social da actualidade, baseada numa mistura de poder e ignorância, no que respeita ao perigo da ciência perder o controlo sobre a sua própria direcção, sobre a ascenção da crendice que parecia ter sido definitivamente vencida pelo espírito científico de prudência céptica, sobre o que é a fé na sua relação com a vida e a ciência... etc.
A História está cheia de exemplos de ideias inspirarem ideias e os pensadores são sempre devedores, em alguma parte, a outros pensadores. Demócrito, um filósofo pré-socrático do séc. IV a.C. é um desses casos. Muitos lhe devem e todos lhe devemos. Demócrito era um atomista (juntamente com Leucipo desenvolveu uma teoria segundo a qual o Universo seria constituído por átomos) materialista; a sua teoria influenciou Epicuro que a levou um pouco mais longe defendendo uma ética de vida baseada na procura da felicidade e do bem-estar moderados, condizente com o materialismo do Cosmos. Epicuro nasce cerca de 30 anos depois da morte de Demócrito.
Uns centos de anos depois, no século I d.C., um romano, Lucrécio de seu nome, escreveu um longo poema épico, De rerum natura [Da Natureza das Coisas] para divulgar o pensamento de Epicuro. Nesse poema defende o atomismo e o materialismo do Universo, entre outras pré-visões da ciência moderna. Essa obra de Lucrécio perdida durante mais de 500 anos foi descoberta no Renascimento e deu origem a uma revisitação do pensamento Epicurista e pré-socrático que veio a influenciar muito a ciência moderna. Muitos leram Lucrécio: Giordano Bruno, Machiavelli, John Locke, Isaac Newton, Robert Boyle, Montaigne... Benjamim Franklin tinha uma cópia e Thomas Jefferson tinha cinco edições da obra, em Latim, Inglês, Italiano e Francês.
Calha que Darwin leu Lucrécio, Demócrito e Anaximandro (séc. VI a.C.), este último que tem o primeiro esboço de que há memória de uma teoria evolucionista... isto numa altura em que era comum respeitar-se e ler-se os pensadores passados, tendo-se consciência que as ideias não vêm do nada e que os grandes pensadores são mananciais de inspiração.
É claro que tinham possibilidade de ler os autores do passado porque liam latim ou (e) grego. Hoje em dia não só não se aprende nem ensina essas línguas como escasseiam os tradutores com o ataque generalizado a que as Humanidades têm estado sujeitas. Os próprios livros antigos são desprezados como coisas menores e ultrapassadas por gente intelectualmene desinteressante mas com grande peso na definição de currículos e políticas educativas e científicas. Aliás os livros são desprezados em favor da imagem que é mais lúdica. Há países onde já não se aprende a escrever manualmente, com a sua própria letra. Qualquer dia ninguém saberá ler os livros antigos... Caminhamos para uma nova Idade Média...?
Democritus, the Laughing Philosopher...
Johannes Moreelse, c. 1630
... por outro paradigma. Na Idade Média recorria-se à religião para validar/invalidar as crenças/pressupostos científicos, hoje recorre-se á ciência para validar/invalidar as crenças/pressupostos religiosos.
... fala da relação entre a neurologia e a vida social e cultural, da necessidade da ciência olhar à volta, da importância da cultura clássica. Uma entrevista para ministros que acham que tudo o que não seja matemática é dispensável.
White Peony 2014 by Katinka Matson
Click to Expand | www.katinkamatson.com
THE 2014 EDGE QUESTION . . .
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Science advances by discovering new things and developing new ideas. Few truly new ideas are developed without abandoning old ones first. As theoretical physicist Max Planck (1858-1947) noted, "A new scientific truth does not triumph by convincing its opponents and making them see the light, but rather because its opponents eventually die, and a new generation grows up that is familiar with it." In other words, science advances by a series of funerals. Why wait that long?
WHAT SCIENTIFIC IDEA IS READY FOR RETIREMENT?
Ideas change, and the times we live in change. Perhaps the biggest change today is the rate of change. What established scientific idea is ready to be moved aside so that science can advance?
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Vai sair um livro acerca dum episódio que aconteceu lá mais para o fim do século XIX, no Canadá, quando se faziam obras para a construção de uma linha de caminho de ferro e se descobriu uma enorme quantidade de trilobites e outros seres que pareciam desafiar a teoria de Darwin. O livro é sobre o facto de Darwin ter posto a hipótese de, por causa desta descoberta onde uma quantidade de seres animais parecia ter surgido repentinamente, haver, paralelamente ao processo evolutivo, a intervenção orientadora de um ser inteligente.
Este artigo desanca o livro de alto abaixo e o seu autor com o argumento de se saber hoje que aqueles seres animais descobertos terem sido mal interpretados e mal enquadrados na árvore evolutiva.
Independentemente do valor, ou não, do livro, o que chama a atenção nisto tudo é o autor do artigo chamar ao autor do livro pseudo-cientista, como se fosse a maior ofensa que pode chamar-se a alguém e usar como argumento o apelo à autoridade -o supremo tribunal americano proibiu que se ensinasse a teoria da criação inteligente.
Enquanto os defensores do Darwinismo evoluiram para um dogmatismo parecido ao da Igreja Católica na Idade Média: o Darwinismo (que confundem com uma teoria explicativa da totalidade de um universo materialista) deve ser intocável, quem o critica é herege e é excumungado da comunidade científica, o próprio Darwin, esse sim, um cientista, não dogmático e com uma mente abeta, não teve problemas em pôr essa hipótese de uma intervenção inteligente, em cima da mesa onde tinha a sua.
Uma catedral é mais do que a soma das suas pedras e, saber tudo sobre a constutuição de cada uma das pedras da catedral -a sua matéria, peso e geometria-, não nos diz nada do espírito e da beleza da catedral.
If you're teaching today what you were teaching five years ago, either the field is dead or you are. (Noam Chomsky)
Isto é válido para as ciências que investigam pormenores em profundidade, não para as que estabelecem contextos. Como disse alguém, quando a molécula é demasiado complexa o físico passa-a para o químico; mas se é demasidao complexa para o químico este passa-a para o biólogo, que por sua vez a passa, se a acha demasiado complexa, para o fisiólogo, que finalmente a passa para o historiador ou para o novelista.
Dizendo de outro modo, há ciências do conteúdo de pormenor e há ciências do contexto. As do conteúdo de pormenor movem-se rapidamente se lhes é dado um contexto, as outras são como elefantes que progridem muito lentamente.
É assim que nos últimos dez anos vi evoluir o programa e o manual de Psicologia do 12º ano de tal modo que há conteúdos que já nem consideramos propriamente psicologia que foram substituídos por outros como a neuropsicologia, o estudo da mente ou a psicologia do desenvolvimento. Já na Filosofia a evolução é muito lenta e, embora o programa vá incindindo sobre temas diferentes da filosofia, e usando filósofos diferentes, os conteúdos não são propriamente novos.
Números indicam que número de artigos retirados por fraude cresceu de 22, em 2001, para 339 em 2010.
O caso do sul-coreano Hwang Woo-suk, que passou do quase anonimato a estrela mundial da ciência, e herói no seu país, a arguido, foi o caso mais mediático de uma fraude científica nos últimos anos. Mas não foi o único. Embora o número de artigos científicos publicados tenha aumentado em termos absolutos 44 por cento na última década, o número de artigos retirados pelas publicações devido a fraude também cresceu.
A supervalorização do sucesso como fama e adoração mediática e a substituição do prestígio e honra académicos pelo lucro puro e duro tem consequências... acho que esta é uma tendência que irá acentuar-se.
A racionalidade do iluminismo trazia em si o germe da sua destruição?
O racionalismo da ciência galilaica e do séculos das luzes, ao delimitar o campo do que pode ser investigado (do que é científico), foi apertando o seu escopo até o reduzir ao espectro das produções do método científico. Ao fazê-lo criou uma fronteira artificial entre diversos campos da realidade que compartimentou com etiquetas de exclusão mútua: certas questões estariam fora do campo da ciência (como a literatura, a arte, a psicologia, a filosofia, etc.) por não serem passíveis de se sujeitarem ao método científico - matemático/experimental. Ora, a ciência, como se sabe, é mecânica no seu funcionamento e desde sempre foi buscar o alimento para a imaginação (que é o que a faz avançar) a campos exteriores. A partir do momento em que se impediu de o fazer retirou a si própria a autonomia que o iluminismo lhe destinava. Os 'homens da ciência' não são mais autónomos, são 'escravos' do método científico e das suas limitações e perpetuam este estado de confinamento às gerações futuras. A racionalidade, enquanto instrumento de autonomia tornou-se instrumento da limitação e dogmatismo que combateu para se afirmar.
É preciso, hoje em dia, deitar abaixo essas falsas fronteiras, reconhecer várias dimensões de cientificidade e, sobretudo, reconhecer a possibilidade de interacção entre corpos sistemáticos de diferentes campos, acho.
O burburinho gerado em torno da publicação de um estudo da NASA na semana passada começou com boatos sobre um possível anúncio de descoberta de vida extraterrestre. Agora, inúmeros cientistas estão destacando falhas no trabalho, que não era sobre ETs e sim sugeriu a existência de uma bactéria capaz de substituir fósforo por arsênio em seu organismo. Entrevistado pelo iG na semana passada, Jack W. Szostak, ganhador do prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina, já havia levantado a possibilidade de contaminação nas amostras, o que invalidaria o resultado de que as bactérias incorporaram arsênio ao DNA, no lugar do fósforo.
...quando se afirma qualquer coisa com resultados disponibilizam-se os dados. Por vezes até instituições como a NASA puxam a brasa à sua sardinha...
É para evitar fraudes que os dados têm de ser públicos e universalmente verificáveis e é por isso que o segredo à volta do relatório da OCDE parece coisa de amadores, mais da ordem da crença que da ciência...
..a natureza em si é indiferente. Nós é que a enformamos. Somos o ´manager' da nossa mente.
Esta história dos mineiros do Chile que está a emocionar o planeta inteiro é extraordinária. Mostra que somos muito mais parecidos que diversos e mostra o verdadeiro espírito científico, sem o qual aqueles homens estariam já mortos.
Mas assim como os factos só ganham significado à luz duma teoria que os enquadre e interprete -uma narrativa, como se diz agora- também a ciência só ganha sentido enquadrada numa cultura que lhe dê um objectivo positivo. Ora, a cultura humanista e iluminista que possiblitou o florescimento e desenvolvimento da ciência não nasceu do nada, mas das pessoas com uma visão dos conhecimentos que ultrapassa a mera tecnicidade num enquadramento do tempo total do Homem. Isso, não existe sem a educação enquadrada num sistema filosófico, artístico, poético, cultural que lhe injecte vitalidade e significado - narrativa, como se diz agora.
O descurar das Humanidades é o descurar da civilização como projecto comum entre as pessoas, que como se vê nesta história dos mineiros que mobiliza conhecimentos, sentimentos e vontades de todo o mundo, é possível porque o que nos une é muito mais que o que nos separa. Somos essencialmente idênticos e não diversos. Não se constrói uma civilização ensinando apenas a matemática e as ciências naturais senão crescem no vazio, sem utilidade, e destinadas a repetir os erros do passado por ignorância e falta de reflexão filosófica.
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