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I dream in blue

por beatriz j a, em 09.10.19

 

René Magritte

 

I dream in blue
Its a dream of peace
yes
is a dream of you

 

publicado às 22:02


Tenebrescente

por beatriz j a, em 18.09.19

 

Já não sei traduzir-me em letras

na madrugada sem sono

ao som das rajadas do vento

nem tento...

 

não quero

o refúgio das sombras.

já não sei como hibernar

como ser noite sem dia

 

lua

tenebrescente

 

quisera ser estóica

não sentir, não sofrer,

aqui ou ali,

este ou aquele

ser tudo mais ou menos indiferente

 

tenebrescente

 

é sabido que não tenho 

sentido de orientação

não sei encontrar caminhos

nem sei dar coordenadas

das coisas do coração

 

tenebrescente

 

não aprendi a resguardar-me

do silêncio que me nega

da ausência que me fere

da distância que me apaga

bja

 

publicado às 04:12


'Allokataplixis'

por beatriz j a, em 15.07.19

 

Uma palavra inventada pelo ecologista  Liam Heneghan para traduzir um estado de espírito que combina a palavra grega allo que quer dizer 'outro' e katapliktiko que significa fascínio, admiração. Isto vem a propósito de podermos, segundo Rob Walker, entrar nesse estado de espírito de Allokataplixis em sítios onde vivemos ou passamos todos os dias de tal modo que já nem os notamos. Ele sugere vários modos de nos fascinarmos por sítios conhecidos: procurar ruínas fantasma, como ele lhes chama, não usar aplicações e perder-se nas direcções, ir comer a sítios que não vêm nos guias, ler as placas, etc.

 

Pois li este artigo e pus-me a pensar que se pode muito bem aplicar este exemplo à própria vida.  Induzir um estado de  'Allokataplixis', não dos lugares mas da própria vida. Uma pessoa não se cansar da paisagem da sua vida e manter um fascínio renovado pelo que parece comum. Aqui vão apenas duas sugestões de algumas das estratégias de 'Allokataplixis' da vida que uso com frequência:

 

1. Esta uso para aprender a gostar e interessar-me por todos os alunos. Pô-los dentro de quadros, de pinturas. Uma rapariga pode ter o cabelo da Vénus do Botticelli, um rapaz pode ter o olhar daquela pintura, 'escapando ao criticismo' de Pere Borrell Del Caso. Arranjo maneira de os enfiar todos em pinturas e depois é fascinante ver as pinturas ganharem vida. Às vezes faço isso às pessoas que entram na camioneta ou no comboio: hummm, deixa ver este ou esta, se fossem pintados, quem os pintava e em que pintura ficavam :) As pessoas tornam-se interessantes.

 

2. Esta uso para perceber melhor as situações e para me descentrar. Uma situação qualquer do quotidiano, que até pode acontecer na sala de professores, no intervalo, imagino como seria se fizesse parte de um guião e fosse filmada pelo Kubrick, depois imagino-a filmada num filme de cowboys, depois num filme do Fassbinder, do Elia Kazan, depois a preto e branco, um filme mudo... é um exercício divertido e 'vemos' a situação de perspectivas diferentes. É fascinante.

 

A estratégia é: aproveita áreas de interesse que nos fascinem como a pintura ou o cinema e introduzi-las nas cenas do quotidiano.

 

publicado às 21:23


'Lavender field storm'

por beatriz j a, em 30.05.19

 

Ontem tive um grande pesadelo. Mas optimista. Sim, um pesadelo optimista. Geralmente os pesadelos fazem-nos acordar assustadas a meio de uma cena de tensão insuportável, só que o próprio sonho arranjou um mecanismo de lidar com essa tensão e não só não acordei como aquilo acabou bem. Nunca tal coisa tinha acontecido. Foi assustador, mas optimista. Como esta imagem.  De cores assustadoras no céu mas optimistas no chão com aquela árvore cheia de um verde denso em cima do lilás da alfazema, a afastar o chumbo da tempestade :)

Enfim, olhei para a imagem e foi o que me lembrou.

 

By Antony Zacharias

 

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publicado às 22:47


Insomnias V

por beatriz j a, em 03.05.19

 

O amor é filho do tempo e irmão da eternidade. (bja)
 

 

publicado às 03:58


Insomnias IV

por beatriz j a, em 03.05.19

 

Ser poeta é deixar ver o que está dentro

é sofrer as palavras que em nós tardam

da vida que nos suga, é ser alimento

das entranhas dos que se resguardam.

 

bja

 

publicado às 03:33


Insomnias III

por beatriz j a, em 03.05.19

 

Não vale a pena pensar muito.
Para quê (?)
se tudo é fortuito...

Os sonhos são alimento
requentado
em fogo lento
uns hão-de comer-se aos poucos
outros engole-os o tempo.
 

bja

 

publicado às 03:30


Insomnias II

por beatriz j a, em 03.05.19

 

I saw your eyes

and I'm broken

the night rises and fall

a knife cutting the pain

breaking the inner walls.

 

I'm nowhere

I'm everywhere

and I don't care

anymore

I'm every person

who dies on the shore.

 

bja

 

publicado às 03:21


Cenas I

por beatriz j a, em 01.05.19

 

Sem fé o destino falha.

Coração cego

demente
segues múrmurios
na noite sem sono

armado com ferros
remexes
pétalas vincadas
fechado em rimas
me cravas
... te escravas.

bja

 

publicado às 00:09


Cenas

por beatriz j a, em 30.04.19

 

Saí do canteiro onde nunca estive
A realidade é este descompasso
Não sei fingir o não-cansaço
Nem sei alinhar o passo
Com os que são de Março.
 
bja
 

publicado às 23:59


Coisas que irritam um bocadinho

por beatriz j a, em 18.02.19

 

 

  

 

publicado às 20:25


The physicist and the philosopher

por beatriz j a, em 27.01.19

 

 

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publicado às 15:36


Uma espécie de prece

por beatriz j a, em 04.11.18

 

 

 

Que a imensidão do mar

molde o meu olhar

em infinitos horizontes

sem pequenez no pensar.

 

bja

 

 

publicado às 21:33


...III

por beatriz j a, em 04.11.18

 

 

Sim, trato a morte por tu

ela também me tuteia

espreitamo-nos uma à outra

a ver quem primeiro fraqueja.

 

bja

 

publicado às 21:13


a pertença é um sentimento

por beatriz j a, em 04.11.18

 

 

Sentimos o que desejamos

ou desejamos o que sentimos?

 

Que pergunta indiferente...

se o sentimos já é nosso

se o desejamos vive dentro.

 

Só é nosso o que sentimos

a pertença é um sentimento

é vida que partilhamos

com quem nos habita por dentro.

 

bja

 

publicado às 21:07


Incauto caminhante da vida

por beatriz j a, em 04.11.18

 

 

Não mergulhes nas águas do abismo
nem te lances, destemido, na descida
(incauto caminhante da vida)
para espreitares

os demónios escondidos,

que aí têm guarida.
São amantes de demência
sugadores necromantes,

insinuam-te o vício do sangue
fazem-te traidor da vida.

bja

 

publicado às 20:57


...

por beatriz j a, em 04.11.18

 

 

Se a não-saudade
é uma ausência de ser
deixem-me com esta ansiedade
mesmo que me faça morrer.

bja

 

publicado às 20:28


I dream in you

por beatriz j a, em 04.11.18

 

 

I dream in you
Its a dream of freedom
its a dream of blue.

(...)

 

Masahisa Fukase

 

publicado às 20:00


Afastei-me da janela

por beatriz j a, em 28.06.18

 

 

Afastei-me da janela para não ver o rio, a serra, as ruas e o branco azulado do céu a acinzentar-se de noite. O ocorrer da vida distrai da realidade. O condutor que não sabe ser paralelo ao passeio, o cão que atravessa a rua, a bandeira de Portugal na janela do vizinho e a Dona Elvira que vem do supermercado carregada com os seus oitenta e seis anos sem doenças. A realidade está na palavra bem escrita. Oh mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal Nenhum pranto é tão grande e profundo como o mar do poema onde estão contidas as realidades da distância, do luto, da perda, da imensidão da viagem, da saudade... Um mau texto distrai-nos da realidade como um mau filme nos estraga a poesia e a tristeza. 

 

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publicado às 20:25


Post sem interesse nenhum

por beatriz j a, em 23.04.18

 

 

Alguém me rogou uma praga a mim e ao meu filho... quando lhe ligo está ele no hospital quando me liga estou eu no hospital! Chiça!!

 

É como diz o Albert King, If it wasn't for bad luck I would have no luck at all...

 

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publicado às 19:23


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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