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Anda aí uma petição para obrigar o BE a pedir desculpa a pessoas com crenças religiosas por causa de um cartaz que brinca com a narrativa das religiões cristãs segundo a qual Jesus nasceu de uma mulher casada mas não era filho do marido dela mas de uma pomba simbólica que se serviu dela como barriga de aluguer, para usar termos contemporâneos e, onde a mulher pediu ao marido para aceitar aquela situação e ele aceitou, tendo constituído uma família pouco ortodoxa.

Toda a história tem aquele cunho dos mitos muito a lembrar a mitologia grega onde os deuses engravidavam humanas e os filhos vinham com características divinas especiais, com a diferença que os cristãos pretendem que toda esta história não é mito, mas é real. Estão no seu direito, assim como está no seu direito quem brinca com a história e faz humor com ela. A religião querer pedidos de desculpa pelo humor alheio, mesmo que os ofenda, é ridículo, para não falar de ser uma escandalosa falta de auto-consciência já que todos os dias as pessoas responsáveis das religiões ofendem as pessoas com as suas afirmações sexistas, machistas, misógenas e com a sua interferência nociva na vida de milhões de pessoas em questões como o acesso à saúde sexual, os direitos das mulheres, dos gays, etc. 

Pode dizer-se que talvez líderes de partidos devessem ser sérios nas suas intervenções e não fazer este tipo de brincadeiras mas daí a dizer que é uma coisa grave... é só palerma e provavelmente os mais prejudicados são os próprios que perdem o apoio dos crentes religiosos sem sentido de humor.

Até há quem já lhes chame blasfemos... só falta lançarem-lhes uma fatwa de morte... já agora, porque não defenderem a decapitação pública de quem fizer humor com as cenas da religião? Rídiculo.

Queremos um pedido de desculpa do Bloco de EsquerdPara: Católicos, ateus, judeus, muçulmanos, indus e budistas

 

 

publicado às 12:00

 

Artist Sargy Mann has been blind for the last 25 years

 

 

 

 

publicado às 11:57

 

 

Passos-quer-voltar-a-ser-o-bom-aluno-do-defice

Tal como em 2013, o primeiro-ministro quer chegar ao final deste ano com um défice muito abaixo do acordado com a troika. Em 2014, em vez de 4% o Governo quer 1,9% do PIB. Mas para lá chegar, a austeridade terá de continuar.


Aquando da queda da Índia portuguesa Salazar exigiu às forças portuguesas comandadas por Vassalo e Silva, em Goa, o ""sacrifico total" e quis que aguentassem, sem meios, durante uma semana, numa desproporção de dez para um".
Claro que foi fácil, para quem estava a milhares de quilómetros de Goa e, não tinha que sujeitar-se ao 'sacrífico total', pedir aos outros que o fizessem por si para poder gabar-se dos portugueses terem morrido de pé... só que Vassalo e Silva percebeu muito bem que essa seria uma morte estúpida e inútil e não uma morte honrada e recusou-se (no que Salazar nunca lhe perdoou essa rebelião à obediência canina e castigou-o hipocritamente, como é próprio dos ditadores).
Pedro Passos Coelho quer o mesmo que Salazar queria: quer o sacrifício total dos portugueses para poder ir gabar-se pessoalmente em Bruxelas que os portugueses aguentam tudo de pé... também a ele, que vive nessa bolha da vida dos privilégios e favores em que se tornou a política, é-lhe fácil pedir aos outros que 'morram' pelo seu ideal pessoal.
Sim porque, se neste caso não se trata de uma morte física em frente a canhões, não deixa de ser uma morte, uma vida na pobreza, na privação, na impossibilidade de poder tirar um curso, ter um trabalho, ter uma casa própria, poder constituir família, ter acesso à cultura e aos bens mais básicos, etc. E, tal como no caso da Índia portuguesa, também esta é uma morte, escusada, estúpida e sem honra só para melhorar o curriculum pessoal do primeiro ministro...
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governo-aprova-cortes-de-1400-milhoes-de-euros
(A ministra das Finanças sublinhou ainda que, apesar de estar prevista a transformação de cortes temporários em permanentes)
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Nós somos os Vassalos e Silva, a carne para canhão deste governo...

publicado às 15:25


tão actual...

por beatriz j a, em 29.04.10

 

 

"Quanto à introdução de novidades, quem poderia duvidar que leve às piores desordens quando mentes que Deus criou livres são compelidas à submissão escrava a uma vontade externa?

Quando pessoas sem qualquer competência são tomadas juízes de peritos e se lhes outorga autoridade para tratá-los como lhes aprouver? São essas as novidades capazes de levar à ruína das comunidades e à subversão do Estado."


( Galileu Galilei, Diálogos Sobre os dois Principais Sistemas do Mundo)

 

 

 

publicado às 07:38


A Ministra nunca ouviu, nunca viu, nunca cedeu

por beatriz j a, em 31.05.09

 

 

MINISTRA GARANTE QUE NÃO VAI RECUAR

Enquanto em Lisboa metade da classe docente protestava contra as políticas do Governo socialista, em Vila do Conde a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, entregava diplomas a alunos de um Centro de Novas Oportunidades. Sobre a manifestação, a ministra referiu que "os professores têm o direito a manifestar a sua insatisfação e o Governo tem o dever de prosseguir com as políticas públicas em defesa das escolas públicas".

 

Há uns meses escrevi o que se segue. Está tudo na mesma. Como se previa. Porque já então ela dizia que não cedia. Não porque estivesse certa, mas apenas porque pode.

 

A ministra não está impressionada e não cede!

Mas então, pergunto eu, a que é que ela cede?

Os professores têm tentado fazer-se ouvir, utilizando os meios próprios das democracias: falaram, avisaram que as coisas nas escolas estavam a resvalar perigosamente; escreveram, pediram aos seus representantes para alertarem o poder, denunciaram a violência, a indisciplina, a artificialidade dos resultados escolares, os perigos e custos da desagregação dos professores por causa dos efeitos preversos que a promoção política de uns professores a chefes dos outros, fixada no Estatuto da Carreira Docente veio gerar; alertaram para o absurdo e injusto campeão da revolta que é este modelo de (não)avalição dos professores.

Nada disto teve eco junto da senhora. Foi como chocar contra uma parede. A ministra nem se dava ao trabalho de fingir que ouvia os professores - dizia, com o maior despudor, não ligar às vozes dos professores, porque não passavam de rebanhos de sindicatos e chamava-nos 'professorzecos'. Que vergonha!

Ela se calhar não sabe, mas os professores são, na sua esmagadora maioria, pessoas com formação académica superior, com estágio profissional e ainda com inúmeras formações mais ou menos especializadas, que são obrigados a fazer sob pena de terem avaliação negativa e não progredirem na carreira (avaliação, sim).

Bem, como nada a demoveu, os professores resolveram fazer uma manifestação, que era um modo de mostrar que estas posições e juízos sobre a educação não eram obra de uns grupos, antes constituiam a visão da quase totalidade dos profissionais da educação.

Não quis saber. Desvalorizou?! Como é que uma pessoa que é chefe duma equipa de profissionais educados e especializados com os quais tem de trabalhar, se dá ao luxo de os desvalorizar? Se isto é uma regra de Gestão eu não a entendo.

Então, eu tenho uma equipa para realizar um trabalho e a primeira coisa que faço é maltratá-la de todos os modos possíveis de maneira a que ninguém consiga identificar-se comigo e com os meus objectivos? Tento pô-los uns contra os outros de modo a que já não consigam colaborar e fazer o trabalho? Faço de modo a que ninguém, na equipa, me tenha lealdade? LOL

Não percebo, mas se é esta a ideia de competência que anima os nossos governantes, muita coisa fica imediatamente explicada.

Mas, voltando à vaca fria, como costuma dizer-se, os professores ainda fizeram uma segunda manifestação, e uma terceira, para mostrar que a luta não era por poderes político-sindicais mas pela sobrevivência da escola. A senhora desvalorizou. Disse que eram agitadores.

Bem, como forma de luta radical fizemos greve, que é assim uma maneira de dizer: olha que estamos todos de acordo e isto significa que a questão é mesmo grave, é necessário olhar para a situação e corrigir o que pode ser corrigido.

Qual foi a resposta? A ministra não cede a ultimatos!! Mas então o que é preciso para que ouça?

 Algo de muito errado se passa quando numa democracia nenhum processo democrático funciona.

Penso que a ministra da educação despreza os professores.

Talvez por vivermos numa sociedade em que o sucesso é medido pelo dinheiro que se tem, pelo poder económico, a maioria do povo pensa que ter este tipo de sucesso e ter qualidade são sinónimos.

Por essa ordem de ideias, raciocinam deste modo: se os professores não são (ou não foram)  capazes de ter sucesso na vida (ganhar dinheiro e ter muito poder, entenda-se), segue-se  claramente que são pessoas sem qualidade.

Deste tipo de raciocínios duas coisas ficam claras:

1ª, quem assim pensa, pensa também que ser professor e dedicar-se à educação é uma profissão menor já que não dá acesso àquele sucesso tão valorizado na sociedade.

A minha pergunta é: como é que alguém que tem em tão baixa estima a educação e a profissão de professor pode estar à frente duma equipa de professores a ditar políticas para a educação?  É um contra-senso.

2ª, quem assim pensa não tem uma mente educada no conhecimento da História, por um lado, e na reflexão, por outro. É que a História mostra-nos muitos casos em que as sociedades foram tomadas de decadência das suas virtudes justamente por terem permitido que o sucesso aparente baseado na lógica do simulacro substituisse o saber real. E quem tem hábitos de reflexão descortina isso, por si mesmo, vendo como em tantos casos do quotidiano, pessoas cheias desse sucesso (enchem as televisões) exibem uma confrangedora ignorância a respeito dos assuntos de que falam.

A minha pergunta é esta: como é que se evita que as democracias acabem sempre nisto?

É claro que estas perguntas não são novas. Grandes pensadores já se questionaram sobre elas e sendo tão complexas, não têm respostas simplex.

Enfim, para quem pensa.

 

 

 

 

publicado às 09:31


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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