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Vou entrar no capítulo do 'irrevogável'. Muito interessante o livro.

Tirando a tendência para se auto-justificar, nomeadamente das políticas bárbaras da troika e a tendência em louvar os do partido que eram da sua influência, como o Durão Barroso, a quem faz rasgados elogios, apesar de ter sido um cúmplice activo da visão desintegradora e dogmática, Alemanha first que os outros países são todos estúpidos e existem para nos servirem do ministro das finanças alemão Schäuble e, portanto, grande responsável pelo descalabro em que a UE se encontra e, quando é evidente para toda a gente que é um carreirista auto-centrado, o livro está escrito com objectividade.

 

O livro está cheio de factos, uns que fizeram parte da vida do país nos anos da troika e todos nós os sabemos, outros que fazem parte de documentos oficiais, outros que fizeram parte de conversas institucionais entre Cavaco e o PPC, o Portas, o Seguro e outros políticos da época, não negadas por nenhum dos intervenientes.

 

O facto de Cavaco Silva, independentemente do que se pense dele e dos seus governos, ser um economista e político com muita experiência de governação é o que torna o livro interessante. É que ele tem a visão e os conhecimentos que permitem julgar as políticas sob várias perspectivas.

 

Dito isto, ficamos a saber pelo livro, algumas coisas que já todos sabíamos: que Vítor Gaspar é um arrogante dogmático, subserviente com a troika e os credores (cá para mim, um carreirista que sacrificou o país para fazer a sua vidinha), impreparado, rodeado de imberbes que iam improvisar para as reuniões (improvisos que nos custavam milhares de desempregados e salários) e uma lástima de político; que PPC, não percebendo nada de economia, seguia à letra o miserabilismo ignorante do Gaspar; que a troika cometeu erros graves que nos custaram quase um milhão de desempregados; que os técnicos da troika que cá vinham se achavam os donos disto tudo com a complacência do PPC e do Gaspar; que os funcionários públicos foram descriminados negativamente face aos outros trabalhadores e arcaram com impostos selectivos só para eles, para pagar o calote dos bancos e as políticas suicidas de Sócrates; que o Gaspar e PPC tiraram aos que menos tinham para poupar a vidinha dos que mais tinham; que o Constâncio é um idiota com algumas atitudes a orlar o mendaz [no que, aliás, faz lembrar o actual ministro das finanças que vai para Bruxelas exortar a que Portugal seja obrigado a mais austeridade...]

 

É impossível não traçar um paralelo entre Gaspar e PPC e Centeno e Costa no que respeita às finanças do país e à relação entre primeiro ministro - ministro das finanças.

Gaspar e Centeno são iguais: ambos dogmáticos, arrogantes, indiferentes à vida dos cidadãos que vêm a partir de números e médias como se as pessoas fossem categorias encorporadas, ambos limitados no sentido de acharem que quem não concorda com eles é ignorante e, ambos, na minha opinião pessoal, auto-centrados na sua carreira, indiferentes às pessoas individuais, ambos contentes em tirar a quem menos tem para dar a quem mais tem. Por outro lado, Costa, como PPC, não percebendo nada de finanças, emprenha o miserabilismo de Centeno, com prejuízo do país.

 

Há que dizer que o livro está bem escrito porque estou cheia de curiosidade de ler o capítulo que vem a seguir e o outro a seguir e outro a seguir. Ora, isso é sinal de que o livro é bom.

 

publicado às 19:52

 

 

 

"Em Portugal, ainda existem algumas resistências na descentralização na área escolar. São interesses corporativos e pessoais que nada têm a ver com os superiores interesses do país", advertiu Cavaco Silva.

 

Claro, toda a gente sabe que os professores são um grande lobby corporativo. Aliás, é isso que explica terem despedido 30 mil professores, terem-lhes cortado o salário, congelado a carreira ao mesmo tempo que os achincalhavam nos meios de comunicaçlão social enquanto lhes subiam a carga horária, o número de alunos por turma, etc... como se sabe os professores são grandes milionários cheios de poder, são os grandes causadores da corrupção e crise do país.

Mas também, o que se podia esperar dum indivíduo que foi um cumplice, fã, admirador incondicional daquela prevaricadora, ignorante e incompetente da Rodrigues que também odiava professores?

 

Cavaco Silva detesta professores. Já prevaricadores... Salgados, Dias Loureiros, Rodrigues, Coelhos...

 

Nas próximas eleições não voto em ninguém que tenha sido apoiante, seguidor, admirador e/ou cúmplice dessa fulana, o que inclui este ministro Crato que lhe fez o maior elogio de todos ao adoptar e até aprofundar as políticas dela com requintes de incompetência (o concurso de professores é a maior incompetência que já se viu só comparável à tentativa do Socas falar inglês), todos os que com ela estiveram em governos e nunca abriram a boca para defender os professores da manigâncias nojentas dessa prevaricadora e todos os que a suportaram com palavras e actos, em partidos à direita e à esquerda. 

 

 

publicado às 19:48


blogs por aí - BESgate

por beatriz j a, em 17.10.14

 

 

|| Todos inocentes...

 

    do blog 'Der Terrorist'

 

 

publicado às 19:31


Cavaco Silva

por beatriz j a, em 25.04.11

 

 

 

Fez um discurso apropriado. De esperança, motivação e união.

 

publicado às 13:08

 

 

 

O meu dever é falar, para não ser tomado por cúmplice

in Público, 19/01/2011 Santana Castilho *

"Que patifes, as pessoas honestas" é uma citação atribuída ao escritor francês Émile Zola, que me revisita sempre que vejo os políticos justificarem com o manto diáfano da legalidade comportamentos que a ética e a moral rejeitam. E é ainda Zola que volta quando a incoerência desperta o meu desejo de falar, para não ser tomado por cúmplice. : :
Foi duplamente incoerente o apelo ao respeito e à valorização dos professores que Cavaco Silva fez há dias em Paredes de Coura. Incoerente quando confrontado com o passado recente e incoerente face ao que tem acontecido no decurso da própria campanha eleitoral. Em 2008 e 2009, os professores foram continuamente vexados sem que o Presidente da República usasse a decantada magistratura de influência para temperar o destempero. E foi directa e repetidas vezes solicitado a fazê-lo. Por omissão e acção suportou e promoveu políticas que desvalorizaram e desrespeitaram como nunca os professores e promulgou sem titubear legislação injusta e perniciosa para a educação dos jovens portugueses. Alguma ridícula e imprópria de um país civilizado, como aqui denunciei em artigo de 11.9.06. Já em plena campanha, Cavaco Silva disse num dia que jamais o viram ou veriam intrometer-se no que só ao Governo competia para, dias volvidos, aí intervir, com uma contundência surpreendente, a propósito dos cortes impostos ao ensino privado. Mas voltou a esconder-se atrás do silêncio conivente, agora que é a escola pública o alvo de acometidas sem critério e os professores voltam a ser tratados, aos milhares, como simples trastes descartáveis.
: : :
Imaginemos que o modelo surreal para avaliar professores se estendia a outras profissões da esfera pública. Que diria Cavaco Silva? Teríamos, por exemplo, juízes relatores a assistirem a três julgamentos por ano de juízes não relatores, com verificação de todos os passos processuais conducentes à sentença e análise detalhada do acórdão que a suportou. Teríamos médicos relatores a assistirem a três consultas por ano dos médicos de família não relatores; a verificarem todos os diagnósticos, todas as estratégias terapêuticas e todas as prescrições feitas a todos os doentes. Imaginemos que os juízes teriam que estabelecer, ano após ano, objectivos, tipo: número de arguidos a julgar, percentagem a condenar e contingente a inocentar. O mesmo para os médicos: doentes a ver, a declarar não doentes, a tratar directamente ou a enviar para outras especialidades, devidamente seriadas e previstas antes do decurso das observações clínicas. Imaginemos que o retorno ao crime por parte dos criminosos já julgados penalizaria os juízes; que a morte dos pacientes penalizaria os médicos, mesmo que a doença não tivesse cura. : : : : : : : : : :
  • Imaginemos, ainda, que o modelo se mantinha o mesmo para os juízes dos tribunais cíveis, criminais, fiscais ou de família e indistinto para os otorrinolaringologistas, neurologistas ou ortopedistas. Imaginemos, agora, que um psiquiatra podia ser o relator e observador para fins classificativos do estomatologista ou do cirurgião cardíaco. Imaginemos, por fim, que os prémios prometidos para os melhores assim encontrados estavam suspensos por falta de meios e as progressões nas respectivas carreiras congeladas. Imaginemos que toda esta loucura kafkiana deixava milhares de doentes por curar (missão dos médicos) e muitos cidadãos por julgar (missão dos juízes). A sociedade revoltava-se e os profissionais não cumpririam. Mas este modelo, aplicado aos professores, está a deixá-los sem tempo para ensinar os alunos (missão dos professores), com a complacência de parte da sociedade e o aplauso de outra parte. E os professores cumprem. E Cavaco Silva sempre calou.
: :
Ultrapassámos os limites do tolerável e do suportável. Ontem, o estudo acompanhado e a área-projecto eram indispensáveis e causa de sucesso. Hoje acabaram. Ontem, exigiram-se às escolas planos de acção. Hoje ordenam que os atirem ao lixo. Ontem Sócrates elogiou os directores. Hoje reduz-lhe o salário e esfrangalha-lhes as equipas e os propósitos com que se candidataram e foram eleitos. Ontem puseram dois professores nas aulas de EVT em nome da segurança e da pedagogia activa. Hoje dizem que tais conceitos são impróprios. Ontem sacralizava-se a escola a tempo inteiro. Hoje assinam o óbito do desporto escolar e exterminam as actividades extracurriculares. Ontem criaram a Parque Escolar para banquetear clientelas e desorçamentar 3 mil milhões de dívidas. Hoje deixaram as escolas sem dinheiro para manter o luxo pacóvio das construções ou sequer pagar as rendas aos novos senhores feudais. Ontem pagaram a formação de milhares de professores. Hoje despedem-nos sem critério, igualmente aos milhares.
: :
Os portugueses politicamente mais esclarecidos poderão divergir na especialidade, mas certamente acordarão na generalidade: os 36 anos da escola democrática são marcados pela permanente instabilidade e pelo infeliz desconcerto político sobre o que é verdadeiramente importante num sistema de ensino. Durante estes 36 anos vivemos em constante cortejo de reformas e mudanças, ao sabor dos improvisos de dezenas de ministros, quando deveríamos ter sido capazes de estabelecer um pacto mínimo nacional de entendimento acerca do que é estruturante e incontornável para formar cidadãos livres. Sobre tudo isto, o silêncio de Cavaco Silva é preocupante e obviamente cúmplice.

publicado às 14:12


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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