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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Este caso do Renato Seabra, é fascinante do ponto de vista da Psicologia-Psiquiatria-Neurologia e da Criminologia. É um caso de Antologia. Claro que temos pena da morte brutal da vítima, assim como da família, dum e doutro, porque isto para uma mãe é inimaginável. E, até certo ponto, até do rapaz temos pena, não por ele propriamente, mas por uma vida jovem que se perde. Agora, do ponto de vista do crime em si, é fascinante perceber o que é que se conjugou, dentro da mente distorcida dele, e fora dele, no ambiente em que estava, para que se chegasse ao desfecho que as coisas tiveram.
O mais fascinante, penso, é o choque... porque é difícil ver este crime neste rapaz. O exterior dele, aquele ar de ingénuo e acriançado, juntamente com uma idade ainda nova e o passado pacato de rapaz de província é que nos enganam. Quando pensamos o que ele fez, durante o tempo que o fez, imaginamos um indíviduo de grande poder físico, com uma raiva interior descontrolável, insane e psicótica, de face muito afastada já do humano em si.
Na verdade, nós todos nascemos com instintos que são instrumentos de defesa capazes de nos levarem a matar alguém. Mas mantemos esses instrumentos como garras recolhidas quando estamos com outros que não constituem ameaça. Quando alguém não compreende esta premissa e está no meio dos outros como predador é evidente que não pode mais ser deixado à solta. Ou seja, quem é que no seu perfeito juízo se arrisca a ficar sozinho com este indivíduo num sítio qualquer, sabendo das monstruosidades que ele é capaz de fazer assim dum momento para o outro?
Essa gente toda que anda aí a fazer o elogio do assassino...queria vê-los se tivessem que ficar sozinhos com ele num sítio qualquer...
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