Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Regresso ao século XIX

por beatriz j a, em 06.07.17

 

Autoeuropa quer semana de 6 dias. Trabalhadores pedem mais dinheiro

 

publicado às 14:22


Um cancro que vai alastrando. Cá chegará...

por beatriz j a, em 19.05.15

 

 

 

Contratos Zero Horas, um cancro que vai alastrando nos países anglófonos

 

 

 

Contratos zero horas, o sonho de todos os empregadores: quando há trabalho o empregado tem de estar disponível, quando não há não há qualquer vínculo. Totalmente flexivel para o empregador e totalmente inflexível para o empregado, o contrato zero horas transfere todos os riscos da atividade económica para os trabalhadores.

Só recebes as horas que trabalhas, mas tens de estar totalmente disponível para trabalhar quando o patrão chamar.

 

Começaram como sempre começam estas ideias, com o apoio dos empregadores ingleses que se queixavam de um mercado de trabalho pouco flexível e que diziam serem uma óptima solução para os jovens estudantes ou para os reformados poderem levar mais algum dinheiro para casa. Poucos anos depois e com o empurrão da crise financeira representam já uma enorme fatia do trabalho em Inglaterra.

 

Em 2011 no setor hoteleiro já ocupavam 19% dos postos de trabalho, 13% no setor da saúde e 10% na educação. Cerca de 17% dos empregadores em Inglaterra usa este tipo de contratos. As estatísticas do Governo estimam que em 2014 quase 2,7 milhões de pessoas tenham estado a trabalhar com contratos zero-horas.

 

Em média estes trabalhadores levam para casa menos 5,772 libras por ano, comparando com outros trabalhadores e não recebem subsídio de desemprego, nem descontam para a pensão. Não há TSU.

 

De cada vez que nos falam em Portugal de baixar a contribuição para a Segurança Social (TSU) ou em flexibilizar mais as leis do trabalho para favorecer o emprego, é preciso termos memória e olharmos para o que isso quer dizer noutros países.

A precariedade é uma armadilha para ursos.

 

via precários.net

 

 

publicado às 17:38

 

 

The Zombie System: How Capitalism Has Gone Off the Rails

By Michael Sauga

Harvard economist Larry Katz rails that US society has come to resemble a deformed and unstable apartment building: The penthouse at the top is getting bigger and bigger, the lower levels are overcrowded, the middle levels are full of empty apartments and the elevator has stopped working.

.

In this sense, the crisis of capitalism has turned into a crisis of democracy. Many feel that their countries are no longer being governed by parliaments and legislatures, but by bank lobbyists, which apply the logic of suicide bombers to secure their privileges: Either they are rescued or they drag the entire sector to its death.

 

Lembro-me de, há imensos anos, falar nas aulas, a propósito da penetração que algumas ideias científicas têm na vida civilizacional -neste caso o Darwin e o Darwinismo-, do capitalismo do século XIX, chamado, 'capitalismo selvagem', devido à falta de regulação, à inexistência de sindicatos, à ausência de serviços sociais de apoio, à ganância dos industriais e à cegueira e cobardia dos políticos.

Lembro-me de falar nisso como coisa do passado num pressuposto de que não voltaria: de como os grandes industriais defendiam que se devia deixar os trabalhadores à beira da sobrevivência para que a insegurança constante os desmobilizasse de reivindicações, de como se dizia que manter os trabalhadores submissos estava de acordo com a natureza, pois os fortes haveriam de sobreviver e vencer e os que não venciam eram os fracos e que isso era o que é natural de acordo com a teoria da Evolução das Espécies.

Lembro-me de dizer que este tipo de capitalismo levou ao aparecimento dos Anarquistas que, não tendo maneira de fazer 'funcionar o elevador' como se diz no artigo do Der Spiegel, vingaram-se das injustiças desatando a assassinar industriais e membros da realeza e da nobreza, uns e outros, em geral, grandes esbanjadores ostensivos do dinheiro arrecadado com o sacrifício de milhões de trabalhadores explorados até ao tutano. De como os políticos se demitiam dos seus poderes para viver a adejar os salões e círculos sociais das elites e de como a falta de coragem, de visão e de decência forjaram a Grande Guerra.

Lembro-me de falar nisso como coisa do passado. Lembro-me de dizer que o Marx estava errado nas suas previsões, pois o socialismo comunista e não o capitalismo é que tinham trazido a miséria.

Lembro-me disso tudo e leio este artigo e constato aquilo que todos já vimos e sabemos: é que estamos outra vez nessa época de capitalismo selvagem, de políticos com falta de cultura, de coragem e visão que vivem para o deslumbre e o adejamento dos grandes empresários e do dinheiro que deles pinga; os sindicatos a perder força, o fosso entre ricos e pobres a alargar, o esbanjamento perdulário de uns à custa de muitos, a classe média a desaparecer, os novos anarcas que são os terroristas que se aproveitam desta falta de esperança para bombardear e aterrorizar, os países ricos ocidentais -como nesse virar do século- a invadir os outros para os drenar da riqueza, seja o petróleo ou o coltan. E, tal como então, todos fazem a guerra com palavras de paz.

O Canadá chocou-se com um terrorista no seu Parlamento. Mas declaram que vão entrar na guerra contra os países dos outros e depois admiram-se que a guerra lhes entre em casa?

A crise do capitalismo pôs em crise a democracia: a vida democrática, o poder de influenciar mudanças, de usufruir dos avanços da tecnologia, dos povos se elevarem como um todo, tudo se esfuma nesta marcha-atrás cultural da civilização onde as grandes massas voltam a cair na ignorância pois a educação e o acesso à qualidade de vida em geral é cada vez mais para quem tem dinheiro.

Há uma falta geral de visão, de coragem e de seriedade nos políticos que têm o poder -de regular- e não o usam a não ser para esmagar os opositores. E parece que a História se repete e que estamos à beira de uma nova catástrofe mas desta vez vamos para ela de olhos bem abertos.

 

 

publicado às 16:38


A mulher empoleirada no banco

por beatriz j a, em 22.10.14

 

 

a-mulher-empoleirada-no-banco

 

 

publicado às 05:33


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2018
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2017
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2016
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2015
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2014
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2013
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2012
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2011
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2010
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2009
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2008
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D



Pesquisar

  Pesquisar no Blog

Edicoespqp.blogs.sapo.pt statistics