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... quando já não há lugar para os livros e têm que ficar todos apertadinhos, como nas casas pequenas onde não há privacidade. Estava aqui a arrumar os livros de três alemães tentando não ofender nenhum: o Heidegger, a Hannah Arendt e o Jaspers. Tive que separar o Jaspers do Heidegger porque eles zangaram-se, ou melhor, o Jasper zangou-se porque o Heidegger tratou muito mal a mulher dele [entre outras coisas]. Pus a Hannah Arendt no meio dos dois porque era muito amiga dos dois. Enfim, do Jaspers foi sempre grande amiga, do Heidegger foi aluna, amante e amiga, por esta ordem. O Huggo Ott, um biógrafo de Heidegger tem que ficar ali mas é chato porque o Heidegger não havia de gostar do livro dele, tenho a certeza. Lá mesmo na ponta, já em dupla fila, pus o Søren Kierkegaard, um vizinho dinamarquês, um existencialista atormentado que não fazia mal a ninguém a não ser a ele mesmo e à Regine. Está perto do Jaspers que gostava dele. Enfim, espero não ofender nenhum deles.

 

DSCF2282.jpg

 

publicado às 16:48


Coisas que deviam envergonhar qualquer editor

por beatriz j a, em 06.11.15

 

 

 

 

... mas que mostram o tipo de sociedade pseudo-jurídico-politicamente correcta em que vivemos. Este editor da Wilder Publications entendeu pôr um aviso de PG na edição das Críticas de Kant, onde adverte que o livro de Kant é um produto do seu tempo e que, se Kant o tivesse escrito hoje, teria certamente outros valores. Aconselha ainda os  pais a discutir este assunto com os filhos já que os valores, no que respeita a género, raça, sexualidade, etc., mudaram muito.

 

O editor, com o maior dos paternalismos, entende que Kant é um autor marcado pelo seu tempo... jura?? E que se vivesse hoje teria outros valores, nomeadamente os do editor... ai sim? Portanto o editor é o referencial universal de como se deve pensar! Porque não vende então os seus próprios livros em vez de vender os de Kant? Isto é ridículo e errado. Kant poderia viver hoje e ter as mesmas ideias e contradições. Platão, só para dar um exemplo, viveu muitos séculos antes e, no entanto, não defendia uma visão sexista e racista do conhecimento e das sociedades. Einstein viveu no século XX e era muito machista... e então, devemos escrever isso na edição das suas obras?

 

Se um aluno ou um professor ou, um mero leitor de Kant ou outro filósofo não percebe que os filósofos são pessoas e como tal, influenciadas pela mentalidade do seu tempo, não percebe nada de nada. Uma pessoa não tem que desculpar ou polir os grandes filósofos do passado. Eles foram grandes justamente porque, apesar de terem os pés no seu tempo, terem também e, ao mesmo tempo, a cabeça no tempo universal que não tem limites. Justamente o Kant era aquele indivíduo que exortava as pessoas a aprender não a Filosofia, isto é, não aprender a ser um reprodutor de conteúdos mas, o filosofar -ser um excelente pensador crítico e analítico.

 

O pior de tudo é dar a impressão que as ideias do passado, por o serem, são piores que as do presente, como se tivessem o prazo de validade ultrapassado. Então, alguém que esteja agora a começar a ler ou pensar, pega no livro, lê isto e começa a ler já com um sentimento de desvalorização do autor em questão e, por consequência das suas ideias.  

 

(via openculture.com)

 

 

publicado às 13:20

 

 

 

2013 parece ter sido o ano dos plágios na poesia de autores premiados (alguns dos quais viram os prémios retirados) ou... talvez os plágios sempre tenham existido... até nos maiores poetas... porque é que se rouba a poesia dos outros? Fama...? Preguiça...? A poesia é demasiado difícil...?

 

 

publicado às 04:42


Hoje li um livro de um autor português

por beatriz j a, em 01.10.11

 

 

 

Que não vou dizer quem é, porque não interessa, mas achei o livro mesmo vulgar, tanto na escrita como na ideia que percorre o livro. Parece-me que às vezes as editoras publicam autores só porque já são conhecideos e é mais fácil vendê-los...o gosto  da maioria dos leitores não será muito educado... só não foi tempo perdido porque também se aprende pela negativa.

 

publicado às 20:42


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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