Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
A questão não é ele usar o carro da autarquia para viagens ao serviço do partido. A questão é: a que propósito o povo tem que pagar Lexus e Jaguares a políticos? Porque é que a autarquia não compra carros de serviço dos que se fabricam em Portugal e baratos, de preferência? E porque é que os autarcas não andam nos seus próprios carros quando não estão em serviço?
É por isto que a ex-mulher de Vara, quando lhe perguntaram se não estranhava os milhões do marido e contas na Suiça, respondeu, "Não. Então ele foi ministro. E depois administrador de banco."
É isto. O estúpido do povo serve para pagar a falta de ética dos deslumbrados provincianos que nos governam.
Salvador Malheiro, vice de Rui Rio no PSD e presidente da Câmara Municipal de Ovar, alugou recentemente um carro de luxo por mais de 2000 euros mensais. O Lexus LS500h, com um ano e meio e avaliado em cerca de 75 mil euros, está ao serviço da autarquia, (...)
Esta quinta-feira, Salvador Malheiro chegou à São Caetano à Lapa quando faltavam 17 minutos para as duas da tarde. Uma fonte garantia ao Observador que o autarca tinha saído de Ovar com o seu novo Lexus, depois de participar numa reunião de câmara.
(...) Os portões verdes voltaram a abrir-se e um Jaguar arrancou São Caetano acima. Malheiro e Araújo seguiam no banco de trás.
Antes da condenação, os três ex-autarcas alegaram em sua defesa não disporem de "conhecimentos na área da gestão e jurídica" e que, por isso mesmo, não agiram com dolo, nem negligência. Dos três, apenas o antigo presidente da Câmara é licenciado, em Educação Física. Porém, se o argumento até foi acolhido pelo juiz conselheiro João Aveiro Pereira no que diz respeito ao dolo (uma intenção), o mesmo não aconteceu quanto à negligência. Porque, para o magistrado do Tribunal de Contas, quem não possui determinadas qualificações - "embora não seja obrigatório que todos os eleitos do poder local sejam licenciados ou especialistas em direito" - "não está à altura das inerentes responsabilidades".
E, continuou João Aveiro Pereira, "se, mesmo assim, se faz eleger, tem a obrigação de tomar providências para suprir essa insuficiência ou confessar tal impreparação e, por exemplo, renunciar aos cargos, abrindo assim caminho para que outros profissionais mais capazes os exerçam".
No fundo, para o juiz do Tribunal de Contas, "exercer um cargo de dirigente, com competência para assumir compromissos, autorizar despesas e pagamentos com dinheiro dos contribuintes, sem para tanto estar devidamente preparado, revela temeridade e constitui só por si violação dos deveres de cuidado e de diligência, geradora de perigo para a gestão e para o erário públicos".
O descaramento dos autarcas: tendo cometido diversas infracções financeiras durante o mandato, alegaram em tribunal não o terem feito por mal mas por serem ignorantes e não perceberem nada de gestão e de leis. Epá, se sabem que não têm competência para gerir os dinheiros alheios, a honestidade manda que arranjem alguém que perceba do assunto ou que dêem lugar a quem é competente.
O pior é que na notícia parte-se do princípio que o juíz errou na resposta porque a lei não obriga a que os candidatos políticos tenham estudos. Não errou coisa alguma: se o cargo para que uma pessoa se candidata pressupõe ter certos conhecimentos -de finanças, por exemplo- ou a pessoa os tem ou contrata alguém que os tenha pois se não faz uma coisa nem outra é desonesto ou negligente ou ambas as coisas.
Então uma pessoa tem consciência que é incompetente e mesmo assim continua a fazer o trabalho de que não percebe nada, sabendo que as consequências do seu trabalho afectam a vida dos outros? Não há curso de autarca, diz o fulano do PSD. Por essa ordem de ideias é aceitável que uma pessoa que vai dirigir uma autarquia seja um analfabeto...?
A culpa destas coisas é da pouca educação das pessoas e da muita tolerância com a incompetência dos políticos que exigem tudo aos outros e para si nada, só regalias. Até têm o descaramento de fazer-se eleger para cargos, tendo a consciência de serem incompetentes e alegando a seu favor, como coisa positiva, a sua incompetência negligente! Que grande lata!
VISÃO online
Presidente da Câmara de Pombal quer tratar a homossexualidade
Luís Ribeiro 18:02 Terça-feira, 26 de Mai de 2009 |
No seu discurso de encerramento das I Jornadas Ibéricas sobre Violência, na quarta-feira, 21, o autarca de Pombal confessa que gostaria que "houvesse terapeutas para tratar todas essas causas que dão origem a problemas complicados, e aquelas causas contraproducentes àquilo que é a essência da vida humana, toxicodependência, práticas contraproducentes, homossexualidade e pedofilia", conforme citado pelo jornal Notícias do Centro.
E vai mais longe: "Não se facilite, em termos democráticos, aquilo que é contranatura, aquilo que não está na essência daquilo que a gente pretende, em termos de história, de dignificar aquilo que é a pessoa humana."
O social-democrata Narciso Mota terá ainda posto a homossexualidade no mesmo saco do alcoolismo e da falta de carácter. "Encontramos neste mundo contemporâneo muitos tipos de violências: a violência provocada por aquelas pessoas que são toxicodependentes, a violência das pessoas que são alcoólicas, a violência das pessoas sem rosto, sem carácter, sem ética, que mandam blogs anónimos, mandam cartas anónimas, entrando na privacidade das famílias e das pessoas, a violência da pedofilia e a violência da homossexualidade, que não está em sintonia com aquilo que é a razão natural da vida.
E são estes idiotas broncos que enchem os bolsos nas autarquias que vão mandar na educação. Eles e os outros amigos da ministra da educação, essa grande paradigma do dom de Midas ao contrário.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.