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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
O eleitorado moderado do centro percebe que pior do que alguma austeridade como a que Centeno aplicou é não haver austeridade nenhuma.
Como se vê no artigo abaixo, a classe média, que é o eleitorado moderado, foi atingida dramaticamente pela austeridade: salários estagnados e o custo de vida a subir. Não me parece que 'percebam' e gostem do discurso de Centeno a favor desta austeridade que só os atinge a eles e aos mais pobres e está a enriquecer os mais ricos.
“Sob pressão: a classe média em declínio”.
... apesar de uma classe média robusta ser sinónimo de prosperidade, este grupo tem perdido influência e rendimento, em contraste com o grupo dos mais ricos. Portugal não é exceção e, no grupo dos 36 membros da OCDE, é mesmo um dos países em que se registou maior risco de uma descida para a classe baixa, no período entre 2007 e 2015.
os 10% mais ricos acumulam quase metade do rendimento e os 40% mais pobres representam apenas 3%. Tão ou mais preocupante: o fosso está a alargar-se.
Para esta erosão da classe média contribui não só o crescimento residual do rendimento disponível ... mas também o aumento do custo de vida. Os destaques vão para a habitação – em meados dos anos 90 consumia apenas um quarto do rendimento disponível e agora já vai num terço – e a educação.
A crise financeira mundial de 2007-08 teve um impacto elevado neste grupo. Em Portugal, mais de metade das pessoas na classe média baixa (os que ganham entre 75% a 100% da média de rendimento) perderam 20% ou mais do seu rendimento anual entre 2007 e 2015,
O ELEVADOR SOCIAL ESTÁ AVARIADO
E medidas? Para a OCDE, estes desequilíbrios têm promovido os extremismos e fenómenos como os coletes amarelos, em França. Assim, os Governos têm que “ouvir as preocupações das pessoas e proteger e promover o nível de vida da classe média”, exorta Ángel Gurría, secretário geral do organismo. Os Governos devem fomentar o acesso a serviços públicos de grande qualidade e proporcionar melhor proteção social. Para aliviar o custo de vida, deve encorajar-se a habitação a preços controlados, apoio aos empréstimos e alívio fiscal aos compradores de casa na classe média-baixa. Deve igualmente haver investimento em educação vocacional e formação profissional para contrariar o desemprego.
Portugal continua a receber periodicamente a visita da Comissão Europeia (CE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Foi assim ainda no passado mês de Novembro, para a nona missão pós-programa da troika. Ora, o “9th Post-Programme Surveillance”, divulgado este mês de Fevereiro, (...) na página 18 deste relatório que se encontra um parágrafo, no mínimo intrigante, (...)
“The spending review is planned to be continued in 2019. According to the 2019 DBP, it is expected to yield savings of EUR 236 million across several parts of the public sector in 2019. Around half of these savings are expected to come from health and education, while measures in the justice system, internal administration as well as the more efficient use of public assets and the growing use of centralised procurement are expected to contribute the other half.” Numa palavra: o Governo socialista, apoiada pelo BE e pelo PCP, compromete-se com cortes na ordem de 236 milhões de euros no sector público, sendo que metade desse valor afectará o sector da Saúde (já hoje à míngua) e o sector da Educação.
Aqui chegados, e depois de conhecidos os dados da UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental), que deixa claro que o investimento público, em 2018, ficou 1180 milhões de euros abaixo do previsto, pode-se afirmar, factualmente, que o Governo socialista é o campeão da não execução de investimento público e tem ganha a taça dos maiores cortes no sector público. O ponto é que este é um Governo enganador: no início de cada orçamento que lança, anuncia valores altos de investimento público; durante uma semana, ministros e apoiantes do Governo desdobram-se em loas ao investimento público. No final do dia, tudo é um logro.
Hugo Soares, Um Governo; um logro
Função Pública com saúde mais cara Cirurgia cardíaca aumenta 900 euros. Pacemaker passa de 480 para 1200 euros.
adse_aumenta_custos_para_os_beneficiarios.
Os do costume que paguem a crise. Como o aumento brutal dos descontos para a ADSE não parece muito ao Costa e amigos, resolveram enfiar a espada mais fundo.
Há duas coisas que me preocupam muito neste OE (para além dos cortes na educação pública e o aumento de dinheiro para privados): a 1ª é estar construído sobre o pressuposto que as pessoas, por terem uma reposição de 12 ou 20 euros no salário vão passar a consumir mais e que o aumento do consumo vai fazer a economia melhorar. Se eu fosse estrangeira e estivesse à procura de um país onde investir o meu dinheiro investia em Portugal depois de saber que este é o plano para melhorar as contas? Esperar que as pessoas consumam mais? Como é que asseguramos que esse aumento de consumo, a existir, não vai ser um aumento do endividamento das famílias e dar origem a outra bolha na economia? Isto parece-me uma construção de castelos no ar.
A 2ª coisa que me preocupa muito é a taxa de 4% nas transacções por multibanco. Tenho a certeza que os bancos, na sua ganância viciosa, vão passar este encargo para cima de nós em três tempos e isso parece-me obsceno.
Obseceno também me parece a venda do Banif às nossas custas, ter que pagar o bilhete de transporte aos trabalhadores dos transportes e suas famílias e ter que suportar os transportes púbicos de trabalhadores que fazem 200 dias de greve por ano.
As negociações com a Comissão Europeia resultaram num ajustamento das contas públicas superior ao que António Costa previa há duas semanas e mais de mil milhões de euros em novas medidas de austeridade.
Os grandes agregados orçamentais do documento apresentado sexta-feira indicam que a despesa total do Estado se mantém praticamente inalterada, em cerca de 86 mil milhões de euros. Para compensar a subida dos gastos com pessoal e de outras rubricas correntes, com a reversão de medidas, a opção do Governo foi diminuir o investimento público. As despesas de capital caem 38% neste orçamento.
A redução do défice é assim assegurada quase na totalidade pelo aumento da receita, onde sobressaem os impostos. A receita fiscal vai subir mais de 1,3 mil milhões de euros face aos valores cobrados no ano passado.
Segundo Tsipras, a ação do executivo grego “está nos antípodas” da política neoliberal defendida pelos governos anteriores. (LOL)
Portugal could make history by becoming the first eurozone bailout country to re-elect a government that imposed harsh and unpopular austerity measures when it votes this weekend.
But despite the beginnings of a fragile economic recovery, Portugal remains heavily in debt and vulnerable. Unemployment is still painfully high at 12%, rising to 30% among young people. Living standards have fallen sharply in what is still western Europe’s poorest nation. One in five people continue to live below the poverty line with an income of less than €5,000 (£3,684) per year. Health and education services have been affected by cuts.
Emigration has also become a major campaign issue. A total of 485,000 people left Portugal between 2011 and 2014, the highest emigration rate in over 50 years in a country whose total population stands at around 10 million. The recent exodus has surpassed the wave of Portuguese emigration in the 1960s that saw an unskilled labour force leave. This time, there has been a mass exodus of qualified youth, including scientists, doctors and nurses.
Contra a vontade de alguns dos maiores credores mundiais - Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos - e da própria União Europeia, que se absteve [que vergonha, digo eu...], a assembleia das Nações Unidas aprovou, na quinta-feira, 10, um conjunto de nove princípios democráticos que devem sobrepor-se à voracidade dos credores sempre que um país tenha de reestruturar a dívida.
Para evitar novas Argentinas (ainda em litígio contra os fundos-abutre) ou novas Grécias, as Nações Unidas recomendam que as partes negociadoras não se esqueçam de incluir, nas suas contas, o respeito por princípios universais como a soberania, boa fé, transparência, imparcialidade, igualdade de tratamento, imunidade soberana, legitimidade, sustentabilidade e que qualquer reestruturação de dívida deve ser sempre aprovada por maioria. Assim, quem empresta deve cooperar com quem pede emprestado, reconhecendo a legitimidade de um país soberano orientar a sua política macroeconómica no sentido do crescimento, desde que os direitos dos credores não sejam postos em causa. A despolitização do sistema financeiro e a ausência de alternativas às políticas de austeridade são também referidas no documento.
No manifesto assinado pelos 19 economistas, a situação recente da Grécia está bastante presente. "A crise grega tornou claro que os países que agem isoladamente não conseguem negociar condições razoáveis para a reestruturação da sua dívida." E terminavam apelando à União Europeia que votasse favoravelmente a resolução.
ionline.pt/…/amnistia-austeridade-imposta-pelo-governo…
Sinal vermelho para Portugal, indica esta quarta-feira o Semáforo do jornal i.
Vale a pena ler a análise feita ao Relatório Anual da Amnistia Internacional: http://www.ionline.pt/…/amnistia-austeridade-imposta-pelo-g…
... ficar cada vez mais endividado... Em 2011 a dívida era de 107,2% do PIB...
... embora não o digam... daí que esta entrevista e estas declarações tenham o interesse especial de remar contra uma maré de disparates governamentais, tanto nas palavras como nos actos.
Jacob Soll, historiador da contabilidade, gostaria de estar errado quando pensa que há outros “Espírito Santo” na Europa. O caso BES, diz, é paradigmático pelas falhas de transparência e aos cidadãos cabe exigir mais transparência pública.
Isto é verdade mas também é verdade que a Europa não pode querer, ao mesmo tempo, que Portugal obedeça ao colete de forças que nos impõe e que resolva os seus problemas usando os seus próprios braços.
Alors que le chômage bat des records avec 40 600 personnes privées d'emploi supplémentaires en un mois, la plus forte hausse depuis un an, l'idée d'augmenter la durée légale du travail frise l'absurdité. Dans une interview, réalisée avant sa nomination, le nouveau ministre de l'économie s'est pourtant déclaré favorable à la remise en cause des 35 heures !
É estranho estar a ver, de fora, a França, percorrer o mesmo caminho da austeridade que nós já percorremos. Com os mesmos falsos argumentos, os mesmos vícios, os mesmos problemas, as mesmas reacções da imprensa, as mesmas consequências na decadência dos serviços, no desemprego...
Há 10 mil enfermeiros portugueses no estrangeiro. Cinco mil estão no Reino Unido. A Diáspora dos Enfermeiros 'nasce' esta segunda-feira em Londres, no Dia Internacional do Enfermeiro, para apoiar esta comunidade de profissionais portugueses emigrados.
Formamo-los, educamo-los, temos falta deles nos hospitais (que ainda sobram) mas não temos lugar para eles no país... isto faz sentido para alguém? Este país ter tido uma 'ajuda' que o atirou para o buraco, ajuda depois da qual Portugal não tem lugar para os portugueses?
Tal como em 2013, o primeiro-ministro quer chegar ao final deste ano com um défice muito abaixo do acordado com a troika. Em 2014, em vez de 4% o Governo quer 1,9% do PIB. Mas para lá chegar, a austeridade terá de continuar.
manifestação contra a troika em Junho de 2013
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Le Parlement européen doit voter ce jeudi un rapport accablant sur l’activité de la troïka (Commission, BCE et FMI) dans les pays sous assistance financière. Entretien avec l’eurodéputé socialiste Liem Hoang-Ngoc, coauteur de la résolution.
Qu’avez-vous retenu des visites dans les pays sous assistance financière ?
Liem Hoang-Ngoc. Nous avons vu que les gouvernements et Parlements nationaux avaient le pistolet sur la tempe. Soit ils entérinaient les propositions de la troïka (Commission européenne, Banque centrale européenne et Fonds monétaire international), soit ils n’avaient pas accès à l’aide financière. Quant aux partenaires sociaux, ils ont certes été consultés, mais leur avis n’a jamais été pris en compte. Au Portugal, patronat et syndicats s’étaient entendus sur un salaire minimum à 500 euros. La troïka a empêché l’application de cet accord qui, selon elle, menaçait la compétitivité.
Pourquoi critiquez-vous « l’absence de légitimité démocratique de la troïka » ?
Liem Hoang-Ngoc. Il n’y a pas eu de délibération démocratique au niveau européen sur les solutions préconisées par la troïka, avant que les propositions ne redescendent dans les États. Un tel débat aurait dû inclure la seule instance européenne élue au suffrage universel, le Parlement européen. S’il avait été mis dans la boucle, jamais l’Eurogroupe (les ministres des Finances de la zone euro – NDLR) n’aurait proposé à Chypre de taxer les petits dépôts inférieurs à 100 000 euros, pourtant garantis par une directive. Nos travaux montrent que lorsque les membres de la troïka n’étaient pas d’accord, l’Eurogroupe tranchait les décisions, dans l’opacité la plus totale, et qu’en son sein, la Commission n’a pas été garante de l’esprit communautaire.
En Grèce, le Fonds monétaire international (FMI) souhaitait une restructuration rapide (annulation partielle – NDLR) de la dette. La Banque centrale européenne (BCE) et l’Eurogroupe s’y sont opposés. En conséquence, la Grèce a dû mener une politique d’austérité sévère. Celle-ci n’a pas porté ses fruits et a conduit à une restructuration tardive de la dette grecque. La BCE a quant à elle racheté des titres grecs à dose homéopathique et a attendu septembre 2012 pour mettre sur pied son programme de rachat illimité des titres souverains en cas de spéculation. Avec une délibération démocratique européenne, ces sujets auraient été mis sur la table plus tôt.
Quelle institution prédominait au sein de la troïka ?
Liem Hoang-Ngoc. Sur le sauvetage du système bancaire irlandais, le gouvernement irlandais et le FMI étaient favorables à la mise à contribution des grands détenteurs d’obligations bancaires. Ils voulaient faire participer le secteur bancaire, ainsi que les fonds de pension – allemands en l’occurrence –, au plan de sauvetage. La BCE a une fois de plus dit « non » et privilégié un plan de sauvetage dont le financement pèse encore sur le contribuable. Dans cette affaire, c’est encore la BCE qui l’a emporté contre le FMI. Ses solutions ont été avalisées par l’Eurogroupe.
Pourquoi cet alignement ?
Liem Hoang-Ngoc. L’Eurogroupe est le lieu informel où sont arbitrées de la façon la plus opaque les décisions de la troïka. L’influence des États les plus importants – et donc de l’Allemagne – y prévaut.
Dans ce rapport, on trouve beaucoup de choses sur les procédures institutionnelles et moins d’analyses de fond sur les politiques menées.
Liem Hoang-Ngoc. Ce n’est pas tout à fait vrai. La tactique de mon corapporteur (le conservateur autrichien Othmar Karas) a été de se concentrer sur les aspects institutionnels car il estime que les politiques menées étaient les bonnes, et qu’il y avait essentiellement un problème de légitimité démocratique. Le déficit démocratique est un aspect sur lequel on pouvait le rejoindre. Concernant l’autre aspect du rapport, l’évaluation des politiques économiques proposées par la troïka, l’essentiel du message provient de notre camp. Mais le Parti populaire européen a essayé d’adoucir ce message, en arguant que si ces politiques n’ont pas complètement porté leurs fruits, c’est que les États ne se les sont pas pleinement appropriées. Pour notre part, nous constatons que les objectifs macroéconomiques n’ont pas été atteints : la croissance reste atone et le taux d’endettement a partout explosé. Nous avons souligné les désaccords entre les membres de la troïka, attestant que d’autres politiques étaient possibles. Le message que j’ai voulu faire passer est que les politiques d’austérité ont échoué. Le débat démocratique doit par conséquent être ouvert pour mettre en évidence l’existence de politiques alternatives.
le 12 Mars 2014
Com 25 anos de existência, o IVA está no limite e já não há margem para aumentos. É o que defendem à Renascença vários especialistas, numa altura em que o agravamento deste imposto sobre o consumo continua a ser apontado como uma solução para aliviar a austeridade sobre pensões e salários.
Tiram-me mais de 200 euros de salário por mês e ainda sobem o preço às coisas para me aliviarem a austeridade??!!
Relatório da organização não governamental Oxfam alerta Europa para os perigos do caminho da austeridade e cita Portugal como exemplo de um país onde os cortes estão a travar o crescimento e a trazer mais pobreza.
“Grécia, Portugal e Espanha aplicaram políticas dirigidas a desmantelar os sistemas de negociação colectiva, o que provavelmente se traduzirá no aumento da desigualdade e na queda contínua do valor real dos salários”, lê-se no documento – que refere ainda o aumento o IVA como mais um factor que dificultou o poder de compra no país.
Sobre Portugal é ainda dito que entre 2010 e 2011 a desigualdade nos rendimentos tem beneficiado as “elites económicas”, dando-se como exemplo o crescimento do mercado de bens de luxo, e é dito que após as crises financeiras em geral os mais ricos vêem os seus rendimentos crescer 10% enquanto os mais pobres os perdem na mesma proporção.
Para esta organização a União Europeia deve tirar lições de outros períodos de austeridade que foram, por exemplo, vividos em países da América Latina, do Sudeste Asiático ou de África durante as décadas de 1980 e 1990, para evitar cair nos mesmos erros.
O Documento de Estratégia Orçamental hoje aprovado pelo Governo prevê um conjunto de medidas de austeridade que ascendem a cerca 2,8 mil milhões de euros em 2014, mas os cortes estruturais de despesa...
Isto é, mais despedimentos, mais economia estagnada. Deve servir algum propósito positivo. Nós é que não estamos a ver bem qual...
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