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«parece que [Mohamed] se radicalizou muito rapidamente» 

 

Esta frase, sem sentido, repetida até à exaustão por toda a gente sempre que há ataques de terroristas islâmicos...

Ninguém se radicaliza rapidamente a partir de uma situação de equilíbrio estável. É precisa muita instabilidade, revolta interior, sentido de injustiça, raiva, etc., para se chegar a um ponto de querer matar pessoas ou, estamos a falar de alguém com espírito de assassino que aproveita a frustração e a raiva para fazer o que de qualquer modo já queria fazer.

Seja uma ou outra coisa, não há aqui radicalizações repentinas: há processos de carbonização lenta. Os tições, como se sabe, deitam muita fumaça mas não fazem fogo.

Enquanto não perceberem como é que estes homens se fecham nestes processos não vão conseguir contolá-los e evitá-los.

 

 

publicado às 06:30

 

 

A Dinamarca e a Suécia, juntamente com a Finlândia e, é preciso dizer, os EUA e a Inglaterra, andaram entretidos, nos anos 20 do século XX, uma década e meia antes de Hitler subir ao poder, a esterilizar, em massa, sem o seu consentimento, mulheres de raças não caucasiana e com deficiências. As ideias de Hitler não surgiram do nada... era o espírito da época... a ideia da eugenia começou nos finais do século XIX com um primo de Darwin, Galton e, com o entusiasmo à volta do darwinismo transformado em telos social com as suas metáforas da competição, da sobrevivência do mais forte que legitimavam, entre outros fenómenos sociais, o capitalismo selvagem. Galton defendia o 'melhoramento da sociedade' através da eliminação dos 'indesejáveis' que eram quem carregava e transmitia os 'factores mendelianos' de decadência das sociedades. Estas ideias segundo a qual os indesejáveis eram responsáveis pela degeneração das sociedades, eram moda e foram adoptadas por médicos, biólogos e entusiastas como o ideal das sociedades 'civilizadas'... a criminalidade e a pobreza eram atribuídas exclusivamente a factores hereditários dos 'indesejáveis'. Logo, a esterilização desses portadores dos germes da decadência social era uma maneira de melhorar as sociedades humanas aproveitando os conhecimentos da ciência. Era o tempo do cientismo, também.

 

Acontece que as sociedades sueca e dinamarquesa, ao contrário da americana, desde esses tempos das esterilizações em massa de 'indesejáveis', viveram fechadas nos seus mundos arianos quase sem contacto com povos de outras raças dentro das suas portas. Quer dizer, tinham meia dúzia de imigrantes de outras raças a quem até achavam graça e de quem cuidavam muito bem (uma espécie de curiosidades) porque eram muito poucos e não ameaçavam o seu modo de vida e cultura. É fácil, sendo rico, ser generoso com as minorias quando estas são reduzidas a números insignificantes e não ameaçadores. Este países nunca tiveram que lidar com massas de migrantes muitilcuturais como os EUA de modo que, agora que foram 'invadidos' por centenas de milhares de pessoas, não sabem lidar com esse fenómeno e, em pânico, voltaram aos seus modos antigos, adormecidos, por falta de razão para uso, mas não extintos.

 

Ora, se juntarmos àquele factor, a moda deste tempo em que vivemos, onde estamos outra vez a deixar ressurgir as ideias do capitalismo selvagem segundo as quais a pobreza se deve à falta de talento e características genéticas das pessoas, que os bons e de mérito são os que estão à frente nos cargos de poder, que a sociedade e a economia deve estar sem regulação porque a natureza se encarregará de fazer os mais fortes e melhores sobreporem-se e outras alarvidades do género, temos o ambiente ideal para a cultura de patogénicos. O cientismo também está de volta. Portanto, o que se passa na Dinamarca e na Suécia, só surpreende quem não sabe da história destes países e das consequências do darwinismo social.

 

Sweden’s anti-refugee vigilantism has revealed its dark side

publicado às 04:40

 

 

 

Le grand imam d'Al-Azhar condamne des attaques "odieuses"

 
Le grand imam de la mosquée Al-Azhar, prestigieuse institution de l'islam sunnite a condamné les attaques à Paris qui ont fait au moins 128 morts les qualifiant d'"odieuses" et a appelé "le monde entier à s'unir pour faire face à ce monstre".

"Nous condamnons cette attaque odieuse", a affirmé cheikh Ahmed Al-Tayeb à l'ouverture d'une conférence au Caire, soulignant que "le temps est venu pour que le monde entier s'unisse afin de faire face à ce monstre".
 
 
O mundo inteiro unir-se contra este monstro é a única medida capaz de o travar. Em seguida intervir no estado de integração dos migrantes e refugiados. Simultâneamente ajudar os países em guerra a reerguerem-se economicamente porque onde há prosperidade generalizada e objectivos de vida não há impulsos terroristas. Finalmente regular o capitalismo selvagem em que o mundo vive e que cria tantos fossos de pobreza e violência que torna as pessoas capazes de tudo na sua revolta contra a injustiça da miséria e do abandono. É preciso a ONU intervir e as religiões, rastilhos de descriminação e violência, serem pressionadas a reformarem-se de acordo com os Direitos Humanos. É preciso que o mundo se una nestes objectivos. E já, antes que o estado de sítio permanente se alastre à Europa e ao mundo.
Não há diferença entre o EI e o nazismo excepto que os primeiros não ouvem Wagner e não mandam pôr os campos de morte num país diferente, fora da vista.
 
 

publicado às 10:08


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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