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O massacre dos inocentes

por beatriz j a, em 25.08.15

 

 

 

Khaled al-Assaad tinha 82 anos  

 

 

Conforme relatado pelo site da Direcção-Geral de Antiguidades e Museus, o Professor Assaad foi executado de forma bárbara ao ser decapitado no pátio do museu de Palmyra, em seguida, seu corpo foi movido e pendurados nas colunas antigas que ele supervisionou a sua restauração no centro da antigo e histórico da cidade de Palmyra.

Assaad é um dos notáveis ​​da cidade de Palmyra e é conhecido por sua moderação intelectual e religiosa.

"Foi o chefe das antiguidades de Palmira por mais de 50 anos e estava reformado há 13. Tinha 82 anos", acrescentou.

O grupo Estado Islâmico acusa-o de ser leal ao regime sírio, ao representar o país em conferências no estrangeiro com "infiéis".

 

Há acontecimentos tão chocantes que uma pessoa não consegue processá-los. Esta execução faz-me lembrar a tortura e execução de March Bloch -cujo livro ando a ler- às mãos dos nazis, embora pior, porque o acto de decapitar tem uma intenção óbvia de degradar a pessoa e porque Assaad, ao contrário de Bloch, não pertencia a nenhuma resistência, a nenhum exército, a não ser o dos inocentes e, era uma pessoa de boa vontade dedicado ao conhecimento e ao serviço da História Humana no que esta tem de melhor. Talvez por isso mesmo o tenham destruído deste modo. Entretanto o EI fez explodir um templo em Palmira porque o seu objectivo é o mesmo de Lenine quando mandou matar toda a família do Czar: impedir qualquer réstea de esperança [e de memória] de restauração do que era. Como dizia Arendt:

“To them, violence, power, cruelty, were the supreme capacities of men who had definitely lost their place in the universe and were much too proud to long for a power theory that would safely bring them back and reintegrate them into the world. They were satisfied with blind partisanship in anything that respectable society had banned, regardless of theory or content, and they elevated cruelty to a major virtue because it contradicted society’s humanitarian and liberal hypocrisy.(...)

For legends attract the very best in our times, just as ideologies attract the average, and the whispered tales of gruesome secret powers behind the scenes attract the very worst.
The Origins of Totalitarianism

(Um texto bonito sobre Palmira, ontem no Público: Choro ruínas como choro pessoas de Sofia Lorena)

 

publicado às 16:53


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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