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no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau
Assédio sexual: o silêncio não é uma opção
A maioria dos homens são educados e não importunam mulheres. Sabem muito bem seduzir sem assédio e sem violência. Ao contrário do que se quer fazer querer, a maioria dos homens não são emocionalmente infantis nem mentecaptos e sabem muito bem ver se uma mulher está interessada neles. Há uma minoria de homens que, ou por educação misógina, ou por ocuparem posições de poder, seja ele qual for, habituaram-se, como é muito comum nesses casos, a julgarem-se grandes sedutores pela razão de não distinguirem a subserviência, um certo fascínio e o receio que geralmente rodeiam o poder, da atracção pessoal que julgam exercer em toda a gente [Kissinger gabava-se de ter um magnetismo sexual que fazia as mulheres ficarem logo seduzidas por si..., um político professor universitário aqui do rectângulo escreveu num livro que as alunas ficavam todas fascinadas consigo... Putin acha-se um grande e irresistível sedutor... o Nogueira da FENPROF disse um dia que tem sucesso entre as professoras...] . Se juntarmos a isso uma cultura de impunidade e de haver pouquíssimas mulheres em lugares de poder, temos que esses poucos indivíduos causam muito mal a muita gente.
Há um certo número de comportamentos que muitos homens têm, que incomodam ligeiramente, mas que não são graves e vemos que são sem má intenção. É este contexto cultural extremamente machista em que foram educados. Agora, isso é bem diferente dos que defendem o direito a importunar mulheres e dos que lhes chamam puritanas e exageradas às mulheres que denunciam abusos e crimes.
A quantidade de indivíduos que vieram a correr agradecer à palerma da Deneuve ter escrito um texto a dizer que as mulheres que não querem ser incomodadas e tratadas como objectos são puritanas, diz muito sobre eles... quem não sabe a diferença entre importunar e seduzir, por favor, não seduza...
Felizmente estes homens são uma minoria e com tendência para diminuir ainda mais. Eu não vejo os alunos a mandar piropos às colegas ou a importuná-las. Mas quando comecei a dar aulas e durante muitos anos isso via-se e era preciso explicar-lhes as coisas com alguma frequência. Deixei de ver esses comportamentos. É bom sinal.
A influência de Ayn Rand no pensamento político nos EUA e outros países continua a ser forte e atual.
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