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O que é feito da APEDE?

por beatriz j a, em 10.02.12

 

 

 

 

 

Mudou de sítio ou desistiu do sítio? E, ainda existe activa enquanto associação ou não?

 

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publicado às 20:08


APEDE - Ricardo Silva Discurso Directo TVI

por beatriz j a, em 13.09.11

 

publicado às 11:48


Estive a ver a TVi 24 sobre a Educação.

por beatriz j a, em 12.09.11

 

 

 

O Ricardo Silva da APEDE esteve bem. Disse o que tinha que ser dito, sobre a falsa tranquilidade que anda aí a ser apregoada, sobre as injustiças no tratamento dos professres contratados, sobre o comportamento dos Sindicatos, sobre o aperto de garganta que as escolas sofrem com estes cortes a eito, etc.

Uma das pessoas que ligou disse que se tivesse que escolher hoje uma escola para os filhos não seria a escola pública -que ela própria frequentou, com gosto-, não pelos professores, mas pela desorganização, pela impotência dos professores para lidar com a indisciplina, pelo facto de andarem uns contra os outros, etc. Nisso acho que ela tem razão.

Ficámos a saber que o Ricardo Silva tem oito turmas (os colegas de Geografia, na minha escola, chegam a ter dez turmas, porque a carga horária semanal é de tal modo ridícula que têm que encher-se de turmas...) o que foi bom ter dito pois é uma variante às zero turmas daqueles que costumam ir à TV falar em nome dos professores.

 

publicado às 16:16


da APEDE

por beatriz j a, em 23.08.11

 

 

 

Colocações nas escolas TEIP: injustiças que urge denunciar e - APEDE

 

publicado às 10:11


da APEDE

por beatriz j a, em 26.02.11

 

 

 

O núcleo de Sintra da APEDE organizará no próximo dia 4 de Março, sexta-feira, pelas 21 horas, junto ao edifício da Câmara Municipal de Sintra, uma Concentração/Vigília de professores que visa reforçar e dar visibilidade pública ao sentimento geral de contestação à actual política educativa.  

 

As razões desta Acção de Protesto e Luta são, acima de tudo, as seguintes:


- a recusa e a exigência do fim imediato da verdadeira farsa que constitui este modelo de Avaliação (?!) de Desempenho Docente,  dada a sua injustiça,  falta de rigor e seriedade, para além da profunda  incompetência técnica e delirante teia burocrática que o envolve;

- o combate à anunciada constituição de Mega-Agrupamentos em Sintra, por razões meramente economicistas, situação que  irá criar ainda mais dificuldades à gestão das unidades educativas no nosso concelho (nalguns casos poderão atingir cerca de 4000 alunos), descaracterizando totalmente a identidade de cada Escola, fazendo tábua rasa da tão propalada autonomia, agravando a falta de recursos técnicos, materiais e humanos para fazer face aos problemas de insucesso, indisciplina e abandono escolar, comprometendo a qualidade do trabalho pedagógico e cooperativo dos professores (reuniões de departamento com mais de 1oo professores)  reduzindo serviços e o número de funcionários administrativos, em suma, colocando em causa a qualidade do Ensino e o funcionamento das Escolas;

- a resistência activa  à ofensiva de precarização laboral perpetrada por este governo que ameaça lançar no desemprego, já em Setembro,  milhares de professores que investiram anos e anos da sua vida  num projecto, num trabalho e  num percurso profissional que se vê agora criminosamente interrompido, com a extinção/redução de AP e EA (defendemos a redistribuição dessas horas pelos Departamentos Curriculares), extinção do par pedagógico em EVT, etc.

- a defesa intransigente da dignidade profissional docente e de uma Escola Pública de Qualidade, sériamente ameaçadas por políticos sem estatura moral e ética para conduzirem os destinos da Nação. 

-  o reforço da mobilização dos colegas (das escolas do concelho de Sintra, mas não só) no sentido de um trabalho conjunto de esclarecimento, denúncia e resistência às actuais políticas educativas. É sobretudo nas escolas que a luta tem de persistir e aprofundar-se. Para isso, precisamos de criar redes de contactos e sinergias de actuação.

 

É por estas e outras razões, que nunca  deixaremos caír, nomeadamente, o combate ao  actual modelo de gestão, o reforço dos meios materiais e  humanos de apoio ao trabalho dos professores e uma resistência activa à usurpação continuada dos nossos direitos laborais, que apelamos à presença combativa de todos os colegas  nesta Concentração/Vigília de Professores, em Sintra, no próximo dia 4 de Março.

 

Pára de remoer a tua resignação e vem afirmar a tua dignidade!


O núcleo de Sintra da APEDE,

 

Ricardo Silva
Eduardo Alves
Cristina Didelet
Isabel Parente
José Manuel Faria

 

publicado às 12:10


enviado pela apede

por beatriz j a, em 25.01.11

 

 

 

Convocatória

 

 

O núcleo da APEDE de Caldas da Rainha convoca os professores do concelho e, obviamente, todos aqueles que se lhes queiram associar, para uma concentração/vigília, marcada para sexta-feira 28/01/2011, pelas 21:30 h, na Praça da República (praça da fruta) − Caldas da Rainha.

Visa esta iniciativa fazer sentir à opinião pública, ao governo e aos sindicatos signatários de ‘memorandos’ e ‘acordos’ de má memória que os professores não desistiram da sua luta e que:

 

1. Recusam definitivamente a demência burocrática deste modelo de avaliação;

 

2. Não aceitam a precarização laboral em curso, apresentada como consequência inescapável da política de redução da despesa pública.

 

3. Não admitem a usurpação continuada dos seus direitos laborais, que está a conduzir à subversão total do seu estatuto profissional.

 

 

Pára de remoer a tua resignação e vem afirmar a tua dignidade!

Traz um amigo.

 

publicado às 19:20


da apede

por beatriz j a, em 16.01.11

 

 

15 Novembro 2008. Manifestação de professores em frente ao Parlamento (estive lá...). Ricardo Silva dirige-se ao Presidente e pede ajuda para os problemas da educação. Resposta: nenhuma.

 

 

 

 

 

 

publicado às 20:09


da APEDE

por beatriz j a, em 23.11.10

 

 

 

 

Esta é a atitude correcta. O movimento diz e aconselha um tipo de acção mas não anda por aí a vociferar e ofender quem tem um entendimento diferente da situação. Mais, o facto de escolherem uma determinada acção não lhes retira a capacidade de análise objectiva dos factos.

 

 

E depois de 24?

Publicado em Greve geral como ponto de partida por APEDE em 23/11/2010

 

 

No dia 24, a maior parte dos membros da APEDE, pelo menos na sua direcção, irá fazer greve.

O motivo da nossa adesão prende-se com as mesmas razões que nos levaram a participar na manifestação do passado dia 6:

porque achamos que é necessário dar um sinal público do mal-estar, da insatisfação profunda e do sentimento de revolta perante uma política inteiramente orientada para espoliar os trabalhadores, à escala europeia, e para reforçar um mecanismo de distribuição de riqueza particularmente perverso: dos bolsos da classe média-baixa e dos mais carenciados para as contas off-shore da minoria composta pelos muito ricos. Pois a isto se resume as famosas medidas «de austeridade» que governos serventuários andam a impor por essa União Europeia fora.

Fazemos greve porque consideramos fundamental que os actuais detentores do poder percebam a dimensão do nosso descontentamento e da nossa oposição a esta política.

Fazemos greve porque queremos contribuir para a construção de um movimento unitário capaz de juntar trabalhadores de profissões muito diversas, precários e efectivos (estes bem mais fragilizados do que se pensa), num esforço de recusa e de resistência.

Fazemos greve, em suma, porque não aceitamos que nos apresentem a injustiça social como uma fatalidade tão incontornável como a chuva de Inverno.

Mas, dito isto,

compreendemos muito bem o desencanto daqueles que, partilhando a nossa indignação, justificam, no entanto, o intuito de não aderir à greve geral.

Compreendemos perfeitamente a relutância de muitos professores em fazer uma greve convocada por direcções sindicais que, num passado bem recente, por entre ternuras e beijinhos, correram a assinar acordos que mantiveram o essencial dos aspectos mais lesivos para a nossa profissão.

Compreendemos até a repugnância em participar numa greve apoiada por uma central sindical cujo dirigente máximo já veio a público manifestar a sua aquiescência para com o Orçamento-Ladrão e jurar, a pés juntos, que a greve não será feita contra o governo socratino.

E compreendemos também os que não aceitam uma greve geral limitada a um protesto – por imperioso que seja – realizado num único dia, sem ligação a um plano de luta coerente e capaz de oferecer aos trabalhadores um horizonte de resistência com um mínimo de acutilância.

E esta última é, para nós, a objecção maior que se pode colocar à greve do próximo dia 24.

As direcções dos sindicatos não parecem interessadas em prolongar o impacto e os efeitos da greve para lá da sua efectivação.

Poderíamos imaginar que este seria um momento de contagem de espingardas – tendo em conta o número muito significativo de sindicatos que anunciaram a sua adesão -, após o qual se lançariam acções mais determinadas, munidas de um caderno reivindicativo claro e concertado com federações sindicais de outros países europeus. Acções que passariam eventualmente pela repetição, com intervalos curtos, de outras greves gerais. Tantas quantas as necessárias para inverter estas políticas.

A articulação, tão urgente, das confederações sindicais europeias poderia apontar nesse sentido? Contudo, ao vermos que isto conduz apenas a isto, é caso para desesperar…

Portanto, a questão fundamental é esta:

e depois do dia 24?

publicado às 21:14


desafios da europa

por beatriz j a, em 12.11.10

 

 

 

A Carta Aberta da APEDE parece-me ir ao encontro duma consciência que começa a formar-se na Europa acerca da necessidade dos povos que a integram ultrapassarem as respectivas fronteiras nacionais e conjugarem esforços no sentido de evoluirem das lógicas patidário-monopolistas que estão a destruir aquilo que era, não há muito tempo, o ideal desta civilização, desde o Iluminismo: construção de Estados vocacionados para a paz, para a vida em liberdade (de credo, opinião, raça, etc.), para uma progressiva melhoria das condições de vida das pessoas, para um sistema em que todos contribuíssem para o bem comum. Este ideal está em perigo de regressão.

Na verdade, o que se passa em Portugal neste momento -governo e oposição parecem, sem ofensa, galinhas na capoeira à vista da raposa: correm esvoaçando a cacarejar dum lado para o outro em pânico- passa-se também na Europa a uma maior escala. Gritam e esbracejam em pânico com medo de perderem a posição dominante no jogo do mundo, que desde o fim da guerra fria mudou de regras e de centros de poder. Medo de perder poder para a China, para o Japão, para a Índia, etc. À conta disso embalaram numa vertigem de economia de mercado livre e multinacionais poderosas capazes de influenciar os regimes políticos às suas necessidades. Daí à corrupção generalizada foi um passo.

Está na altura de se responder a esse desvio de rota e reafirmar aquilo que -ainda- sentimos como fazendo parte da identidade europeia. Ora, isso só se faz rompendo com estas lógicas de lucro a todo o custo -e o custo agora é a vida das pessoas-, monopólios, ideologias caducas e máfias instaladas no poder. Isso, far-se-à, apenas, se os europeus forem capazes de associar-se foras dessas lógicas em movimentos transnacionais que tratem os problemas nessa óptica, pois os nossos problemas, bem como o dos outros, já não são nacionais: o que os outros países fazem afecta-nos até ás coisas mais pequenas da nossa vida quotidiana - e vice-versa, de modo que é assim que os problemas têm que passar a ser vistos, pensados e tratados. Ora, as estruturas sindicais e políticas actuais não estão organizadas para estes fins nem estarão, porque as pessoas que as lideram ainda pensam num quadro de lógicas do tempo da guerra fria e não souberam avançar para responder aos novos desafios mantendo os princípios identitários.

Hoje vem uma entrevista do Jorge Lacão no JN onde diz que não vale a pena remodelar o governo porque os problemas não se resolvem mudando as pessoas. Pois, se é para mudar para outros do mesmo esquema, de facto não vale a pena. Era preciso, e é preciso outro tipo de pessoas, com outra mentalidade, outra racionalidade, outros princípios orientadores fora deste esquema de partidos-clubes.

É chegada a altura de se ver se a tal matriz europeia de cidadania, autonomia e liberdade funcionou e criou pessoas capazes de se erguerem e assumirem os seus direitos e responsabilidades de povos livres.

Se não surgir agora nenhum movimento endógeno reformador, isso significará, a breve trecho, o fracasso da Europa enquanto modelo positivo de civilização para a paz, a liberdade, a autonomia, a responsabilidade, em suma, a cidadania.

 

publicado às 05:21


da apede

por beatriz j a, em 11.11.10

 

 

 

CARTA ABERTA – MANIFESTO: POR UM NOVO MOVIMENTO SOCIAL

1 – O momento presente, em Portugal e na maior parte dos países europeus, é um dos mais graves que foram vividos nos últimos trinta anos.

2 – A crise económica, provocada pela acumulação de poder do capital financeiro, está a ser aproveitada para se impor uma reconfiguração total das relações sociais e dos equilíbrios que foram sendo construídos desde o final da Segunda Guerra Mundial. O Capital decidiu romper unilateralmente o «contrato social» que tinha sido estabelecido, no pós-guerra, com o Trabalho, destruindo paulatinamente todos os pilares do Estado-Providência: segurança social, pensões de reforma, pleno emprego, acesso universal ao ensino e aos cuidados de saúde – direitos que os trabalhadores haviam conquistado ao longo de lutas duríssimas.

3 – Se os trabalhadores não opuserem, desde já, uma resistência firme e eficaz a este ataque sem precedentes, a regressão poderá ser imparável, afectando não apenas os direitos sociais, mas o próprio exercício dos direitos cívicos e a democracia tal como tem sido entendida entre nós.

4 – Essa resistência tem de ser desenvolvida, portanto, em dois palcos simultâneos: o dos Estados nacionais e o das articulações transnacionais, pois o essencial do processo, económico e político, responsável pelo desmantelamento dos direitos sociais desenrola-se numa escala que transcende cada país.

5 – As actuais direcções sindicais dificilmente conseguem responder às exigências do novo cenário, marcado por uma conflitualidade radicalizada. Não o conseguem porque estão formatadas por décadas de «concertação social» orientada para disciplinar e conter a contestação laboral; e porque insistem em operar num nível essencialmente nacional, sem flexibilidade suficiente para promoverem as necessárias articulações entre os trabalhadores de diferentes países europeus.

6 – Sendo assim, uma parte fundamental dos combates futuros terá de passar por novos actores, nomeadamente por movimentos de cidadãos independentes, capazes de se organizar à margem das estruturas tradicionais, com determinação e imaginação suficiente para lançar formas de luta inéditas, incisivas e imprevisíveis, que façam doer no osso de quem nos explora.

7 – Em Portugal começam a desenhar-se condições para a emergência de um movimento (ou de vários) que ultrapasse a esfera limitada de um grupo profissional preciso e que, em articulação com pessoas de várias proveniências, se possa constituir como um pólo de referência para as lutas sociais que urge travar.

8 – Sem querer substituir-se aos partidos e aos sindicatos, mas também sem se subordinar às suas lógicas, esse novo movimento cívico poderá pressionar, pelo exemplo das suas iniciativas, os sindicatos e outras organizações laborais a fazer mais e melhor pela defesa e pelo aprofundamento dos direitos sociais, contra o aprofundamento das desigualdades que os governos europeus nos querem impor.

9 – Uma das raízes possíveis para esse movimento é justamente a blogosfera. Nela existem já espaços de intervenção que, devidamente articulados entre si, poderiam lançar um movimento como esse. Tais espaços têm vindo a formular alternativas no plano político e económico, sólidas e empiricamente fundamentadas. E elas constituem, aqui e agora, um inestimável património de crítica contra o modelo que os governantes-serventuários pretendem apresentar como uma fatalidade incontornável.

10 – Os actores que actuam nesses espaços de reflexão precisam apenas de operar uma transição fundamental: passar do mundo virtual da blogosfera para o mundo material onde se encontram as pessoas de carne e osso. Pessoas que estão famintas de orientação. Pessoas que requerem, com urgência, os instrumentos teóricos e conceptuais para interpretar a situação actual e para pensar a forma mais consistente de a combater. Pessoas que desejam também discutir alternativas. Pessoas que necessitam de pluralismo no debate público como quem necessita de oxigénio mental.

Por tudo isto, lançamos daqui um repto a todos aqueles, bloggers ou não, que se reconhecem nas ideias aqui expressas, para se juntarem a nós e afirmarem a sua disposição de contribuir para a génese desse novo movimento.

Indicamos aqui o endereço electrónico para o qual poderão enviar as vossas mensagens:

novo.movimento@gmail.com

Posteriormente, serão marcados um local e uma hora onde nos poderemos reunir.

Tudo está em aberto. E tudo depende de nós (de vós).

 


publicado às 20:02


da apede

por beatriz j a, em 01.10.10

 

 

Só 5%? É pouco!!! É preciso mais…

 

 

 

 

 

O cartaz tem um ano. Saímos à rua no dia 19 de Setembro de 2009. A incompetência, a mentira e a demagogia nunca nos enganaram. Lutámos com os meios que tínhamos, de forma livre e independente, sem cedências, convictos das razões justíssimas que nos assistiam, numa luta e numa resistência cívica contra tudo aquilo que nos massacrava e atingia, directamente, “no osso” e na alma, no dia a dia, todos os dias. Nunca vacilámos. E nunca fomos em sorrisos.

Chamaram-nos radicais…

E o futuro? Talvez aos 20%…

Nós já cá estamos. E não desistimos. No way, José!

 

publicado às 13:05


da APEDE

por beatriz j a, em 02.09.10

 

 

 

Iniciativa de Luta - 13 de Stembro: É Importante Continuar a Resistir!

 

 

Publicado em (Des)governo,Acções de Luta,Educação,Precariedade por APEDE em 02/09/2010

 

 

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publicado às 22:52


apede: só dizem verdades

por beatriz j a, em 19.07.10

 

 

A primeira de todas as reformas: uma barrela no Ministério da Educação

 

Como é sabido, a APEDE  apresentou oportunamente uma proposta, que nos parece consistente e fundamentada, para uma reforma global do sistema educativo em Portugal.

Faltou, contudo, frisar a ideia de que, em Portugal, qualquer proposta que vise alterar, de raiz, as práticas do ensino, da avaliação dos alunos e da organização geral das escolas, com o objectivo de criar uma escola de qualidade e de exigência, uma escola capaz de responder, ao mesmo tempo, ao imperativo da integração social e à aquisição sólida dos saberes essenciais ao pleno desenvolvimento dos indivíduos, qualquer proposta que apresente, pois, este amplo desígnio está dependente de um factor básico: a reforma radical do próprio Ministério da Educação.

Sem uma limpeza profunda nesse Ministério, todos os bloqueios fundamentais às necessárias reformas permanecerão de pé, minando, sabotando e emperrando as transformações de que precisamos urgentemente.

Ora, esses bloqueios correspondem a pessoas muito concretas que ocupam lugares precisos nas estruturas internas do Ministério, pessoas cuja ideologia pedagógica responsável pelos maiores disparates das últimas décadas no sistema de ensino português continua a fazer lei. Tais bloqueios correspondem também a organismos cuja redundância burocrática ou cuja influência deletéria na definição das políticas nunca deixou de se fazer sentir, independentemente da cor partidária de quem ocupa a cadeira de Ministro. São elas e eles que detêm o verdadeiro poder no interior do Ministério, e, quando emergem em lugares de responsabilidade política – como no exemplo de Valter Lemos -, fica à vista de todos os malefícios que as suas cabecinhas são capazes de produzir. Contrariamente ao que alguns pretendem sustentar, muitas destas personagens foram formatadas por um certo modelo de «ciências da educação», e foi em nome das ideologias veiculadas por esse modelo que fizeram o seu currículo e a sua carreira - uma vez mais, o caso de Valter Lemos ilustra-o na perfeição, e só a ingenuidade ou a desonestidade intelectual poderão pensar que uma tal ideologia pedagógica, assente como está na hostilidade à figura do professor enquanto autoridade e enquanto transmissor do saber, foi totalmente estranha ao ataque contra os professores movido pela anterior equipa ministerial.

Portanto, e antes de qualquer reforma ambiciosa, no Ministério o que é preciso é nada menos do que uma verdadeira purga ou, para estarmos mais perto do espírito do pós-25 de Abril, um saneamento global.

Um Ministro efectivamente reformista, interessado em identificar os principais bloqueios que não tardariam em minar todas as suas iniciativas se não fossem previamente removidos, deveria começar por encomendar a pessoas da sua máxima confiança um estudo exaustivo sobre toda a orgânica do Ministério, a fim de assinalar:

- os organismos onde pontificam os abencerragens responsáveis por coisas tão “brilhantes” como o Estatuto do Aluno, os programas da maioria das disciplinas, a concepção de boa parte dos exames, etc., etc.

- as estruturas administrativas ou pseudopedagógicas que contribuem para asfixiar a autonomia das escolas, para duplicar funções e tarefas, para produzir papelada – sob a forma de “estudos” e “sugestões” – cujo único destino é a prateleira, o arquivo morto ou o caixote do lixo;

- todo o pessoal que ingressou no aparelho ministerial por via do amiguismo e do nepotismo político-partidário, que não por um currículo indiciador de qualidade.

Concluída esta identificação, o mais profunda possível, teriam de ser criados mecanismos rápidos e expeditos para que toda essa gente fosse corrida do Ministério e para que todas as estruturas supérfluas – essas sim, queimando escusadamente o erário público – fossem imediatamente extintas.

Claro está que esta análise deveria também identificar as pessoas úteis e necessárias ao funcionamento eficaz do Ministério, aquelas que, pela sua lucidez, eficiência técnica ou simplesmente bom-senso, poderiam facilmente constituir aliados fundamentais para as reformas a desenvolver pela equipa propriamente política.

É duro o que aqui se propõe? Talvez. Mas, sem esta barrela prévia, qualquer conversa sobre as transformações no sistema educativo não passa de uma ocupação ociosa e de uma pura perda de tempo.

 

 

 

publicado às 22:13


Apede - só dizem verdades

por beatriz j a, em 08.07.10

 

 

 

 

Concurso 2010/11 - Uma Página Negra do Sindicalismo Docente

 

Publicado em APEDE,Concursos,Negociações,Sindicatos por APEDE em 08/07/2010

A FENPROF veio defender que os professores ultrapassados no concurso, por via da contabilização dos resultados da ADD nas listas graduadas, devem reclamar dessa situação e colocou mesmo, on-line, uma minuta específica para o efeito. O prazo da reclamação parece já ter terminado, embora, na nossa opinião, talvez nem tanto…

Perante tal indicação da FENPROF, há uma pergunta pertinente a colocar: os professores, agora ultrapassados nas listas graduadas, devem reclamar exactamente contra quem?

- Contra José Sócrates? Se sim, por que motivos? Por ter imposto aos negociadores (dos 2 lados da mesa) a aplicação da legislação em vigor sobre concursos (embora iníqua, geradora de injustiças e profundamente perversa) que apenas se conseguiu protelar e nunca revogar?

- Contra os responsáveis do ME que se limitaram a ir sorrindo e adiando, perante o beneplácito e anomia total dos representantes sindicais no que a este assunto diz respeito? Porquê só agora e com base em que compromissos factualmente assumidos e não cumpridos?

- Contra aqueles professores que, aproveitando as quotas deixadas livres pelos que decidiram não pactuar com o modelo de avaliação, exploraram as hipóteses abertas pela legislação de concursos, cuja revogação ficou por conseguir? Será que estes colegas violaram a lei? Muitos deles terão agido de forma oportunista, é um facto, mas não sabíamos todos que isso poderia acontecer?

- Ou… contra aqueles que defraudaram as expectativas de milhares e milhares de professores, rematando a noite da “capitulação” com um lamentável número de “ilusionismo” afirmando, publicamente, que tinha ficado garantido que a avaliação não iria contar nos concursos e que esse era, precisamente, um dos ganhos do “Acordo”? Essa afirmação irresponsável (e sem qualquer suporte nas actas negociais, pré 8 de Janeiro) teve, para além do mais, uma consequência grave: a necessária e imediata contestação foi totalmente esvaziada pois os professores só perceberam que afinal nada estava garantido após a abertura do aviso de concurso. Meses desperdiçados, facto consumado, milhares de professores prejudicados.

Perante isto, contra quem deverão então reclamar os professores?

Mas há mais. E mais grave: ao terem apelado fortemente, num momento chave da luta, à recusa da entrega de OI, os dirigentes sindicais sabiam perfeitamente que, com isso, estavam a retirar a todos aqueles que adoptassem essa forma de luta, a possibilidade de solicitarem aulas assistidas tendo em vista a obtenção das classificações ditas de “mérito”. Todos se recordarão dos lamentos sindicais perante o relativo fracasso dessa forma de luta e das acusações implícitas de falta de firmeza e solidariedade na luta aos que correram a entregar OI. Sendo assim, como será possível aceitarmos, sem indignação e repúdio, que os mesmos dirigentes sindicais que apelaram à não entrega de OI, venham a abandonar todos esses colegas, que resistiram e lutaram, permitindo que lhes puxassem o tapete, de forma perversa e vingativa, não tendo mais para lhes oferecer, neste momento, do que uma mera minuta de reclamação? Como se sentirão esses colegas? Traídos na luta? Já o afirmaram, alto e bom som, muitos deles. Como podem esses mesmos dirigentes sindicais continuar a ignorar as suas falhas e graves erros na condução da luta, “assobiando para o lado” e, sem qualquer pudor, terem ainda sido capazes de afirmar que as actas negociais demonstravam o seu enorme empenho na defesa dos interesses da classe? Não ficou ali absoluta e inequivocamente demonstrado que não conseguiram garantir rigorosamente nada quanto a esta questão, nem sequer um novo adiamento da aplicação da norma legal, que confere a bonificação às classificações ditas de “mérito”, até que os professores pudessem voltar a reagir? Aberto o precedente… será muito mais complicado reverter todo este imbróglio.

Da nossa parte, não podemos deixar de considerar que esta é uma das páginas mais negras da história do sindicalismo docente, pelas gravíssimas consequências que irá ter para a vida de milhares de professores, com danos irreversíveis nas suas carreiras. A nossa solidariedade vai inteira e activa para todos aqueles que acreditaram, confiaram, lutaram, e agora são abandonados à sua sorte, ultrapassados nas listas graduadas, acabando muito naturalmente por chegar à triste conclusão que talvez tivessem feito melhor entregando OI e solicitando avaliação completa. E não colhe argumentar-se que num processo de luta há ganhos e perdas, que nada pode ficar garantido à partida, e que todos estavam conscientes dos riscos das opções que tomaram, porque o que está aqui verdadeiramente em causa é uma falha gravíssima dos “generais” que pouco ou nada fizeram para defender os “soldados” e não souberam, minimamente, controlar as perdas e danos neste “combate” particular. Aquilo que deveria ter sido feito, na nossa opinião, era eleger esta questão como um pré-requisito fundamental, inegociável e inadiável, a salvaguardar, preto no branco, antes do arranque de qualquer tipo de negociações com vista a um eventual “Acordo” com o ME. Foi exactamente isso que a APEDE sempre defendeu, desde o início, publicamente, e diversas vezes na presença dos dirigentes da FENPROF e FNE.

Voltando às reclamações, avancemos agora para um outro ângulo da questão: parece pois, caros dirigentes da FENPROF, que a solução que encontraram para camuflar a vossa incompetência, e total falta de respeito por quem lutou (correspondendo ao vosso apelo de recusa de OI), é a entrega de uma minuta de reclamação, correcto? Colocar colegas contra colegas, em litigâncias judiciais, por mais oportunistas que os donos dos “asteriscos” possam ter sido? É isso?

Não nos espanta o dislate! Sabemos muito bem que esse é um dos recursos da velha cartilha sindical, não mais do que uma tentativa de “atirar areia para os olhos” (com expectativas de eficácia que nos escusamos sequer a comentar, embora aguardemos com muito interesse os respectivos resultados) e um estratagema que já foi, bem recordamos, vergonhosamente usado no passado, nomeadamente, contra os licenciados dos ramos integrados, com estágio pedagógico, que foram também alvo de acções judiciais de reclamação, como muitos se recordarão ainda. Um “circo” absolutamente desprezível e lamentável, agora de novo ensaiado, que não pode passar sem a nossa manifestação de profundo repúdio. Porque isto tem de ser dito, e tem de ser dito sem tibiezas: quem verdadeiramente errou, quem verdadeiramente defraudou expectativas legítimas de luta e mobilização, perante tantos milhares que foram à luta e a assumiram até ao fim, foram aqueles que permitiram que fosse concluído o 1º ciclo avaliativo com a atribuição de classificações e que, não satisfeitos, vieram a assinar, em Janeiro, um “Acordo de Princípios” que não limpava de todo essa “nódoa”, nem impediu as nefastas consequências que agora se apresentam em sede de concursos.

Desde sempre, nos movimentos independentes, alertámos para esta questão e para os potenciais riscos que dela decorriam, pois sabíamos muitíssimo bem que poderia vir a acontecer, exactamente, aquilo com que agora nos confrontamos. Mas, infelizmente, os “donos” da luta não quiseram dar-nos ouvidos. Acusavam-nos de propormos formas de luta irresponsáveis (greve rotativa de uma semana, em Abril/Maio do ano passado) que podiam conduzir os professores para becos sem saída. Pelos vistos, e como este lamentável e gravíssimo problema bem demonstra, os “experts” da luta, os experimentados e sagazes negociadores sindicais, com a tarimba de décadas de luta, foram por outros caminhos, certamente mais seguros e com saídas largas para os professores. Preferiram confiar no destino, talvez na sorte ou, quiçá, em eventuais promessas de bastidores feitas por uma dupla de “fantoches”, sem qualquer poder decisório autónomo, integrantes de um governo sem escrúpulos e sem palavra. Preferiram, em sede negocial, passar o tempo, em reuniões a fio, a discutir índices remuneratórios e regimes de transição (garantindo quase tudo para uns e quase nada, ou menos que nada, para outros), em vez de defenderem e garantirem a justiça, a equidade e a verdade nos concursos de professores. Quando foram acordados para o problema, já a “casa ardia” e, mesmo assim, com o “cheiro a fumo” que alastrava pela blogosfera docente ainda tiveram o desplante de escrever, no seu site, que o “fumo não era fumo” nem o “fogo era fogo” afirmando, no próprio dia de publicação em Diário da República do aviso de abertura do concurso, que a ADD não era considerada. Foi apenas mais um episódio lamentável, mais um exemplo da leviandade com que esta questão foi encarada, num processo de negociação que deveria envergonhar quem o assinou em nome dos professores.

Talvez seja pois chegada a altura, passado todo este tempo de luta, dos professores se interrogarem, muito a sério, se consideram que estão a ser bem representados e bem defendidos nas negociações com o ME e o governo, se entendem que fomos bem sucedidos nesta luta (dela retirando os resultados que exigíamos), e se pretendem continuar a ser representados deste modo. Depois disso, feito o diagnóstico e o balanço do passado recente, é ainda fundamental que avaliem o que estão ou não dispostos a fazer para alterar o “status quo”. Nesse processo, é importante manter presente que, enquanto os estatutos dos sindicatos que temos continuarem blindados, e a limitação de mandatos dos seus dirigentes não passar de uma promessa, eternamente adiada, os recorrentes “soundbites”- “só por dentro é que podemos mudar os sindicatos e melhorá-los” e “os sindicatos são o que os sócios quiserem e fizerem deles”- não passam de “slogans” demagógicos e artificiais e de uma “cortina de fumo” com o objectivo claro de travar a mudança e impedir uma reforma profunda das organizações sindicais. A verdade é que estamos, cada vez mais, necessitados dessa reforma. Ou de um outro caminho. O tempo urge…

NOTA- No passado dia 16 de Junho, durante a audiência da APEDE na Comissão de Educação e Ciência da A.R., esta questão foi apresentada e assumida como um dos problemas mais sérios para a classe, tendo a APEDE apelado para uma intervenção parlamentar no sentido de evitar a repetição desta situação em próximos concursos. A deputada Ana Drago teve ocasião de nos anunciar que o BE irá avançar com uma iniciativa legislativa no sentido de alterar a legislação de concursos, para impedir que as classificações da ADD tenham influência nas listas de graduação. Afirmou ainda, dirigindo-se à deputada do PSD presente, que esperava uma postura diferente deste partido comparativamente ao que sucedeu na votação da suspensão da ADD. Naturalmente, a APEDE subscreve esta preocupação e faz questão de lembrar que foi ontem publicada, em D.R., a Resolução nº 61/2010, aprovada na A.R., com votos favoráveis de toda a oposição, que recomenda ao governo a não consideração da ADD para efeitos de concurso. Recomendação que o governo ignora, fiel ao seu autismo e arrogância de sempre, mas que terá de respeitar se se vier a aprovar, no hemiciclo, uma posição vinculativa. A APEDE manterá sobre esta questão uma atenção permanente e continuará a empenhar-se na alteração da realidade actual.

 


publicado às 08:04


tudo o que dizem é verdade

por beatriz j a, em 05.07.10

 

 

 

Mega-Agrupamentos

 

 

Publicado em (Des)governo,APEDE,Educação,Posições por APEDE em 04/07/2010

Esta medida surpreendeu todos pois nada a fazia antever. Não se sabe de estudos prévios, planificação, calendarização, sequer justificação plausível e menos ainda a discussão pública que lhe emprestasse um mínimo de credibilidade. O monstro está em roda livre pelo país e já conta com a total adesão de muitos municípios que aí viram um filão onde esperam ganhar protagonismo, sem se preocuparem minimamente com a verdadeira questão que devia nortear iniciativas como esta:

A eficácia do sistema melhorará em que aspectos??? Claro que não existe nenhuma resposta credível para esta interrogação fundamental. Como em quase todas as medidas em que o governo do Sr. Sousa se vem especializando, o simples equacionar desta questão nem sequer aflora às mentes iluminadas da clique. E a razão é simples. A sua única preocupação é DESTRUIR. Veja-se o que acontece com o fecho das 900 escolas do 1º Ciclo que é outro exemplo paradigmático. No entanto, aqui o poder decidiu avançar com algumas “piedosas” justificações. Uma é a de que é preciso por fim àquele ensino ministrado a meia-dúzia de crianças escrevinhando nas suas velhas lousas perdidas na serrania. É obvio que esse quadro já não existe, mas colhe dividendos a nível da comunicação social e da opinião pública, sempre muito desinformada. A desertificação do interior é para a clique uma noção inexistente. Ao contrário, a realidade é bem diferente. Muitas dessas escolas condenadas foram equipadas nos últimos anos com toda a mais recente tecnologia, bom número de computadores, quadros interactivos, material didáctico do mais actual e muitas até com refeitório completo. O facto de os seus Projectos Educativos terem sido aprovados pela tutela e estarem em vigor não tem qualquer peso na decisão, mostrando assim o profundo desprezo do poder central pelas iniciativas locais e até pelos normativos legais que ele próprio engendra. Urge perguntar. Será que somos um país assim tão rico e perdulário que nos podemos dar ao luxo de deitar ao abandono tantos e tão valiosos meios???

O mesmo se diga do cabedal de experiência e know-how que as dezenas de milhar de professores entretanto aposentados levam consigo, perdas essas que o sistema não tem como repor, sabendo como sabemos o modo como funciona a formação docente. Tanto a loucura dos Mega-Agrupamentos, como o fecho das escolas do 1º Ciclo, como outras iniciativas, inscrevem-se numa ofensiva permanente que visa objectivos da mais baixa política. Eis alguns:

- Rebaixar mais ainda e paralisar a classe docente.

- Precarizar, amedrontar e desautorizar os professores e suas estruturas.

- Avançar no sentido da municipalização forçada do ensino de modo a diluir a perspectiva global que tem de informar todas as lutas docentes.

- Dificultar e impedir a coesão dos docentes com vista a acabar com um sentido de unidade.

- Tornar a classe docente completamente refém da pequena politica partidária em que se move o poder local.

O facto insofismável de estas e muitas outras medidas terem como óbvia consequência uma queda na qualidade da performance do sistema é algo que nem preocupa os (ir)responsáveis, confiantes que estão na grosseira manipulação das estatísticas. Aliás, a melhoria dos resultados está garantida a priori porque um grande número de estabelecimentos de ensino já a inscreveu no seu Projecto Educativo. Milagrosamente, os números já lá estão antes ainda de se saber como. Mas isso também já nem interessa.

José Manuel Faria

(Professor, recentemente aposentado, Membro da Direcção da APEDE)

 


publicado às 12:26


eu estou com os movimentos

por beatriz j a, em 04.12.09

 

 

Estive a ler o texto de 2 de Dezembro do blog da APEDE. Estou completamente de acordo com o que ele diz.

Há agora uma corrente que diz que tem de haver quotas na progressão da carreira a não ser que se seja excepcional...?! Mas que sentido faz isso? Os professores fazem o mesmo trabalho, cumprem as mesmas funções - leccionar, dirigir uma turma, ser delegado do grupo ou coordenador do departamento, etc. Se as pessoas cumprirem as suas funções como deve ser, devem ser impedidas de progredir na carreira? Porquê? E, sobretudo, para quê? Para poupar os 20 milhões que hão-de ir parar a um político que foge ao fisco? A um banqueiro? A um qualquer da bola?

E seria o fim fazer dos agora titulares os futuros relatores. Isso seria o reforço do erro da divisão da carreira e subsequente promoção dos carreiristas...pô-los agora a avaliar os outros? Que são colegas? E ter que fazer trabalhinhos em portfólios? Isto parece um gozo da outra senhora de má memória que estragou isto isto.

Dantes os cargos eram mais ou menos rotativos. Calhava a todos serem delegados de grupo ou coordenadores ou directores de instalações, etc. Isso era muito positivo porque nesses anos os professores eram obrigados a conhecer melhor a escola como um todo, para além das suas turmas, obrigava a conhecer melhor a legislação, punha as pessoas a participar das decisões pedagógicas da escola, o que dava um sentido de coesão aos grupos, etc. Isto tudo sem nunca perder a ligação à leccionação que é o cerne do trabalho do professor. Agora são um grupo de submissos ao poder (os titulares) quem ocupa esses cargos permanentemente. Quase não têm turmas e dedicam-se a chatear os colegas com burocracias idiotas.

O Conselho pedagógico não era meramente decorativo e tinha representação de todos os grupos disciplinares, o que é muito importante, porque a visão dum professor de matemática e de um professor de artes é muito diferente. A presença dos grupos dava à escola diversidade e dinamismo. As decisões do Pedagógico reflectiam essas diferentes sensibilidades que ajudam à riqueza intrínseca de uma escola. Agora aquilo é um orgão de moços de recados e muitas vezes nem sabemos bem o que lá se passa.

Esta ministra mostra não querer corrigir erros, mas antes reforçá-los.

Ainda bem que os movimentos de professores não desapareceram, estão atentos e activos. Eu estou com eles. Isto já não se aguenta.

 

 

 

publicado às 18:42


no cabeçalho, pintura de Paul Béliveau. mail b.alcobia@sapo.pt

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